Cap 6

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   Naquela noite, a chuva não parou em momento algum, parecia até cada vez mais forte, os barulhos altos do vento batendo na casa acabaram assustando Ramon. Mas o pior certamente eram os trovões junto dos relâmpagos, eles deixavam o menino inquieto e nervoso.

   Acabaram assistindo um pouco de desenho juntos, até que Fit mandou Ramon para escovar os dentes, e após disso o colocou na cama.

   - Tudo bem Ramon? - O mais velho esticou um cobertor peludo de coloração marrom por cima do garoto, que se encolhido na cama e abraçava sua pequena pelúcia - Se quiser pode ir dormir comigo hoje.

   O menino apenas negou com a cabeça, era uma criança grande agora, não podia mais ter medo de coisas bobas como uma simples chuvinha, ao menos era oque o garoto pensava.

   - Certo, boa noite meu garoto - Fit depositou um pequeno beijo na testa de seu filho, e com um sorrio genuíno para a criança e saiu do quarto fechando a porta atrás de si.

   Ramon conseguiu dormir alguns minutos depois, mesmo que cada clarão fizesse seu coração bater mais rápido, tentando antecipar o futuro barulho que viria.

   A criança dormida de forma agitada, se mexia a toda hora na cama, soltava alguns resmungos junto de pequenos soluços, e fileiras de água começavam a cair de seus olhos.

   Deviam de ser quase meia noite quando acordou assustado, seu corpo suava e seu rosto estava encharcado de lágrimas, não conseguindo conter os soluços mais altos que surgiram.

   Acabara de ter um sonho horrível, pesadelo assim por dizer, se lembra de estar sozinho em um lugar escuro, e mesmo gritando, ninguém apareceu, todos tinham lhe deixado para trás, haviam abandonado Ramon naquele lugar assustador.

   - Ramon? Ramon tá tudo bem, eu tô aqui - O menino saiu de seus devaneios quando escutou seu pai lhe chamar. Não havia percebido quando o outro tinha entrado ou mesmo quando a luz se acendeu.

   A chuva ainda estava ocorrendo, e os trovões ainda não tinham parado, seu pai estava sentado na cama ao seu lado.

   - Teve um pesadelo Ramon? - Ele abraçava o menino e esfregava suas costas para tentar acalmá-lo.

   Vendo que fora apenas um sonho ruim, e que seu pai estava ali o protegendo, o menino se acalmou um pouco, embora ainda estivesse soluçando, concordou com a cabeça e abraçou o mais velho com força.

   - Posso dormir com você papai? - A voz veio baixa e chorosa como um pequeno sussuro, qualquer um que não estivesse tão perto provavelmente nunca ouviria as palavras.

   Fit não respondeu, apenas se levantou e pegou o menino no colo, juntamente pegou a pequena pelúcia que a muito fora abandonada em algum canto da cama.

   Andando pelo corredores, Ramon pode ver a escuridão da casa, a qual era temporariamente clareada por conta dos relâmpagos, acabou abraçando mais forte ainda seu pai.

   Quando chegaram no quarto, Fit colocou Ramon na cama de casal e se deitou ao lado do garoto cobrindo os dois com a grande coberta que ainda permanecia quente.

   O menino se aproximou do pai, permanecendo em silêncio, pois não gostava de incomodar seu pai, mesmo sabendo que Fit jamais pensaria que Ramon poderia ser um estorvo.

   - Boa noite Ramon - Passou a mão pelos cabelos castanhos de seu filho - Estarei aqui ao seu lado.

   - Promete? - Tinha medo que um dia seu pai lhe abandonasse, que talvez, um dia Fit fizesse as malas e assim como Spreen saísse pela porta da frente e nunca mais voltasse.

   - Prometo, não importa oque aconteça estarei ao seu lado para sempre. - Conforme o carinho em seus cabelos aumentava, o sono começava a tomar conta, não conseguindo manter os olhos abertos por muito tempo, acabou não demorando muito até que Ramon caísse no sono novamente.

Pai (quase) Solteiro Onde histórias criam vida. Descubra agora