Aquele com as crises

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Os dias estão sendo tão difíceis sem ela comigo, me aperta o peito a ver tão distante, mas quando estamos juntas ainda a vejo distante há algo que a mantém longe de mim e não sei exatamente o que é.

Entramos em um novo ano recentemente, mas ainda me sinto presa ao passado.
Quando à vi chegar e sentar na mesa próxima meu coração se encheu de algo inexplicável, mas ela não parecia ter me visto ali, estava absorta demais.

– Meredith?– Amélia me tira de meus devaneios

– Sim?!.

– Está bem?

– Claro que estou, por quê pergunta?.

– Está...– Amy continuaria sua fala se Karev não a interrompesse pergunta onde Lexie estava

– Ela não falou à nenhum vocês?– pergunto e todos negam com a cabeça curiosos

– Sr. Williams faleceu ontem a noite, ela disse que logo depois dos fogos foi abraçá-lo novamente e ele já não respirava.

– Minha nossa! Espero que ela esteja bem– April diz sentida

– Disse que amanhã irá voltar e tudo mais, e que está indo bem na medida do possível.

– Deveríamos estar com ela?– Amélia pergunta

– Se nos quisesse lá, nos chamaria né Amélia– Cristina à responde grosseiramente

– Ai quanta grosseira! Quer um braço pra morder não?– ela estica o braço para Cristina que ri

– Oie gente!– Era Arizona

– Oi!– falamos juntos

– Como vocês estão?– todos respondem ao mesmo tempo criando uma discussão alta onde pareciam pintinhos famintos– Esta bem?– Arizona me encara

– Na medida do possível– sorrio fraco

– Quando voltamos a falar com a traidora– Cristina diz devorando seu pudim

– Cristina!

– Ela tá do outro lado.

– Quantos anos você tem em Cristina? Não tem essa história de lado– Cristina revira os olhos

– Eu preciso ir– falo levantando assim que meu pager apita

– Vou com você!– Arizona se levanta e a segue– Está tudo bem, né?

– Como?

– Eu não tenho esse negócio de lado Meredith, você é minha amiga e Callie é amiga dela e sua também, né?– eu afirmo com a cabeça– E não é como se ela fosse um monstro para evita-la

– Ei, está tudo bem. Não ligue para Cristina, eu não me importo, ok– pego alguns prontuários

– Está triste querida.

– É claro que estou, durante toda a minha vida a maioria das que entram nela me enganam de alguma forma e me atolam de mentiras e pela primeira vez em tempos encontrei alguém que não parecia ser como todos eles, e nem sequer passou pela minha cabeça que logo ela me esconderia algo

– Eu entendo– ela balança a cabeça

– Sei que parece besteira, mas eu à olhei nos olhos eu encontrei um lar para o meu coração é de uma certa forma me dói tanto isso Arizona, eu queria tentar mas meu coração é tão frágil não irei o colocar nisso.

– Eu entendo e está tudo bem, sei que uma hora tudo irá se resolver e vocês vão se entender, não vai acabar assim– ela segura minha mão sorrindo de leve

Meu pager apita novamente e me despeço da Arizona indo ver meu paciente
Estava longe, talvez nem devesse estar ali trabalhando, meu corpo se mantinha ali mas minha mente não. Falo com o paciente sobre os riscos da cirurgia e de um certo modo nunca fui tão superficial, talvez Alex estivesse certo hoje mais cedo disse em casa que eu deveria tirar um tempo do hospital.
Saio do quarto colocando a cirurgia no mural e indo a bancada

– Sabe se a Bailey está em cirurgia? – pergunto olhando o prontuário na bancada

– Sim, está– vou ter tempo para pensar então

– Obrigada– entrego o prontuário e saio pelo corredor

Recebo uma mensagem no caminho e era Alex me pedindo para pegar umas coisas e levar para clinica, Bailey deixou ela nas mãos dele essa semana já que estamos parados demais, seus internos não vem algo de verdade a tempos

A medida que me aproximo da porta ouço soluços nem tão altos, mas na medida certa para que quem chegasse a porta os ouvisse, eles me deixam curiosa aos poucos e assim que abro a porto à vejo ali sentada em prantos e com nariz e olhos vermelhos, eu deveria perguntar e tentar ajudar mas apenas sigo a dentro procurando o que preciso

Pego as coisas com tanta pressa, que nem ao menos percebo uma coisa pontuda perto das prateleiras, passo minha mão ali sem querer por conta da rapidez fazendo um corte profundo

– Merda!– falo alto o bastante para ela ouvir e me olhar preocupada, mesmo não falando nada sinto preocupação no seu olhar
Não parava de sangrar, mas apenas o tampo o corte com algumas gases dali e vou em direção a porta, sinto sua mão no meu jaleco e ela puxa meu braço de leve me sentando ali, ela olha minha mão sem falar absolutamente nada e apenas começa a sutura-la

Eu poderia me levantar e sair mas não faço, algo me prendia ali, eu à olhava em êxtase  e totalmente presa em seus detalhes, me encontrava tão imersa em suas madeixas que não percebi algumas lágrimas de saudades rolarem meu rosto

– Você está bem?– ela me pergunta ainda sem me olhar nos olhos, eu continuo em silêncio– Está chorando...

– Não...e você está bem?– ela não me responde, envolve minha mão em uma atadura e diz que não vou poder fazer nenhuma cirurgia por enquanto

Me levanto agora finalmente olhando em seu olhos, saio dali sem nada nas mãos, deixando tudo para trás, como um foguete entro na sala dos atendentes e vou para o banheiro

Vou tirando a atadura, o curativo e ao fim encaro aqueles pontos e sinceramente não sei o porquê estava os encarando, mas os olhava profundamente tentando entender aquele desespero meu

Sinto alguém me puxar para trás e segurar minhas mãos, era Amélia. Ela se senta no chão comigo sem entender o que havia acontecido, sinto aquele vazio tomar posse do meu ser

– Não consigo– falo baixo

– Não precisa, está tudo bem.

Pelo resto do dia fiquei na sala verde, sentada no chão ao canto, ainda tentando entender aquele vazio que ainda tomava conta de mim, sem motivo eu estava oca por dentro implorando para sentir algo por mais mísero e rápido que fosse, eu só buscava sentir algo.

Ao fim do dia, Alex me obriga a ir beber com ele e com os outros, eu decido ir já que ficar bêbada agora pra ser bem sincera é melhor o melhor a se fazer

Enquanto passo pela passarela do hospital vejo de longe Addison falando com a Bailey

– Não faz bem pra você vê-la aqui até que se sinta melhor, amanhã irá pedir uma licença, né?– não respondo Alex, e ele não insisti em ter alguma resposta

Eu teria que estar pronta em algum momento, não iria sair do meu emprego por ela e nem ela por mim, eu precisava apenas me entender e entender o que se passava comigo agora
No bar estava uma baralhada danada e logo eu começo a beber, assim pararia de escuta-los logo

– Aceita que eu pague algo para você?– um homem loiro se aproxima de mim

– Fique a vontade, o dinheiro é seu.

– De fato. Me chamo Finn e você?– ele estende a mão, eu poderia ignora-lo, e apenas seguir minha noite só. Mas, eu definitivamente não tenho mais nada a perder.

– Meredith, vai pagar ou não a bebida?.

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