Capítulo 10

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Mon

A luz que entrava pela janela do quarto de Samanun foi o suficiente para me incomodar ao ponto de fazer com que eu me levantasse para fechar a cortina. Depois de fazer o quarto voltar para o delicioso breu que eu almejava, percebi que a figura da minha chefe não estava em lugar nenhum do ambiente e após chamá-la algumas vezes, me dei conta de que na verdade ela não estava em casa.

Peguei meu celular para mandar uma mensagem perguntando se havia acontecido alguma emergência com a Diversity ou com a família dela, mas na mesinha da lateral, onde meu celular havia sido colocado, uma carta feita à punho por Sam repousava.

Monnie,

Bom dia! Espero que não tenha acordado somente na hora do almoço.

Você deve ter estranhado o meu sumiço, por isso peço perdão. Mas eu tive que sair um pouco para resolver uns problemas meus, foi algo que decidi fazer de última hora e que minha mente clamava.

Mon, eu não sei que horas devo chegar em casa hoje, então se quiser pode ir dormir na sua. Apesar de eu realmente desejar te ver quando finalmente pisar em casa, acredito que seus pais estejam estranhando a filha deles o tempo todo dormindo na casa da chefe. E a última coisa que eu quero é enfrentar a ira de Khun Aon e Khun Pohn, sério!

Acho que é isso... nós nos vemos em breve?

Me derreto vendo você dormir,

Samanun.

Apesar de um sorriso brotar em meus lábios com a despedida da carta, a mensagem naquele papel havia me deixado curiosa. E minha mente martelava novamente no que eu tinha escutado atrás da porta. Será que ela havia ido resolver algo sobre aquilo?

"Eu só queria que ela continuasse a confiar em mim... Não Mon! Você prometeu a si mesma que deixaria essa loucura acontecer naturalmente! Você sabe o que acontece quando força as coisas a acontecerem..."

Eu havia acabado de chegar na Inglaterra, tinha decidido ir morar no país juntamente com meu pai, minha madrasta e meu meio-irmão mais novo.

- Bem-vinda minha princesa! - meu pai, Arthur, adorava me tratar como criança, apesar de eu já ter 20 anos de idade.

- Oi, pai - o abracei. Seu cheiro de charuto era algo que realmente nunca mudava - onde está Aline? E o pequeno Richie? - perguntei sobre a sua esposa e meu irmãozinho.

- Ela está com Richie em casa, ele acordou com um pouquinho de febre.

Olhei preocupada - algo sério?

- Não. Apenas coisa de criança - me explicou - as aulas voltaram e ele é pequeno, só tem sete anos. É normal, Mon.

- Que bom então - suspirei aliviada.

Morar com a outra metade da minha família em um país com cultura completamente diferente, estava sendo um desafio que até que era divertido de enfrentar.

A lembrança fez com que eu me perguntasse como eles estariam.

Agora eu já estava na metade do primeiro semestre do meu curso de Direito na Universidade de Essex e corria de um lado para o outro da grande biblioteca atrás dos livros necessários para as provas que se aproximavam. E de tanto correr, acabei esbarrando em uma mulher, que a xingou baixinho.

- Não olha para onde anda mais? - a morena tinha um sotaque carregado, talvez francês?

- Perdão... - disse acanhada - eu estava apressada para ir ao dormitório - eu havia me alojado em um dormitório muito a contragosto. A ideia havia sido de seu pai, que insistia que ela tivesse uma vida normal na universidade.

Until I Found YouOnde histórias criam vida. Descubra agora