Aquele com o brilho

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>◇<

Pov Meredith

Eu odeio ter pressentimentos ruins porque é sempre na certa.

E neste dia eu acordei tão mal, não sei como sai de casa, era como se meu corpo e mente estivesse implorando para que não fosse. Mas mesmo assim eu sai, eu fui e tentei ser normal.

Fingi estar bem até o último minuto, mas quando eu vi a única pessoa que eu confiava, que eu podia jurar que nunca me magoaria quando eu o vi ali beijando outra pessoa, eu simplesmente não podia segurar tudo que eu já estava sentindo durante o dia inteiro, eu desmoronei.

Eu sai em meio a chuva, precisando de algum lugar que me abrigasse, então eu entrei na minha querida biblioteca.
E ao entrar naquela biblioteca foi como se aquela nevoa coberta de tristeza me deixasse, como se ela estivesse ficado do lado de fora.

Agora

‐ Isso aqui seria bom você anotar– mostro–lhe uma parte da página, que é super importante.
Estamos aqui a uns 20, pesquisando e pesquisando, eu queria puxar assunto.

– O que te levou a medicina?– pergunto a ela.

– Gostei, e quis fazer– ela diz

– Sério? Só isso?! Nossa, achei que você fosse mais misteriosa– pergunto fechando o livro.

– Nem sempre somos o que as pessoas pensam, não acha? – diz ela com um olhar baixo, mas vejo que ela sorriu.

– Olha eu tenho uma história na medicina!– digo meio contente– quer ouvir?

– Conte, sei que não irá se calar se não falar– diz ela olhando pra o caderno e anotando.

– Então olhe para mim, gosto dos seus olhos, vamos vai– suplico.

– Tá, tá– diz ela fechando o caderno e me encarando.

– Minha mãe era médica, ela era famosa a Elis Grey era a minha mãe, exatamente era.. ela morreu em um tiroteio dentro do hospital. Aquilo me revoltou o hospital era para ser um local seguro, onde as pessoas eram tratadas, curadas e tudo mais.. não um lugar para ocorrer um tiroteio. Quando isso ocorreu decidi que não iria ser médica e sim escritora eu me recusava a pisar em um hospital, era atendida em casa atendida– digo cabisbaixa.

– Esse medo teve que passar quando meu pai descobriu que estava com câncer eu que tinha que levar ele lá, então eu meio que voltei a amar hospitais mas infelizmente ele morreu e ficamos só eu e minha irmã, Flora. Ela foi estudar direito fora a mais ou menos 1 ano. E eu fiquei sozinha, eu me formei para tentar driblar a morte– dou uma risada forçada.

– Sei que é loucura pois você acha impossível né, mas para mim nada é impossível.

– Mas olha eu como uma pessoa que odeia a morte, adoraria matar aquele cretino que me traiu com a bartender!– digo quase chorando– Oh sim isso mesmo! Eu sei que você deve tá pensando em como sou louca de contar isso pra você, mas eu tô precisando conversar dizer isso sabe, se não eu vou surtar de novo– caio no chão, mas não consigo chorar acho que estou meio livre delas.

– Nossa!– disse ela com os olhos marejados– Olha você vai ficar bem, não te acho louca. Te acho corajosa– diz ela sorrindo.

– Obrigada!– sorrio de volta– Vamos fazer um tour?

– Bem bipolar você né!?

– Bom é rindo para não chorar né, então vamos?

– Vamos

– Venha! – a puxo
Um tour foi meio do nada, ela parecia outra pessoa, mas colorida e calma, antes era como se tivesse um peso enorme nas costas dela, fico feliz de tê-la ajudado.

– Eu adoro romance!– diz ela com seus olhos brilhando.

– Você lê? Meu deus chocada– falo fingindo uma surpresa.

– Ohh haha– ela ri meio meiga.

– Eu adorava ler quando adolescente, não sei como virei essa obcecada por estudos.

– Olha, acho que você não precisa ficar focada nos estudos sempre– digo– Pode se divertir– faço sinal de quem quer dançar e a bela ruiva aceita.

Ela estava linda ao contraste da luz, seus olhos estavam mais brilhantes.

– Eu nunca vi uma pessoa tão l......– sou interrompida por um barulho.

– O que? – ela se assusta na verdade nos duas.

Seguro em sua mão, e vamos em direção ao barulho.

– Que susto foi só a porta.

– Ai meu deus!

– Olha ta aberta! Seria bom nós irmos a chuva ta mais fraca– a olho e vejo seus olhos brilharem menos.

– Sim, vou pegar as coisas que estão na mesa– ela solta se minha mão e vai até a mesa, eu vou ver as baixas dos livros.

– Pronto– ouço sua doce voz dizer.

– Vamos?– Pergunto

– Vamos!

Pov Addison

– Eu tenho que ir para esse lado e você?– pergunto a moça.

– Para esse, vamos ter que nos separar.

– Sim! Olha, obrigada tá, eu meio que precisava de um tempinho assim, prazer em te conhecer– digo a ela.

– Digo o mesmo espero que nos encontremos de novo– diz ela com um sorriso lindo nos lábios.

– Claro, até– dou tchau e sigo meu caminho.

– Tchau, não se esqueça de mim.

– Não vou!

Eu sempre vou me lembrar de você, de seus olhos, sorriso.. ah como eles brilhavam, como pode algo brilhar tanto.
Seus olhos, sempre irei lembrar dele seu brilho.

Oh que brilho.

Seu brilho impactante, o impacto estou o sentindo agora.

Ne sinto mal, não consigo levantar .
Acordo de meu devaneio, minha cabeça dói, o carro o farol do carro está brilhando, ele está brilhando mais que seus olhos, as vozes ai eu não consigo me lembrar da tua voz.

Minha cabeça dói.
Seus olhos não estou brilhando, estou parando de brilhar.
Por favor não pare de brilhar.
Desculpa!

A luz dos faróis dos carros, estavam em círculos as pessoas pedindo por ajuda, e as outras chamando a ambulância.
A moça de cabelo vermelho, agora estava no chão com seu corpo estirado e imóvel.
Seus olhos não brilhavam, seu belo cabelo fazia agora o contraste com a luz vermelha do farol.

O que o destino é capaz de fazer? O que um corpo é capaz de aguentar? O quão rápido uma mente pode esquecer?

>◇<

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