O primeiro dia

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Janeiro de 3032
Querido Rayze
Se você está lendo este diário significa que minha batalha teve fim, e que não estou mais ao seu lado, você tem apenas 2 anos, mas muitas de suas habilidades já são demonstradas, e você não sabe o quanto me orgulho disso.
Por onde começo?
Ah! Sim, sobre sua mãe. A história que lhe contei de sua mãe é falsa,sua mãe não é uma prostituta, pelo contrário, ela é uma deslumbrante guerreira, que lutou ao meu lado em muitas de minhas batalhas, ela é uma mulher alta, loira e de olhos iguais os seus, vermelhos com sangue. Nós somos de uma família onde somente os descendentes dessa família tem poderes mágicos, onde podemos controlar as forças da natureza e que com o tempo eu sei que você vai descobrir, mas nessa família há quem use seus dons para o mal e por causa dessas pessoas nossos poderes foram proibidos e quem usar deles tem como sentença a execução pública.
Muitos entes queridos do nosso clã foram decapitados bem em minha frente pois estavam usando seus poderes para salvar outras pessoas, e como resposta o governo diz: "A mesma força que ajuda um dia, pode matar no outro" e essa frase fez a cabeça do povo que sem medo algum ataca as pessoas que tentam ajudar outras. Quero te contar que você tem uma irmã, ela se chama Shin, seus cabelos são castanhos e os olhos violetas assim como os meus,você não chegou a conhecê-la porque quando o primeiro filho de Mayra, sua mãe, e eu nasceu nós tivemos que nos distanciar e criar os filhos separadamente, por esse motivo você não conhece nem ela nem sua mãe. Mas não se preocupe, um dia você as conhecera, só tenha cuidado porque em nossa família é muito comum irmãos se casarem, seja para fortalecer os filhos ou a família, mas sempre há um sacrifício a fazer, caso vocês tenham filhos eles terão de ser criados separadamente, para que um não impeça o crescimento do outro. É estranho, mas nossa família é estranha, e você poderá optar em ser um grande mago é viver escondido ou um grande guerreiro e viver exposto como eu fiz.
Você deve estar se perguntando sobre a espada que lhe deixei como herança, lhe peço que guarde-a com sua alma, pois essa espada passou de geração em geração até chegar a suas mãos, e para cada guerreiro que a empunha-la, ela será de um jeito, alguns foram uma marreta, outros em forma de um bastão e outros, assim como eu, tiveram espadas, não importava se era espada de mão única, de duas mãos ou duas espadas. Lembre-se que a combinação de armadura e espada lhe transforma em um guerreiro muito habilidoso, caso não use armadura tenha certeza de que poderá controlar seu poder e usá-lo em combate seja para o bem ou para o mal, eu sei que você fará a escolha certa. As escrituras que aparecem na espada são obras de seus antigos donos, alguns são enigmas que quando vc estiver próximo de descobrir ele irá arder como uma chama, a cada enigma que você resolver a espada lhe dará mais força, uma força que poderá mudar o mundo.
Ah também quero lhe contar sobre aoimoku no akuma. A mais de 800 anos o céu e o inferno entraram em guerra, e demônios começaram a invadir akihabara uma cidade situada no Japão, os anjos ajudavam os humanos a enfrentar tais demônios, mas um específico era quase que impossível de se derrotar, ele aparecia do nada, e do nada sumiu, até que um grupo formado por 5 anjos e 3 humanos conseguiu aprisionar essa demônio em um jarro encantado, e por lá ele permaneceu por séculos, até que em 16 março de 3030 o jarro se quebrou e o espírito do demônio começou a reunir forças para voltar ao seu esplendor, porém, nos magos conseguimos aprisioná-lo novamente no corpo de uma criança, e essa criança é você filho, ninguém conseguirá lhe ensinar a usar tais poderes, mas os poderes que você vai ter será incalculável e indestrutível, tome cuidado pois ele poderá tentar controlar seu corpo e agir da forma que ele quiser, seja forte.
Um segredo que quero lhe contar é sobre o governo...
POV-Rayze
"O diário está com uma parte rasgada, e bem onde meu pai iria me contar algo sobre o governo, o que será que ele queria me contar?"- pensava.
Escutei três batidas na porta, eu ainda estava só de toalha enrolada na cintura, engoli o choro e peguei minha roupa para me vestir. Novamente, três batidas na porta, agora com um pouco mais de força e uma voz de mulher disse:
-Rayze-sama? Você está bem?
-Sim, só um segundo para terminar de me trocar...
-Claro senhor
A voz dela era calma e gentil, parecia que ela estava tímida pois a voz dela tinha leves falhas, como se estivesse insegura, meu pé não passava pela calça, e a menina precisava entrar para me informar de algo, acabei desistindo de por a calça, coloquei minha blusa e a capa e a fechei, dava a impressão que eu usava um longo vestido preto com detalhes em branco, chamei a menina para entrar e ela muito envergonhada abriu a porta botando só a cabeça para dentro do meu quarto e pedindo autorização para entrar. Acenei com a cabeça e ela entrou, me surpreendi com a roupa que ela usava, era um vestido preto sem alça e que parecia lhe esmagar os peitos e lhe prender a respiração, sua calcinha estava marcada no vestido, ela tinha coxas grossas e fortes que lhe dava a característica de uma guerreira ágil. Ela tímida disse:
-Senhor Rayze-sama, o tenente e o vice-comandante exigem sua presença no salão colonial.
-Claro, porém não sei onde é.
-Eu o acompanharei
-Está bem, me dê cinco minutos para me trocar senhorita...
-Amber senhor.
-Obrigado Amber
Me troquei rapidamente, porém minhas roupas estavam furadas e gastas, procurei por algo que eu pudesse usar no lugar da blusa, fui em direção ao armário e quando o abri estava cheio de roupas novas e arrumadas em formas de conjunto, todas tinham o mesmo estilo: uma capa, uma calça, um cinto com lugar para guardar armas leves, luvas,uma blusa e algumas tinham uma máscara estranha que chegava até a me assustar, e eu não entendia o significado daquilo. Amber bateu na porta e perguntou se eu iria demorar, peguei um conjunto onde a capa era branca como a neve, e o vesti, arrumei minha arma no cinto e coloquei a espada na sua bainha e coloquei em minhas costas. Me dirigi a porta e quando a mesma se abriu apenas deslizando para dentro da parede, Amber pareceu ter ficado surpresa e ficou me observando por um tempo, me olhou três vezes de cima a baixo.
-Está tudo bem?
-S-s-sim senhor- ela disse e se curvou para mostrar respeito
Botei a mão em sua cabeça e disse:
-Não preciso se curvar para mim, sou uma pessoa normal como você.
-Me perdoe senhor Rayze-sama
-Me chama de Rayze, pode me responder uma pergunta?
-Claro senh... Rayze, qual a pergunta?
-Fiquei bonito?
Ela ficou vermelha de vergonha e antes que ela respondesse eu cai na risada e lhe disse que eu estava brincando, ela deu um suspiro de alívio, me olhou séria e depois começou a rir. Ela pediu que eu a seguisse e foi o que eu fiz, começamos a andar e de vez em quando passávamos perto de alguma pessoa que vinha a se curvar para mim, e aquilo me deixava cada vez mais confuso. Perguntei a Amber se eu poderia passar rapidamente na ala hospitalar, ela acenou com a cabeça e disse que eu precisaria ser rápido pois o tenente e o vice-comandante não gostavam de esperar, lhe disse que não iria demorar quase nada, só iria fazer uma visita.
Entrei no hospital e entrei na ala especial, onde cuidavam de pacientes de casos graves e pessoas em coma, Shin e Jhon estavam deitando um ao lado do outro, me sentei no meio e segurei a mão dos dois e comecei a falar:
-Amigos, vim só fazer uma visita a vocês, espero que vocês melhorem logo, pois eu me sinto muito mal em ter feito isso com vocês, sinto que não posso continuar ao lado de vocês depois de tudo que eu lhes fiz. Tenho agora uma reunião com o vice-comandante, mas logo eu voltarei para vê-los.
Me levantei e fui em direção à porta principal do hospital, porém era muito triste passar por homens, mulheres e crianças feridas, ou contaminadas por radiação, ou com doenças terminais. Sai pela porta e Amber estava encostada na parede, com um cigarro na boca, braços cruzados e com um olhar perdido em direção ao chão. Botei a mão direita no bolso e fui na direção dela, estiquei o braço esquerdo e com dois dedos segurei o cigarro que estava na boca dela e o joguei no chão, ela me olhou novamente com um olhar surpreso e eu disse:
-Cigarro mata tanto quanto espadas, cuide-se. Vamos?
-S-s-sim
Voltamos a andar, eu com ambas as mãos no bolso e ela com as mãos entrelaçadas nas costas, andávamos calmamente e em silêncio. Chegamos até a porta do salão colonial, era uma porta enorme com cinco metrô de altura e com detalhes em ouro. Ela deu três batidas na porta do salão, o mesmo número de vezes que batia na minha, as portas começaram a se abrir e entrei logo depois dela, parei em frente à mesa do vice-comandante e lhe cumprimentei, ele disse:
-Bem vindo Rayze, Amber está dispensada, obrigado.
Ela se retirou do salão e Vicent começou a falar:
-Amber é uma aprendiz ainda, meio estabanada mas em breve será uma boa guerreira, tem muita força de vontade e agilidade tanto com braços quanto com as pernas.
-Eu não concordo, ela é uma das piores aprendizes que já tive- disse o tenente
-Bom não viemos tratar disso, Rayze, você será promovido a capitão de seu próprio esquadrão, você pode escolher quais habilidades quer que seus soldados tenham.
-Vice-comandante, agradeço a promoção e gostaria de ter soldados com habilidades variadas.- eu falei
-Que pedido estranho, mas está tudo bem, tenente alguns de seus aprendizes podem fazer parte do grupo dele?- disse Vicent
-Pode levar todos aqueles inúteis se quiser, só lhe desejo sorte.
-Eu não preciso de sorte, só preciso lhes ensinar as coisas direito.
-Está me insultando novato?
-Se eu estivesse você não teria percebido.
-Senhores, não precisamos de brigas, irei transferir todos os aprendizes para seu novo salão Rayze, Amber lhe mostrará onde fica.
-Obrigado, com licença
Me curvei e fui em direção à porta, o tenente acompanhou todos os meus movimentos, abri a porta e Amber me aguardava, ela me disse que me levaria ao meu salão e foi o que fez, andamos até uma parte da base que parecia ter sido abandonada fazia anos. Estava cheia de mato no corredor e algumas plantas nas parede, a iluminação era péssima e eu precisava arrumar tudo aquilo. O salão que entramos não era tão grande, mas havia espaço para treinar sem nenhum problema. Me aproximei do painel de dados que estava em uma das paredes e coloquei minha mão para reconhecimento da digital, deu erro duas vezes e na terceira ele logou mas com outro nome... Era o nome do meu pai, apareceu todos os dados de habilidade dele e de seus soldados, nenhum deles tinha nada de especial, e eu não entendia como que eles eram uma equipe lendária de ninguém tinha nada de especial. Abri o computador ao lado e dessa vez o login foi feito com meus dados, e como sempre eu deveria configurar todo o sistema. Não era uma tarefa fácil cuidar da transferência, escolher nome de equipe, olhar um a um os novos cadetes, escolher cor de equipe para que as pulseiras dos soldados mudassem e eles soubessem que haviam trocado de equipe.
Acabei escolhendo o nome do demônio que meu pai havia citado "aoimoku no akuma" e como nome diz: demônio de olhos azuis, nossa cor seria azul. Terminei essas configurações e enquanto esperava os novos cadetes fiquei olhando um a um os dados deles, e suas habilidades especiais, três pessoas me chamaram a atenção, uma delas era Amber por causa de seu equipamento é de seus dados que eram totalmente desarrumados. Se passaram dez minutos e tinham chego apenas 5 de 22 cadetes, decidi começar a apresentação, eles estavam um do lado do outro.
-Atenção novos cadetes, eu sou o capitão Rayze, essa é a mais nova equipe da base rebelde, nosso nome é aoimoku no akuma. Sei que alguns de vocês estão acostumados com equipes de somente uma classe, mas acho interessante a mistura, pois o que falta em um, sobra no outro.
Os outros 17 chegaram ao mesmo tempo, todos estavam com cara de cansados e com roupas rasgadas, e alguns estavam feridos, entre eles estavam Amber.
-Ajudem-os, alguém me conte o que aconteceu.
-Quem é o novo capitão? Só ele tem autorização de saber tal informação.
O cara que disse tinha dois metros de altura e era largo e forte, digno de um homem da classe "tanque".
-Eu sou seu novo capitão.
-Você? Um pirralho fracote? Não me faça rir.
-Pareço fraco mas comando está equipe, quem você acha que é fraco?
-Ainda não acredito.
Lhe mostrei minha medalha no peito e no mesmo segundo ele se ajoelhou dizendo:
-Me perdoe capitão, não queria insultá-lo, por favor me perdoe
Estiquei a mão para colocar sobre suas costas e vi que muitos dos cadetes entraram em pânico e começaram a tremer.
-De que vocês estão com medo?
-Nosso antigo capitão nos agredia caso errássemos ou fizéssemos algo que lhe ofendia.
-Todos de pé e em fileiras divididas por classe e com os maiores no fundo.
Subi no palanque e lhes olhei, todos se colocaram em suas determinadas filas, alguns mal conseguiam se levantar.
-Quem não puder ficar de pé, por favor sente.
Varios homens e mulheres se sentaram, alguns caíram como se não aguentassem o próprio peso.
-Eu sei que sou novo, mas sou seu capitão, não irei agredi-los por errarem, pelo contrário, irei incentivá-los a fazer direito, falta de respeito não será tolerada, querem se tornar grandes guerreiros? Então sigam minhas ordens, porque eu não sou chefe de vocês, não irei abandoná-los na guerra, eu serei líder de vocês, e nenhum soldado será deixado para trás nessa guerra. Se eles determinam as melhores equipes por soma de pontos então nós seremos a equipe com maior soma de pontos e ganharemos equipamentos para cada classe específica, porque sei que alguns de vocês não usam armaduras certas para suas habilidades. Confiem em mim e faremos desse pequeno espaço nossa nova casa.
Depois desse discurso todos gritavam e vibravam, notava-se a alegria e a esperança que todos tinham, primeiro precisávamos cuidar de todos os feridos e limpar todo o local, todos estavam ajudando a limpar o local, até as pessoas que estavam com braço ou cabeça enfaixados ajudavam o máximo possível. Peguei a lista de todos os cadetes e pelas suas habilidades fui definindo suas novas classes, havia tantos erros que algumas mulheres que deveriam estar em uma das classe de agilidade estavam na classe tanque, e homens que claramente deveriam ser tanques estavam em classes de habilidade manual ou de agilidade. Chamei um a um e fiz testes para atualizar seus dados, nossos equipamentos de exame eram antigos por isso precisei improvisar o máximo possível. Por fim separei corretamente cada pessoa, eles estavam terminando de arrumar o salão, nunca havia visto tantas pessoas com tanta boa vontade, parecia que eu havia lhes tirado do inferno. Estava terminando de organizar algumas folhas soltas quando senti uma mão encostar sobre meu ombro, virei-me e estava todos os novos soldados, um representante de todos disse:
-Capitão, queremos agradecer por como o senhor está nos tratando, aqui somos respeitados, coisa que com o tenente Roger é impossível. Obrigado!
Todos disseram "obrigado" ao mesmo tempo, colocaram sua mãe direita no peito esquerdo, juntaram os pés e se curvaram em sinal de respeito. Eu lhes disse:
-Quem precisa agradecer sou eu, afinal, nós somos uma equipe, um por todos e todos por um.
Fiz o mesmo gesto que eles e os dispensei, continuei no salão arrumando algumas coisas eletrônicas nos monitores e nos equipamentos, estava deitado embaixo de minha mesa resolvendo um problema de cabeamento do computador, quando percebo o vulto de mais alguém no salão, deslizei-me um pouco até conseguir ver, era Amber estava de pé em minha frente, agora sem a roupa de treino e novamente de vestido, ela estava de salto alto e do ângulo em que eu estava conseguia ver sua calcinha rosa e com detalhes em branco, ela parecia querer me mostrar pois estava bem próxima e com as pernas abertas. Era estranho como a mesma pessoa poderia ser tão tímida em uma hora é tão atirada em outra, mas em nada me excitava, eu ainda a olhava como uma pessoa normal, nada mudava. Ela se abaixou me dando visibilidade ao seu decote e disse:
-Temos algum tempo antes da comemoração capitão, gostaria de alguma coisa?
Ela passava a língua em seus lábios calmamente, e eu a respondi:
-Comemoração? É verdade a cerimônia das equipes é hoje e eu havia me esquecido, obrigado por me lembrar.
Levantei-me e sai correndo o mais rápido que pude do salão em direção ao meu quarto, ao entrar mal tranquei a porta e já arranquei as roupas para o banho, larguei tudo sobre a cama e fui tomar uma ducha rápida. Estava terminando de ensaboar-me quando escuto na porta:
-Senhor Rayze-sama? O senhor não vai para a cerimônia?
Era Amber, mas ela acabara de me avisar sobre a cerimônia.
-Só um instante.
Terminei de me trocar e amarrei a toalha na cintura, sai do banheiro e Amber estava sentada de costas com um vestido longo branco e cabelo preso, ela se virou e me viu com a toalha amarrada a cintura e logo cobriu o rosto de vergonha, me troquei o mais rápido que pude, peguei qualquer roupa e terminei de me vestir, disse a ela que poderia voltar a olhar e quando ela me viu começou a rir muito, perguntei o que havia acontecido e ela disse:
-Nós iremos a uma festa, não só campo de batalha senhor- e continuou rindo
-Verdade, mas eu não sei o que usar.
-Me permite ajudá-lo?
-Claro
Ela se levantou e andou até meu guarda roupa, pegou uma roupa mais formal e me deu para vestir.
-Mas é minha espada?
-Não se leva espada senhor
-Irei levar sim, nunca se sabe quando iremos precisar
Segurei a espada e pensava em como levaria uma espada tão grande com uma roupa formal, a espada começou a brilhar e foi diminuindo de tamanho até ficar fina e leve como uma espada de cavaleiros, os olhos de Amber brilhavam e ela estava surpresa com o que acabara de presenciar, lhe dei o braço direito e perguntei:
-Vamos senhorita?
Ela ficou vermelha e disse:
-S-s-sim senhor
-Já falei pra não me chamar de senhor, só Rayze
-Me desculpa, é costume.
Fomos então até o salão imperial, um grande e luxuoso salão dividido em várias cores e em uma dos cantos havia uma cor branca ligada ao centro, assim que entrei ouviu-se por todo o salão uma voz bem alta:
-Atenção todos, por favor se levantem! Estamos aqui para lhes mostrar a mais recente equipe, que foi reativada pelo filho de um grande líder rebelde, Rayze Menyzaki, por favor, você é todos os seus soldados ao centro do salão.
Nos dirigimos até o centro, eu fiquei na frente e meus soldados enfileirados atrás de mim, a voz continuou:
-Por favor, diga o nome de seu esquadrão e sua cor de referencia.
-Eu sou o capitão Rayze, tenho 17 anos, minha equipe é composta por 22 grandes e poderosos soldados que foram subestimados por seu antigo tutor, o nome do meu grupo é: aoimoku no akuma e nossa cor é azul.
Um silêncio se criou em todo o salão e logo começaram os comentários entre pessoas, que de tão baixo mal eram ouvidos mas acabavam criando um certo "barulho" no salão.
-Muito bem, vejo que a equipe de Lyoto foi reaberta com mesmo nome e cor, sejam muito bem vindos equipe azul. Que a diversão comece!
A música começou a tocar e o setor onde era branco agora se tornará azul, aquela voz que se ouvia durante a cerimônia me era familiar, porém não conseguia me lembrar quem era, Alguns de meus soldados me puxaram para a pista de dança e começamos a dançar sem parar, todos os capitães das equipes ficavam sentados ao lado de seus conselheiros e vice-comandantes, e somente eu fui dançar junto com meu cadetes. A música começou a desacelerar e logo iria começar uma música lenta, senti que era hora de parar, me sentei em uma mesa ao lado de Amber, todos os soldados tinham companhia para a noite, Amber olhava para os casais e suspirava.
-O que aconteceu?
-Nada! Nada de importante...
-Você suspira e seus pés não conseguem ficar parados, algo me diz que você quer dançar...
-Eu?! Com quem eu dançaria, e também eu não sei dançar...
Ela abaixou a cabeça com uma expressão triste, me levantei, estiquei a mão e disse:
-Eu não sei dançar, mas para tudo há uma primeira vez, dança comigo?
Ela se encheu de vergonha mas esticou a mão e eu quase que a arrastando levei para o centro da pista de dança. A música tocava em um ritmo gostoso de se ouvir, segurei gentil e educadamente sua mão direita esticando seu braço, sem esticar por completo, mas também sem ficar muito próximo, coloquei delicadamente minha mão esquerda em sua cintura e ela se aproximando colocou sua mão em meu ombro, começamos a dançar o básico: um passo para a direita e um para a esquerda, olhei em volta de todo o salão e notei algumas câmeras que pareciam ter foco específico, Amber me observava atentamente, olhei em seus olhos e continuei dançando, comecei a levemente levar minha cabeça para frente e ela acompanhou meu movimento, a ponta de meu nariz encostou no dela, ela cessou seus olhos e eu fiz o mesmo gesto, nossos lábios se aproximaram o suficiente para que não houvesse espaço os separando. Foi só então que eu percebi que a música havia parado e todos nos observavam, mas Amber continuou de olhos fechados e dançando, seus braço estavam entrelaçados em meu pescoço e minhas mais em sua cintura e eu simplesmente, fechei meus olhos...

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