𝐃𝐄𝐒𝐓𝐈𝐍𝐘 | 𝙍𝙮𝙪 𝙎𝙝𝙞-𝙤𝙝

𝟎𝟎𝟑.

𝙈𝙤𝙨𝙘𝙤𝙪 - 𝟮𝟬𝟭𝟳

O verão seguia quente, mas ainda não era um calor que chagava a incomodar, era o clima perfeito para o verão perfeito.

Sentada à mesa em uma cafeteria local e bem popular entre os turista a mulher olhava para todos lugares observando tudo com olhos curiosos, estavam mais fechados por conta do sol. A franja já não estava mais ali, seu cabelo agora batia nos ombros.

Usava uma calça jeans, uma camisa branca simples e uma jaqueta de couro preta, botas de salto em seus pés. Os anéis dourados se destacavam em seus dedos finos e pálidos quando eles se moviam para alcançar a alça da xícara de porcelana, a levou para a boca, saboreando o café quente e fresco descendo por sua boca.

Se assustou quando sentiu mãos grandes em seus ombros e olhou para cima, mas o homem já estava se sentando na cadeira a sua frente, cruzando as pernas e apoiando os cotovelos na mesa, o rosto apoiado nas mãos, observando a mulher.

— Que susto... porra. - Han Min-ji disse encolhendo os ombros brevemente, de olhos fechados tentando ignorar o arrepio que seu corpo sentiu. — Não pode chegar fazendo isso do nada, seu imbecil. - Ela apontou com raiva para o homem que apenas deu risada, a mulher voltou a observar a paisagem.

— Desculpe por isso, mas eu me animei. Te ver aqui é uma grande surpresa. Gostei do novo corte de cabelo, combinou. - Ele chamou o garçom e pediu um café olhando de canto Han passar os dedos pelo cabelo. Não diria que esperou o ano inteiro para vê-la, imaginou que tipo de roupa ela estaria usando quando se encontrassem, se o cabelo teria crescido ou a mulher teria aderido um novo corte.

— É a terceira vez, em três anos. É muita coincidência. - Ela voltou a tomar seu café.

— Talvez o destino. - Quando sua bebida chegou Shi-oh não perdeu tempo em levar a xícara para seus lábios.

— Vamos continuar com isso, é divertido. Shi-oh, vamos viajar no ano que vem também. - Talvez isso fosse um convite, ou talvez porque esperava o ano inteiro apenas para ir a algum país do mundo e encontrar ele por acaso. Estar com ele eram seus momentos favoritos do ano.

— Como você quiser, Han Min-ji. - Não poderia demonstrar o quão feliz ficou quando ela disse isso, poderia explodir de alegria facilmente. Gostava muito de a encontrar, porque não importava quantos anos passassem, Min-ji continuava a mesma. Ela sempre falava coisas que pensava no momento e nunca parecia falsa, para ele suas emoções sempre foi algo bem transparente. Era fácil distinguir oque a mulher sentia, normalmente ela melancólica, talvez triste até, mas era uma pessoa bem irritável, conseguia ser bem educada. Chegava a ser divertido ver as oscilações de humor durante seus encontros.

— Quando chegou?

— Ontem, e você?

— Antes de ontem também, acho que merecemos um brinde as nossas coincidências incríveis. - Min-ji segurou a xícara e logo as bateram levemente.

— Um brinde a nós, ou ao destino. - Shi-oh levou a xícara para os lábios sentindo o amargor tomar conta de sua boca novamente.

Ficaram jogando conversar fora até terminar de comer seu café da manhã e decidiram andar pela cidade visitando vários pontos turísticos. Gostava da companhia um do outro.

Eram os únicos amigos um para o outro, aquela altura já se consideravam isso. Se completavam mesmo sem saber.

Eram tragicamente iguais.

Tinham quase certeza que não poderia ser mera coincidência tudo isso. Talvez o destino quisesse realmente unir aqueles dois, mas se os unirem, nada mais vai poder afastá-los, e com isso o caos na terra pode começar.

Ou talvez aquele fosse o Karma, monstros como eles nasciam das circunstâncias.

Porque aqueles dois eram terrivelmente brutais quando precisavam, e sabiam muito bem como usar as palavras, como uma mente não treinada poderia sucumbir a doces sons saindo de seus lábios terrível atraentes.

Sabiam muito bem como jogar aquele jogo.

Afinal, estavam apostando sua vida nele e nas peças que moviam. Era tudo ou nada.