𝐒𝐎𝐑𝐕𝐄𝐓𝐄 𝐄 𝐄𝐋𝐀

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Acordei horas depois em uma cama macia e o quarto gelado, não era minha casa e muito menos o meu quarto. Me levanto um pouco assustada, mas logo meu corpo relaxa ao ver um papel ao lado com um copo de água e aspirinas.

"Provavelmente você irá acordar estranhando o lugar, mas é a casa de um amigo de confiança. Assim que se sentir confortável, peça para que leve até sua casa. Deixei remédio para sua dor de cabeça. – Shoko Ieiri."

Abri um pequeno sorriso com o gesto atencioso dela. Peguei os remédios e tomei um por um, alguns toques na porta chamaram minha atenção e comuniquei que poderia entrar. Um rapaz de cabelos compridos e preto apareceu segurando uma bandeja com comida, ele sorriu receptivo para mim e pôs na mesa.

— Que anfitrião eu seria se não alimentar minha convidada, hum ? Prazer, Suguru Geto.

— Não precisava se preocupar, eu iria apenas lavar o rosto e ir para minha casa. Desculpa ter dado trabalho, me chamo S/n Saito.

— Imagina, Satoru cogitou levá-la até sua casa, mas ficou com receio dos vizinhos pensarem algo de errado. Como você é um pouco parecida comigo, mentir dizendo que é minha irmã seria mais fácil.

— Vocês pensaram em tudo — Ele me estendeu um copo de suco e eu aceitei

— Ele não é uma pessoa ruim, se é que algum momento deu a entender isso.

Olhei para o rapaz a minha frente por um momento e eu notei que o mesmo esperava minha resposta. Provavelmente o que eu pensava sobre o seu amigo, segurei o copo enquanto formulava uma resposta. O que ele havia feito ontem acabou aquecendo meu coração e pelo jeito, era uma atitude comum para ele.

— Ontem ele me defendeu... Foi uma ação bastante surpreendente para mim. Não acho que ele seja alguém ruim.

— Mas ? — Ele levantou a sobrancelha e eu logo me questionei se deveria contar a um estranho sobre um dos meus demônios.

— Mas eu venho de um relacionamento que tirou tudo de mim, então não é como se eu confiasse em caras que passei uma noite. Ele foi gentil comigo, mas não é como se eu fosse igual aquelas mulheres que ele chamava e iam até ele.

— Entendo — Abriu um sorriso e logo colocou uma mecha de cabelo caído para trás da minha orelha — Ele tem uma fama e tanto, mas sabe apreciar uma bela dama.

Minhas bochechas coraram e eu desviei meu olhar do dele. Terminei de comer em silêncio o café da manhã ao seu lado e logo a porta do quarto se abriu, revelando a presença do platinado. Meu corpo se arrepiou e meu estômago se embrulhou em imaginar nele ouvindo por trás da porta, mas seu rosto era indiferente e ele... Bem, ele é bonito... Ele realmente é muito bonito e eu consigo enxergar sua beleza nitidamente agora que estou sóbria.

— Se continuar me olhando assim eu ficarei completamente envergonhado, princesa. — Ele abriu um sorriso e eu o ignorei — Suguru, cuidou bem da minha namorada ? — Falou em um tom irônico.

— Eu não sou sua namorada — Falei firme

— Mas ontem me permitiu apresentá-la como se fosse para aquele rapaz.

— Tsc, eu poderia ter dado o meu jeito.

— Com certeza poderia — Brincou com a chave que estava em sua mão — Esta pronta ?

— Para ? — Encarei seus olhos azuis que brilhavam

— Te levarei para um passeio e a deixarei em casa — Me estendeu uma bolsa — Espero que seja do seu gosto, Shoko quem escolheu.

Estiquei meus braços curiosa para saber o que era e ao abri a bolsa, percebi um vestido lilás curto e delicado, acompanhado de uma roupa íntima. O encarei novamente sem acreditar no que tinham planejado sem ao menos saberem se eu aceitaria. Isso não faz sentido, sou uma completa estranha, não tanto para Satoru já que dormimos juntos, mas para os outros dois. Balanço a cabeça negando o presente mas o mesmo apenas apontou para o banheiro. Busquei ajuda no olhar de Suguru, entretanto, o moreno sorriu fazendo o mesmo.

𝐃𝐀𝐘𝐋𝐈𝐆𝐇𝐓 - 𝚂𝙰𝚃𝙾𝚁𝚄 𝙶𝙾𝙹𝙾Onde histórias criam vida. Descubra agora