Isle of secrets || L.S

0.2

— O que foi agora? — Louis resmungou, ainda sonolento, quando Harry o sacudiu com urgência.

— Você ouviu isso? — O mais novo sussurrou, os olhos refletindo o pânico.

— Ouvir o quê? Eu estava tendo um sonho maravilhoso antes de você me acordar. — O soldado reclamou, esfregando os olhos.

Harry insistiu, e Louis, contrariado, pegou a lanterna em sua mochila. Ele acendeu a luz, iluminando a praia deserta ao redor, revelando as sombras dançantes entre as árvores e a areia.

— Olhe, mocinha, seja rápido com o drama noturno. Preciso de descanso. — Louis falou, sua voz exibindo um resquício de irritação e deboche.

— Juro que ouvi algo estranho. Algum barulho esquisito. — Harry justificou-se.

O militar suspirou e dirigiu a luz da lanterna para a origem dos sons, destacando uma coruja pousada em uma árvore próxima.

— Viu? Olha a cara de assassino desse bicho! — Harry arguiu, encarando a ave noturna.

— É uma coruja! Uma inofensiva coruja. E já que estamos esclarecendo o óbvio, há literalmente uma mata fechada logo atrás de nós. Óbvio que tem bicho aqui. — O soldado respondeu, fechando os olhos para tentar retomar seu descanso. — Agora, se você não for dormir, ao menos não perturbe o sono dos outos.

O soldado suspirou, fechando os olhos, tentando retomar seu descanso, enquanto o rapaz mais novo continuava observando a coruja e murmurava sobre a aparência ameaçadora do animal.

•

O nascer do sol trouxe consigo os primeiros raios de luz, iluminando a praia deserta. Louis, sentado no mesmo local onde dormiu, começou a fazer uma série de anotações em seu bloco, concentrado em documentar detalhes sobre o ambiente e possíveis coordenadas.

Devido ao calor já se manifestando nas primeiras horas do dia, a blusa de manga longa do uniforme militar repousava no tapete improvisado de folhas. A ausência da peça revelava os músculos esculpidos de Tomlinson, que se moviam com suavidade enquanto ele registrava as informações. Sob a luz suave da manhã, a visão do dorso nu do soldado desenhando linhas no papel destacava a beleza natural de sua forma física, criando uma cena mais quente do que a temperatura tropical do lugar.

Despertado pelos primeiros raios de sol e claramente incomodado pela luz, Harry acordou. Sentindo falta de suas cortinas feitas com tecido nobre, ele lançou um olhar ao redor na esperança de achar que tudo não passou de um pesadelo. A realidade, entretanto, não ofereceu essa gentileza.

Seus olhos verdes, acostumados com o luxo das manhãs reclusas, foram imediatamente capturados pela visão do soldado Tomlinson. Um pouco afastado, mas irresistivelmente presente. Harry, por um instante, percorreu seu olhar esverdeado pelos pequenos detalhes do homem. Uma discreta mordida nos lábios indicava o fascínio de Harry enquanto seus olhos escaneavam as costas do soldado. Vendo da perspectiva meio de costas e meio de lado uma silhueta que parecia ter sido esculpida. O milionário, em meio à simplicidade da praia, encontrava-se preso em um momento de contemplação, onde o rústico e o belo parecia ser interessantes para explorar.

Entretanto, Harry rapidamente afastou esses pensamentos, retornando à realidade. Seu olhar, antes repleto de fascínio, agora se transformava em uma expressão de desprezo enquanto observava o homem que, aos seus olhos, era nada mais do que um selvagem sem classe.

O estudante de moda, após mudar a expressão de quem babava para a cara de quem desprezava. Pegou seu espelhinho e começou a ajustar os cabelos, prendendo a franja com a presilha. Em seguida, aplicou protetor solar no rosto e o hidratante labial, enquanto Louis virava levemente o pescoço, observando com certo julgamento a sessão de cuidado pessoal.