𝐓𝐄𝐌𝐏𝐄𝐒𝐓𝐀𝐃𝐄

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No dia seguinte fiquei recebendo ligação do Satoru o dia todo e eu sem pensar duas vezes estava desligando todas as chamadas. Não é como se eu estivesse chateada com ele, mas simplesmente me conformei de que se mantivesse afastada, talvez assim não criasse algum interesse ou sentimento por ele.

Satoru é um rapaz interessante, tem um estilo diferente e é bastante atraente, entretanto, não preciso de mais um cara com ego altíssimo na minha vida. Muito menos um cara como ele que tem todas aos seus pés.

Ao me levantar da cama, amarro meu cabelo em um rabo de cavalo e resolvo ir arrumar as coisas no meu quarto antes de ir trabalhar, ainda era 6 horas da manhã e eu tinha perdido o sono. Fiz as coisas rapidamente e fui tomar um banho, passei perfume, escolhi uma roupa confortável, fiz um sanduíche e sai bem em cima da hora.

Ao bater meu ponto no trabalho, avistei Shoko tomando um café enquanto conversava com outros médicos, resolvi não interrompê-la pois poderiam estar discutindo sobre algum paciente. Chamei meu primeiro paciente do dia e fiz todo os procedimentos que deveriam ser feitos. 

Horas se passaram e já perto do horário do almoço, ouvi toques na porta e meu olhar foi em direção a residente que tinha retirado seu jaleco e segurava uma bolsa, abri um singelo sorriso.

— Está afim de almoçar comigo?

— Pode me esperar ? Tenho somente mais uma paciente para atender no momento. — Ieiri concordou e se sentou em um dos bancos de espera.

Era uma criança que tinha autismo, geralmente esses casos demandam mais atenção e cuidado. O menino me olhava com certo medo e eu conversava com ele como se fossemos amigos a tempo, seu grau não era alto, mas era perceptível alguns comportamentos. Ao terminar de recolher o sangue, o mesmo me estendeu a mão à espera de algo, olhei para o meu pote de doces e aponto para ver se era isso que ele queria, ao concordar, eu pego e abro para ver quais doces ele iria querer. A mãe agradeceu a paciência e saiu com o menino que tinha um sorriso acolhedor.

Tirei meu jaleco e guardei os equipamentos, ao fechar a porta vejo a acastanhada quase dormindo no banco, toco seu ombro chamando a atenção.

— Sério que eu demorei ? — Levei a mão até a cintura inconformada

— Não — Sorriu fraco enquanto coçava os olhos — Eu que estou cansada, não durmo direito. Bom, onde iremos comer ?

— Tem um restaurante aqui perto que acabou de ser inaugurado e...

— É do Satoru — Ela olhou para onde eu apontava e eu a encarei boquiaberta

— Será possível que não tem um lugar que não seja dele?

— Gojo gosta de investir no ramo alimentício e de entretenimento, então constantemente ele pesquisa por lugares bem localizados para abrir alguma bar, restaurante ou boate.

— Uau... — Entramos no restaurante que tinha um ar bem sofisticado e delicado. Penso por algum momento se o platinado estava no local, mas pelo jeito ele deve estar bastante ocupado.

Olho meu celular novamente e vejo que ele já me telefonou mais três vezes, uma pena que o meu celular está no modo silencioso.

— Será que ele vai continuar insistindo? — Murmurei comigo mesma enquanto sigo a Ieiri até uma mesa vazia para duas pessoas.

Fizemos nossos pedidos enquanto conversávamos sobre a vida e o nosso cotidiano no hospital. Alguns momentos eu sentia que ela queria falar algo, mas se calava de imediato. Logo nossos pedidos chegaram e começamos a comer em um silêncio confortável.

— Como foi o passeio com o Satoru ?

— Ah, então era isso que você queria falar ? — Solto uma risada sem graça — Estava bom até ele perder a noção do tempo no telefone.

𝐃𝐀𝐘𝐋𝐈𝐆𝐇𝐓 - 𝚂𝙰𝚃𝙾𝚁𝚄 𝙶𝙾𝙹𝙾Onde histórias criam vida. Descubra agora