Aquele com "ela"

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Minha mente já não era mais a mesma. O vejo falar, seus lábios se movem e tenho quase certeza que ouço algum som ao fundo mas não consigo decifrar.
Minha cabeça doía e aceito finalmente que deveria ir embora.

- Bom, acho que já vou, Finn - digo a ele e procuro algum dinheiro na bolsa.

- Te levo em casa.

- Não precisa - respondo sem o olhar.

Sinto ele se aproximar aos poucos, me puxa pra perto. Sinto seu cheiro forte de álcool misturado com seu perfume com um toque amadeirado. Ele levanta meu queixo fazendo com que o olhasse nos olhos. Ele era lindo, seus olhos claros pareciam tão grandes por esse ângulo.

- Ei... ei. Não. - Mas ele não era ela - Desculpe, desculpe mesmo. Mas não dá.

- Sério? A gente passou a noite juntos. Achei que poderia...

- Não, desculpe. Eu até pensei mas, não vai rolar - o interrompo e abro a porta.

- Tudo bem, não se desculpe - me levanto e deixo no balcão uma quantia para ajudar nas bebidas, eu nem sabia quanto havia bebido.


Me encontro do lado de fora do bar. Sinto os pingos da chuva tocar minha face, sinto o frio vindo do vento de fora, ele se misturava com o frio na barriga causado pelas borboletas no meu estômago. Uma parte de mim tentava dizer que estávamos sem rumo, mas por outro lado eu sabia exatamente pra onde ir.

Sou atingida por uma epifania de sentimentos, lembranças e sensações.

Me vejo correndo pela cidade, sem me preocupar se iria demorar a chegar meu destino ou não. As borboletas estão aumentando, minha cabeça dói e agora havia lágrimas no meu rosto se misturando com os pingos da chuva.

E de repente, estou em frente a casa dela. Sem pestanejar paro em frente a sua porta e bato como se não houvesse amanhã.

- Addison! Addison! - grito seu nome tão desesperadamente quanto bato em sua porta. Dou alguns passos pra trás e procuro alguma luz ligada em sua janela.

- Addison! Addison Montgomery! - grito olhando para todos os lados, implorando para que apareça um único sinal sequer de que você ainda está ali. Gritava até sentir me faltar o ar

Olho desesperada ao meu redor a procura de uma pedra como naquelas comédias românticas. Já não sei mais o que fazer.

- Meredith? - ouço sua voz aveludada vindo de trás e sinto as borboletas se aquietarem - O que faz aqui? - me viro para olhar pra você

Gostaria de te dizer muitas coisas, minha mente grita "diga, diga, diga" mas não consigo. Estou paralisada. Meu coração aperta e sinto choques por todo meu corpo, minha única reação após alguns segundos olhando para seu rosto lindo encharcado é lhe abraçar.

Corro para seus braços e me afundo neles. Você não retribui, sinto-lhe em choque. Paro o abraço após alguns segundos e lhe olho nos olhos.

- Eu espero. Eu espero você. Está tudo bem. Por mais que eu esteja morrendo para saber o que há de errado. Por agora o que me importa é você. Queria saber de tudo para cuidar de ti, lhe proteger do que é que seja que tenha de errado. Mas no momento a algo que quero mais - seguro seu rosto lindo com minhas mãos - Quero você. Não me importa se mentiu ou me escondeu qualquer coisa, eu não ligo e só quero estar com você. Então, por favor se por acaso você ainda me quiser também querida. Por favor, me deixe voltar para sua vida.

A chuva nem minhas lagrimas me permitem saber diferenciar, mas diria que seus olhos estão inundados também. Só precisava de um sim, um único sim.

Porém foi mais que isso. Suas mãos deixaram de ficar estáticas, elas levaram meu rosto até perto do seu e senti seu beijo mais uma vez. No momento a única coisa que eu era capaz de sentir era o gosto do seu beijo que tenho certeza que está tatuado em mim de algum jeito. E daí que é impossível de se tatuar algum gosto.

- Jamais poderia deixar de te querer. Nem se perdesse a memória novamente. De algum jeito eu ainda assim te amaria em algum lugar da minha mente.

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N

ão é o fim. Prometo terminar decentemente.

:)

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⏰ Última atualização: Jan 04 ⏰

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