Prólogo

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POV Rayze

Eu nasci em 25 de novembro de 3026, desde meu nascimento escuto a mesma história de que nós, sobreviventes de guerra, precisamos nos fortalecer a cada dia para podermos sobreviver. Hoje, novembro de 3042, o mundo se recupera de sua 4º guerra mundial, não seria problema se esse processo de reconstrução não estivesse sendo feito á mais 50 anos. Nós moramos em XL05, um continente criado pelo governo após a 3º guerra mundial, para abrigar os sobreviventes de todos os países caso a guerra voltasse... E ela voltou trazendo um enorme caos e destruição para todos os continentes, causada pela rixa entre os dois únicos países que dividiam o mundo, de um lado as Américas e do outro a Ordem.

Nesse mundo em que eu nasci, armas de fogo não fazem efeito em pessoas, nossos corpos se desenvolveram em meados da guerra para que balas e misseis não nos ferissem, mas mesmo com essa pele imune a balas de fogo nossos corpos ainda são capazes de sentir a dor de um soco, o ardor de um ralado e até mesmo a dor e o inchaço causado por picadas de insetos. Apesar de armas de fogo não nos ferir mais, o governo desenvolveu armas com estilo medieval aprimoradas para poder ferir nossa pele e assim impor ordem e segurança, o mundo deixou de ser guiado pelas armas e agora vivemos num mundo onde dependemos de nossas habilidades para sobreviver. Meu pai fazia parte do exército e sempre foi visto como o melhor e mais forte guerreiro, mas por motivos que eu desconheço ele foi condenado a morte, meu pai foi arrancado de minhas mãos. Minha mãe? Ela é só mais uma das milhares de prostitutas de luxo espalhadas pelo continente que só pensam no próprio nariz e se contentam em ganhar esse dinheiro sujo. E a propósito, meu nome é Rayze.

A única coisa que me faz lembrar do meu pai é uma espada antiga que a ele pertenceu, ela jamais perdeu seu brilho ou teve sua lamina suja de ferrugem, meu pai costumava me dizer que a espada era sabia, mas claro que eu nunca me convenci de que uma espada poderia ser sabia, ainda mais por ela estar com a inscrição: "Feche os Olhos e Veja a Verdade"; eu nunca entendi essa inscrição, não tem sentido! Se eu fechar os olhos eu não vou ver nada certo? Mas deixando isso de lado, essa espada é um enorme fardo para alguém de 16 anos como eu, mas eu a carrego sempre ao meu lado para que assim eu possa sentir as lembranças que sobrou do meu pai e senti-lo vivo através dela.

Em nossa sociedade o dinheiro foi substituído pela troca e pelo trabalho, tornando a sociedade mais igualitária. As únicas coisas que não se consegue facilmente são equipamentos para combate, pois necessitaria de um árduo trabalho sobre-humano. Na minha escola a única coisa que lhe ensinam é como se tornar um melhor estrategista em combate ou como sobreviver a ataques surpresas, porem há um grupo de alunos do último ano que conseguem esses equipamentos por meio de roubos, eles também nos ensinam a ser o melhor guerreiro. O único armamento que tenho a permissão para uso próprio diariamente é uma espada de madeira, velha e envernizada, que o colégio nos fornecia para treinamento.

O que eu não possuo de habilidade com meu corpo ou com armas eu tenho de inteligência, considerado o melhor estrategista da escola, apenas por ler algumas anotações velhas, e por esse motivo sou excluído de todos os grupos da escola, ninguém me quer por perto, e eu só continuo vindo para essa escola de ignorantes para que eu possa um dia me tornar forte e vingar a morte de meu pai.


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