00 ➵ Prefácio

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Bleu Mortel | Hyunlix

O SOM de folhas secas esmagando sob botas militares podia ser ouvido por toda a floresta silenciosa

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O SOM de folhas secas esmagando sob botas militares podia ser ouvido por toda a floresta silenciosa. Com passos rápidos os soldados foram para o ponto de extração, até que o apito de uma bala e a maldição subsequente de Soobin desencadearam o caos.

O capitão Lee virou-se para ver a imensa floresta, mas a vegetação densa impossibilitava a visão do inimigo, o grito de seu soldado penetrou em seus ossos. Soobin não era apenas mais um soldado sob seu comando, o alfa era seu amigo e ele havia sido baleado, sangue carmesim manchado seu uniforme militar e líquido jorrou de sua boca.

Ele se ajoelhou ao lado dele e pressionou o ferimento de bala em seu abdômen, os olhos cinzas de Soobin perderam o brilho, Félix olhou para ele desesperadamente. Ao longe ele pensou ter ouvido os insultos de Changbin pelo rádio em direção ao grupo de extração, os bastardos não queriam pousar por causa da má visualização, era provável que o grupo de mercenários tivesse uma arma maior capaz de derrubar o helicóptero.

— Seo. — disse Félix, ainda olhando para Soobin.

— Diga-me, capitão. — ele respondeu rapidamente.

— Dê-me o rádio e assista, esses bastardos vão atirar de novo e não acho que Seungmin goste da ideia de que o noivo não compareça ao seu casamento. — exclamou Félix.

— Sim, capitão. — ele disse com um leve sorriso no rosto enquanto pensava nos lindos olhos de seu ômega, mesmo na pior situação, seu Seungmin o fazia sorrir.

Ele entregou o aparelho para Félix e rapidamente olhou para a floresta, ele já podia ouvir o barulho do helicóptero mas não estava perto, certamente eles estavam voando apenas alguns quilômetros de distância.

— Pássaro Vermelho. — disse Félix. — Pássaro Vermelho.

— Estamos aqui, capitão Lee. — respondeu o piloto.

— Por que diabos eu não os vejo no ponto de extração?! — Félix gritou.

— Não podemos, senhor, é perigoso, podemos bater.

— Ouça-me filho da puta, pouse esse helicóptero ou eu juro que vou encontrá-lo e desfaço seu nó.

— Senhor, eu não... — o soldado hesitou.

— Você vai porque, caso contrário, meus homens e eu morreremos, e se há algo pior do que o capitão Lee, é o coronel Lee. — exclamou Félix.

Ele pensou ter ouvido um suspiro do piloto, Félix não estava usando a influência do pai, mas agora era tudo ou nada, assim que saísse da floresta ele próprio cuidaria do piloto covarde.

— Vocês têm que tocar terra. — ordenou Félix. — Porque tenho um homem ferido.

Ele colocou o rádio no bolso da calça e olhou para Soobin, que lhe deu um sorriso trêmulo, seus dentes estavam pintados de vermelho, assim como seus lábios.

— Não vou viver. — disse-lhe o soldado.

— Você vai viver, bastardo, porque eu não vou aturar as reclamações do seu alfa. — exclamou o Capitão.

Soobin enfiou a mão no bolso com a mão trêmula e tirou uma foto amassada, havia um Hueningkai sorridente com manchas de tinta na bochecha, ao fundo havia uma grande parede meio pintada.

— Tirei a foto no dia em que compramos nossa casa. — disse Soobin com voz firme apesar da situação em que estavam. — Queríamos ter nosso próprio ninho antes de procurar um ômega.

— Por que diabos você está me dizendo isso? Apenas me apresente ao seu ômega no dia em que você o encontrar. — Félix disse.

— Não vou conseguir Capitão, você sabe que não vou sobreviver. — um pouco mais de sangue escorreu de seus lábios. — Por favor, dê esta foto para Hueningkai e diga a ele que o amava até parar de respirar.

— Pare de dizer coisas estúpidas. — Félix sussurrou enquanto pressionava a ferida um pouco mais. — Se você morrer eu vou ter que procurar esses bastardos e já tenho um terno para o casamento de Changbin, não quero desperdiçá-lo.

— Diga a ele que eu o amo, que não sofra por mim, eu vou ficar bem, diga a ele que procure um bom ômega. — ele fechou os olhos com força para evitar as lágrimas. — Eu sei que ele não vai querer estar com outra pessoa, mas mande que ele faça isso por mim, quero que nossa primeira filhote se chame Seulki.

— É um belo nome. — concordou Félix, um pouco aliviado ao ouvir o barulho das hélices bem no ponto de extração.

Uma saraivada de tiros caiu sobre o helicóptero e Félix amaldiçoou todos os malditos deuses, puxou uma granada do cinto e ficou de pé.

— Changbin, pegue Soobin e corra para o helicóptero. — Félix rosnou.

— Eu não vou deixar você aqui. — Changbin rosnou em resposta.

— Não estou pedindo, estou ordenando, soldado. — exclamou o capitão Lee.

O alfa pegou Soobin e correu, Félix disparou em direção ao local de onde vinham os tiros, algumas balas passaram perto dele mas nenhuma o atingiu, ele tirou a trava de segurança da granada e a jogou, correu em direção ao helicóptero e ouviu a explosão em suas costas. Ele embarcou na aeronave e outra saraivada de tiros caiu sobre eles, mas eles conseguiram decolar.

Um sorriso se espalhou pelo rosto bonito do ômega militar quando ele viu o quão longe eles estavam da terra, ele apontou o dedo médio para os pontos pretos que ele assumiu serem humanos no meio do ponto de extração.

— Chupem-me bastardos! — Félix gritou feliz.

Ele se virou para comemorar com seus soldados, mas o rosto de Changbin estava tudo menos feliz, ao lado dele Soobin estava deitado no chão, seus olhos acinzentados estavam abertos, mas sem vida, uma única lágrima escorria por sua bochecha, o sangue havia parado de fluir fora de seus lábios e sua mão esquerda estava segurando a foto com força, bem ao lado de seu coração.

Soobin havia morrido.

Félix aproximou-se do seu soldado, seu amigo, levantou a mão mas viu que estava a tremer, cerrou o punho com força e respirou fundo para se controlar, depois fechou os olhos, tirou cuidadosamente a fotografia do seu corpo inerte e colocou-a no bolso de seu uniforme.

— Você foi um grande soldado. — disse a ele — Bravo e com as bolas bem colocadas.

— Félix... — Changbin disse com angústia ao ver os olhos vermelhos de seu Capitão.

— Não vou chorar pela sua morte, você sabe que sou bonito demais para isso, mas tenho certeza que você vai amar meu rosto manchado com o sangue de quem te assassinou. — um sorriso reapareceu em seu rosto, nos cantos de seus olhos enrugados.

— Eles não vão nos deixar voltar aqui. — Changbin disse a ele.

— Não preciso pedir permissão a ninguém, sou o capitão Lee Félix. — disse ele enquanto passava a mão pelo cabelo, manchando-o de sangue.

 — disse ele enquanto passava a mão pelo cabelo, manchando-o de sangue

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𝗯𝗹𝗲𝘂 𝗺𝗼𝗿𝘁𝗲𝗹 › 𝗁𝗒𝗎𝗇𝗅𝗂𝗑Onde histórias criam vida. Descubra agora