(In)Destrutível

Capítulo 3

Capítulo sem avisos, não há nada explícito nele. Boa leitura :)

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Nami não se considerava uma pessoa muito preocupada, mesmo com a vida que levava em alto mar. Não que ela não ficasse preocupada, ela simplesmente sabia que no fim tudo daria certo porque sempre dava. Luffy tinha essa magia na tripulação. O humor brilhante que contagiava até nos dias mais escuros, até nos dias em que ela jurava sentir a voz de Arlong ressoando atrás da porta. No fim, tudo ficaria bem porque eles estavam juntos.

Isso não significa que ela nunca ficou preocupada.

Então agora, olhando para o chapéu de palha em sua mão, o chapéu que Usopp e Zoro trouxeram com a notícia de que não acharam Luffy em lugar nenhum, ela se perguntava se desta vez poderia dar errado. Se desta vez realmente poderia algo sair dos trilhos e a receita perfeita de doce de leite desandar e tudo vir à ruína.

Quatro dias passaram. Luffy estava desaparecido há quatro dias e eles simplesmente não tinham ideia de onde ele poderia estar. Nami não consegue tirar os pensamentos da cabeça de que eles já deveriam estar em alto mar, ficar muito tempo num lugar só era perigoso, há novos lugares para geografar, como Luffy está agora? São perguntas que ela ainda simplesmente não tem uma resposta lógica. Seu capitão vive se metendo em encrenca, sim, mas ela não se lembra dele ter desaparecido por tanto tempo sem um único aviso ou mensagem maluca.

Eles estão nessa ilha há seis dias, Luffy desapareceu na tarde do segundo dia quando aquele incêndio começou. Isso traz novamente o questionamento de Robin.

"E se quem causou o incêndio, for o mesmo que está com Luffy?" Robin disse na manhã do segundo dia em que seu capitão estava desaparecido.

Fazia sentido. Luffy valia trezentos milhões de beris e isso poderia realmente levar caçadores de recompensas a tentar pegar sua cabeça. Mas ela também não pode deixar de pensar na coincidência disso tudo. Luffy podia ser idiota, mas não era burro. Ele sabia se virar, sabia se cuidar, como ele foi capturado assim? Porque é óbvio que ele foi, Luffy não ia a lugar nenhum seu chapéu de marca registrada.

Ela não pode deixar de pensar em como isso parece astutamente planejado. Em como ninguém viu nada, como não há sinais de Luffy, não há rastros para seguir. Um plano bem montado. Ela não sabia porque isso a deixava ainda mais receosa.

"Algo te incomoda, navegadora?" Robin a perguntou, com seu característico sorriso pequeno e voz suave. Nami a conhecia bem o suficiente para enxergar o leve ar de preocupação em seus olhos tranquilos e brilhantes.

"Apenas pensando que se isso foi um plano, nosso inimigo é alguém possivelmente perigoso" Nami apertou os dedos enquanto falava, visivelmente meio nervosa.

"Já enfrentamos inimigos inteligentes antes. Nós vamos o trazer de volta, certo?" Robin sorriu e de olhos fechados.

Nami até poderia se sentir melhor, mas ela conhecia bem o suficiente de sua amiga para conhecer também seu humor malditamente negro. Então se até Robin não estava fazendo suas eventuais piadas depreciativas, ela definitivamente estava mais preocupada do que aparentava.

Neste momento, ambas as moças caminhavam pela cidade em reconstrução. Não era exatamente uma cidade super grande, mas também não era pequena e era portuária. Ou seja, muitos navios iam e vinham em busca de suprimentos, diversão e descanso. Nami só não estava mais preocupada que seu capitão não estava em nenhum dos sete navios que zarparam nesses últimos dias porque Robin e Chopper conferiram. Robin com seus olhos e ouvidos surgindo onde quisessem e Chopper com o cheiro de Luffy, que mesmo sendo forte e marcante não estava por perto.