Capítulo 7

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Nakyum olhou o centro do vilarejo, um caminho em que não costumava ir

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Nakyum olhou o centro do vilarejo, um caminho em que não costumava ir. Agora se via como um ingênuo, não era como se acabasse dando de cara com Seungho naquelas ruelas. Yanghan era um vilarejo focado em pesca, não em caçadores, isso soava como um pequeno alívio. Suspirou, os dedos brincando com o tecido da camisa gasta, pensando que agora estava tudo acabado, se estivesse esperando um filho, não poderia fugir de vilarejo em vilarejo. Aos poucos, riu da ideia de um alfa o procurando. "Ele já se divertiu às minhas custas, não existe mais nada que ele possa querer" pensava. E mais uma vez, encarou o casebre antigo, o consultório de Inhun. A casa que ele adaptou para atender a pacientes, embora não fosse comum ninguém da casa da Senhora Wang ir até lá.

As ômegas não tinham uma boa fama e o caminho foi tortuoso. Yahwa mesmo em suas vestes rosadas e os cabelos arrumados com adornos delicados era encarada pelas ruas como alguém entregue à devassidão, algo pecaminoso. E Nakyum também não era olhado com bons olhos, mesmo não tendo o mesmo trabalho que ela.

— Podemos comprar algo no caminho de volta. — Ela dizia, pacientemente olhando o ômega que parecia inquieto. Ela suspirou, os olhos castanhos olhando Nakyum com certa pena, era compreensível o medo, a hesitação. A vergonha. — Olha, terá de fazer isso alguma hora. E pode não ser nada, quanto mais cedo descobrir, melhor.

— Ele vai ficar decepcionado. — Era um dilema, um em que Nakyum sabia que não escaparia por mais tempo. Não quando Yahwa enviou o recado que estaria indo com o ômega para a consulta, mesmo sabendo que não podia entrar junto, era algo que ele deveria fazer sozinho. Pela noite inteira, Nakyum desviou das intensas perguntas dela, de como insistia que era justo ao menos deixar o "alfa" ciente, que poderiam tentar localizar e fazer o homem assumir a responsabilidade.

Nakyum a olhou, e era grato por toda a preocupação e cuidado. Há muito tempo não sentia o que era ter o mais próximo de uma irmã ou amiga, e Yahwa era firme sobre o que deveria ser feito. Fugir não era uma opção, qualquer um saberia disso.

— Acha que o senhor Inhun vai... Ainda me olhar da mesma maneira? — Perguntou, mais por saber do quanto que ela era sincera. Yahwa não mentia. Um sorriso gentil e triste curvou-se nos lábios rosados dela, o olhar dizendo tudo o que era tão óbvio, fazendo Nakyum novamente abaixar a cabeça.

— Alfas são territoriais. Eu não quero mentir para você, mas é que... Nakyum. Alfas podem ser egoístas, ao extremo. Não há nenhuma de nós que não tenha sido magoada ou usada por um. — Era a maneira mais gentil que conseguia, os dedos acariciando os cabelos do ômega. — Você é doce, e gentil. Eles enxergam isso, infelizmente tudo o que podemos fazer é confiar em nós mesmas.

— Inhun é um bom homem.

— Quando salvou o seu alfa, não foi o que pensou também? Que ele era um bom homem?

— Ele não é o meu alfa.

— Esse alfa ainda é pai dessa criança.

Nakyum desviou o olhar, a ponta dos dedos apertando o tecido da camisa, Era claro, quando salvou Seungho foi pelo impulso de achar que ajuda não deveria ser negada, que ele poderia ter família, pessoas que o amavam e esperavam que não morresse levado pelo rio.

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