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Hoje eu acordei com uma dor enorme no peito, minha cabeça latejava de dor e minha respiração estava desigual e falha.
Hoje é dia 21 de janeiro do ano de 2024, e eu definitivamente não estou bem.

Vou até o banheiro e lavo meu rosto com a água gelada que temos. Visto um sobretudo lilás, uma causa preta junto de uma blusinha sem mangas também preta e uma bota de couro desgastada-que eu definitivamente amo- . Da cozinha, olho para Alycia, dormindo.

Eu observo uma Alycia de 16 anos dormir, com um sorriso suave nos lábios. Vejo a expressão serena no rosto dela e lembro de quando ela era apenas um bebê, tão pequenina e frágil. Agora, minha pequena esperança está crescendo e se tornando uma mulher, mas para mim, ela será sempre a minha pequena garotinha que ama bolo e chora por cachorrinhos, ouvi músicas sem saber o significado e corre pela casa fingindo ser a personagem dos livros que contava para ela antes de dormir.

Enquanto observo a minha filha dormir, lembro de todas as vezes que segurei a mão dela para acalmá-la, de todas as histórias que contei para fazê-la dormir e de todos os sonhos que desejo ver a minha filha realizar. Sinto um misto de orgulho e nostalgia ao ver como o tempo passa rápido e como a vida da minha filha está apenas começando.

Com um suspiro suave, vou até ela e descanso meus lábios em sua testa para acorda-la. Ela acorda preguiçosa-como sempre-.

- Alycia?- ela acende com a cabeça - se arrume, você vai trabalhar comigo hoje.

Me dói o peito.
Hoje eu vou leva-la comigo, ela já tem 16 anos e está desempregada... Tá, é um pouco perigoso, mas ela vai ficar lá dentro junto com uma colega, ela vai só tomar conta da limpeza geral. Não é nada de mais, é?
Bem, eu provavelmente estou sendo uma mãe terrível de acordar minha filha em plena dez horas da noite para levá-la para trabalhar em um lugar sujo e nojento...mas isso vai fortalecer ela, talvez? Ah! Eu tô tão nervosa e preocupada que parece que não penso direito! Da onde, Maya??

Quando percebo, já estou no carro e ela no banco da frente, vestida com uma calça moletom e uma camisa longa com a estampa de um V ( um cantor de um grupo de Kpop) que eu fiquei um bom tempo juntando dinheiro pra comprar. Sinceramente, eu acho ela linda, é marrom com apenas esse detalhe na frente. Um bom gasto, tenho que assumir.

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Olho em direção de Alycia.
Ela está de cara fechada, mas não parece magoada... é mais pra uma cara de... Tédio? Ou algo assim.

- Filha? - chamo a mesma indo em direção da cozinha. Aonde ela lava alguns copos e escuta um bêbado tagalerar em um canto como sente falta da ex esposa. Ele está com a cara vermelha de tanto beber e chora alvoroços.

- Sim, mamãe? - ela ergue as sombrancelhas em sentido de escuta.

Eu entro na cozinha e observo o tal bêbado virar mais uma garrafa de cerveja garganta a baixo antes de voltar minha atenção para Alycia.

- Olha- começo com um sorriso gentil - eu sei que isso foi uma grande surpresa - dou uma pausa para me corrigir - um desastre, na real.

Ela sorri pra mim e para de lavar o último copo para me escutar com atenção.

- é que... Desculpa - dou um sorriso amarelo - Eu sinto que errei em te trazer aqui. E que- olho em seus olhos, agora séria-  O chefe vai me pagar quase dois mil reais pelo seu trabalho, no caso, ele acha que você vai trabalhar diretamente com os clientes, e por ser muito bonita, ele pagou mais, mas eu e as outras meninas demos um jeitinho para que não entrasse em contato com esses trastes.

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