capitulo 5

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ALAN PARKER

Φόβος significa medo na língua grega. É uma palavra estranha e difícil quando não sabemos decifrar. E o medo é exatamente isso,algo estranho e difícil quando não conseguimos o decifrar. Na maioria das vezes o medo chega sem aviso. Ele te faz tremer,te faz suar,faz com que você sinta o mundo parar. Tudo para. Menos o seu coração,ele acelera cada vez mais.

Acelerado. Era assim que estava o coração de Kai. Poderia ouvir seus batimentos,não estava tão longe,mas não estava perto o suficiente para ouvi-los. E mesmo assim eu conseguia escutá-los.

Nathalia. Esse era o significado de medo no dicionário de Kai. Tudo naquela garota li dava angústia,ele nem sequer conseguia ouvir seu nome sem sentir calafrios. Kai fazia o possível para não deixar seus traumas visíveis,mas não era tão fácil,nunca seria. Sempre dei o meu máximo para amenizar toda essa situação,com piadas,xingamentos referentes a Nathalia,e na maioria das vezes conseguia fazer Kai rir. Pensei que aquela dor poderia ter diminuído,mas quando vimos uma certa loira de mini saia sentada em uma das mesas da lanchonete,acompanhada. Essa esperança foi por água abaixo.

—Se importaria se fossemos para outro lugar?—pergunto discretamente para a garota que dominava meus pensamentos nos últimos dias. Seus olhos não eram um enigma,pelo menos não para mim. E neles eu conseguia ver,eu conseguia ler,conseguia entender tudo que queriam transmitir. E agora,ela sabia exatamente como ler os de Kai.

—Claro que..—ela é interrompida por um grunhido emitido por kai que se virou em nossa direção rapidamente,sua expressão não era das melhores.

—Podemos só...—respira fundo—escolher uma mesa?—mantém seu olhar baixo e perdido.

Odiava essa olhar. Odiava ver o brilho que se mantia preso naqueles olhos de trevo,sumir.

—Tem certeza?—insisto fazendo o mesmo bufar e sentar na mesa mais próxima,mais próxima e mais distante de Nathalia.

Kai fez questão de sentar no banco que fazia ele ficar de costas para a mesa da loira. No meu caso,fiz questão de sentar ao lado da minha futura esposa.

Cinco minutos. Silêncio. Silêncio era tudo que se ouvia naquela mesa. Kai se mantia quieto,pensativo,triste. Odiava vê-lo dessa forma,odiava não ouvir seus assuntos desconexos,suas implicâncias.
Silêncio não combinava com ele,silêncio significava problema no seu dicionário.

—Boa tarde—um garoto que parecia ter volta de dezesseis anos,e que usava o uniforme da lanchonete,falou distribuindo os cardápios—Sou Barry,vou ser seu garçom essa tarde.

Falava copiando a animação de Kai. Ótimo,nem o maldito garçom poderia mostrar felicidade nesse momento.

—Boa tarde,Barry—Morgana se diferenciou li oferecendo um sorriso e olhou para o cardápio atenta—alguma sugestão?

—Nossa torta de frango é bem famosa—indica mostrando no cardápio a torta que acompanhava azeitona e tomate. Vejo uma expressão de nojo se formar no rosto de Kai. O mesmo odiava azeitonas e odiava frango. Sempre fomos uma dupla perfeita pela teoria da azeitona.

—Teria outra sugestão?sem frango,sem azeitona..—Kai finalmente se pronuncia com esperança em sua voz. Vejo tédio estampado no rosto de Barry.

—Nossos sanduíches também são muito bons—indica mais uma vez mostrando as diversas opções de sanduíches no cardápio.

—O que você acha Morg?—olha sugestivo para a garota ao meu lado—escolha tudo menos frango e azeitona.—ameaça fazendo a mesma rir.

—hambúrguer e fritas?—o olha com aqueles lindos olhos de chocolate brilhando. Olhe apenas para mim dessa forma,chocolate. Não deixe que seus olhos brilhem desse jeito quando não estiverem olhando para mim.

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