Aquele com o sorriso singelo

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– Não é possível cara!– diz a moça desacreditada.

– Tem gerador– sussurro

– Como?

– Tem gerador– repito sendo mais explícita– e ele provavelmente vai ligar em 5..4..3..2– ao dizer o 1 a energia volta– como mágica!

– É.. mas de qualquer forma a internet caiu, prevejo minha nota nesta prova

– Só se você quiser

– Oi?– diz ela

– Olha este lugar– fala a moça loira rodopiando– diga o livro que precisa e eu acho, os livros são mais detalhados e facilita o estudo, vão te ajudar pode ter certeza.

– A prova é amanhã, sem tempo pra ler livro.

– É só pegar várias informações fazer tipo um resumo, e estudar.

– Nossa bem fácil não é? – ela diz forçando um sorriso

‐ Foi assim que me formei, confia!

– Se não der certo me deve um café.

– Fechado..– loira faz sinal como querendo saber o nome da moça.

– Addison!– ela estende a mão

– Meredith– Cumprimento

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No mesmo dia

– Merda– vejo meu atraso assim que olho pro despertador.

Levanto correndo e começo a me arrumar, já pronta desço as escadas fazendo um coque e o prendo com uma caneta.
Acho maravilhoso morar literalmente ao lado do café.

– Bom dia Carmen!– digo para moça do balcão já esperando meu café.

– Aqui – ela me entrega o copo lhe dou o dinheiro e espero o troco – tenha um bom dia Addison

– Obrigada – a reverencio e saio sorrindo.
Corro o máximo que posso para pegar o ônibus quando chego no ponto ele já está saindo.

– Pera, pera... esperaaa– grito e o ônibus para e logo as portas abrem– Obrigada.

Consigo um cadeira no fundo, chegarei a tempo da 2 aula pelo menos.

E lá vamos nós em mais um dia de estudo.

Eu acabei me acostumando com a rotina de estudo e dessa forma os dias passam depressa, e eu apenas vou indo sabe é sempre a mesma coisa. É fácil de se acostumar.

Saio da faculdade as 15 horas da tarde e vou trabalhar, do trabalho saio as 21 horas. E finalmente, casa. Sempre a mesma coisa.. sem amigos, festa ou qualquer outra coisa.. é sempre a mesma coisa.
Todos os dia eu sempre sento na minha janela com um chá e penso no futuro, e as vezes no passado. As vezes o pensamento vem com lágrimas, lágrimas que não acabam mais.

É como agora estou aqui, sentada na janela e pensando em como fiquei assim, alguém "viciada" em estudos os meus estudos estão sempre e sempre em primeiro lugar, é loucura mas foi um compromisso que fiz comigo mesma, eu vi minha mãe morrer e aquilo foi como uma bomba que caiu no meu colo quando eu tinha 10 anos, não pude ajuda–la então disse que eu iria fazer de tudo para salvar pessoas, não pude salvar minha mãe mas talvez possa salvar a mãe de alguém.

Eu me lembro de como tudo era mais fácil quando eu ia ao campo de flores com meus pais e eu corria experimentando o ar puro, quando minha única preocupação era quando eu iria provar o bolo de cenoura da minha mãe novamente e se iria demorar.

Eu sinto falta do abraço, do cheiro, eu sinto tanta falta dela e de tudo, eu era tão feliz e agora eu cresci e infelizmente nã o sou mais uma criancinha que todos os problemas eram resolvidos com o abraço da mamãe, agora precisava cuidar de mim sozinha e sem o abraço dela.. agora era trabalho, trabalho, estudo, foco, provas, estudo, mais provas, e de novo provas. MEU DEUS PROVAS!! A PROVA CARAMBA.

Em um pulo volto dos meus devaneios, e vou direito na escrivaninha pegar minha agenda e começo a folheá–la e pronto.

Prova super importante:📌
Precisa estudar, a prova vale uma ótima nota e mesmo que não precise não pode arriscar.
Então estude sobre:

Começo a ler sobre o que estudar, eu necessitava repassar isso urgente pelo fato da prova ser amanhã, ela era importante demais para eu deixá–la em branco.

Olho pela janela e vejo que o mundo está caindo lá fora, mesmo assim qual o problema de uma gripe? E também não era pra tanto tinha uma biblioteca lá na esquina, a internet lá é ótima, e talvez se precisar pego alguns livros para ajudar.
Pego o que precisava e corro o máximo que posso, chego super rápido lá, havia umas três pessoas.

– Boa noite!!– diz a senhorinha

– Ah boa noite!

– Quer ajuda para procurar?

– Não, obrigada.

Sento em uma mesa, o lugar era silencioso não havia vozes, só o barulho da chuva batendo na janela, eu amava esse silêncio aconchegante eu estava cansada de ouvir vozes– penso e sorrio

>◇<

Agora

– Preciso de livros sobre isso– mostro-lhe o papel

– Medicina?!– ela pergunta

– Sim.

– Olha só, sei livros que vão te ajudar, último ano?

– Sim– respondo orgulhosa de mim mesma.

– Parabéns. Mas 2 meses em, venha.

Ela me leva até uma prateleira e começa a me entregar livros, 1..2..3..4.. no quinto começa a pesar.

– Ai calma, deixa que fico com esses– ela pega dois livros e mais outro da prateleira e voltamos para a mesinha.

– Olha, eles vão te ajudar, só pegar algumas informações mais importantes, e fazer um resumo.

– Obrigada, posso levar pra casa?– pergunto meio que implorando para que a resposta seja "sim, claro"

– Sim, claro – isso! – deixa que eu dou baixa, pode ir

– Obrigada, dou lhe um sorriso sincero.

– Por nada, prazer em te conhecer, Addison

– Digo o mesmo, Meredith.

Pego minhas coisas e vou em direção a porta, ela pega os livros e embala em um saco plástico para que não molhe.
Tento abrir a porta mas não vai.

– Não consigo abrir.

– Deixa eu tentar– ela diz

E tenta, tenta e tenta, nada.

– Destranca– digo

– Está destrancada "com as portas sempre abertas" tá escrito lá na frente.

– Merda– continuamos tentado abrir a porta até que sento no chão em sinal de desistência.

– Pelo menos você vai ter ajuda para estudar– diz a loira com um singelo sorriso, que por sinal era lindo.

Retribuo a fala com uma gargalhada, e logo depois ela também ri, parecia até que tínhamos um tipo de conexão.

Um sorriso, vale mais que mil palavras, é assim? Mas também um brilho no olhar, ou um arrepio ao toque vale mais que mil palavras, não acha?.

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