𝐃𝐄𝐒𝐓𝐈𝐍𝐘 | 𝙍𝙮𝙪 𝙎𝙝𝙞-𝙤𝙝

𝐄𝐍𝐃

Gang Nam-soon entrou na sala que aconteceria o velório de Han Min-ji e Ryu Shi-oh acompanhada por Hee-sik e sua mãe, Hwang Geum-ju. O homem segurava nos braços uma caixa que continham coisas dos falecidos que gostaria de entregar para a família.

Mas quando entraram viram que em todo o salão que foi reservado para prestar as condolências ao mortos não tinha ninguém. Estava completamente vazio. Quando entraram na sala onde a família enlutada ficaria junto com a fotos dos dois sobre as flores, só haviam quatro pessoas sentadas ali vestindo as roupas de luto que a família deveria usar.

Uma mulher próxima dos cinquenta anos, ao lado dela uma garota de uns vinte anos, na frente das duas havia um homem na casa dos trinta e uma criança com uns dez anos de idade.

— Vocês são as famílias deles? - Nam-soon perguntou quando todos olharam para eles, tinham olhares perdidos e olhos inchados de tanto chorar. O homem, que parecia o menos mal se levantou para cumprimentá-lós.

Talvez só tivesse se conformado com tudo que aconteceu, tinha que fazer isso. Ser forte.

— Eles não tinham família, somos apenas pessoas que Han Min-ji ajudou muito. - Do-yeong falou.

— Trouxe algumas coisas que estavam com eles na hora e algo que estava na casa do Ryu Shi-oh quando fomos fazer a busca. - O Ha abriu a caixa ainda nos braços do homem e suspirou ao ver tudo que tinha dentro.

A foto que Shi-oh guardava de Min-ji em Berlim, a carteira dele, o celular dela, o cachecol branco e uma pequena caixa de jóias.

— Ele pode ser um traficante e assassino, mas ele conseguiu fazer a pessoa mais incrível e gentil do mundo sorrir verdadeiramente. Ele a amou com todo o ser e a fez feliz. Então pra mim ele era só uma pessoa que foi usada e destruída pela Pavel. - Do-yeong pegou a foto e o cachecol e colocou perto da flores, depois pegou a pequena caixa de joias e a abriu, mostrando a todos presentes os anéis ali. — No bolso dele tinha um par de alianças, ele chamou ela lá mesmo tendo um grande risco para entregar as alianças. Era uma promessa que eles se encontrariam e seriam felizes juntos. Ele nem se quer pode entregar.

Ao ouvir isso a senhora Kang colocou a mão sobre a boca e chorou ainda mais, apertando a mão sobre o peito, Su-yeon acariciava as costas da mãe.

— Ela era muito boa, e ele só queria alguém pra confiar. Ainda bem que tinham um ao outro. - Nam-soon começou a falar observando a foto deles sobre as flores, não estavam sorrindo como sempre faziam um para o outro. — Min-ji sempre me cumprimentava, dava pra sentir que era diferente dos outros. Ela passava as mãos mas minhas costas e me ajudava quando tava bêbeda. Ela comprava coisas gostosas para os colegas de trabalho e se esforçava para se dar bem com eles. - Começou a chorar e sentia sua mãe tentando a consolar, Hee-sik tinha a cabeça baixa.

— Ela sempre foi assim. Era uma menina tão doce que só queria ser amada no final, Shi-oh era só alguém solitário que encontrou um bom par no final. Eles deveriam ter tido mais tempo para serem felizes juntos. - Kang Hyeon-nam falava entre os soluços.

— Não chore por eles. Ela iria morrer de um jeito ou de outro. Não conseguiria viver em um mundo Ryu Shi-Oh não estivesse, eles eram tudo um para o outro. Almas gêmeas, que partiram juntas porque o amor deles era grande demais para apenas uma existência. - Deixou as alianças sobre a mesa de oferendas e se levantou encarando a filha que tinha os olhos perdidos.

— Venha, Ye-sol. Vamos comer, ninguém veio então temos que comer toda a comida que eu fiz para não estragar. - Senhora Kang se levantou e tentou puxar a menina.

— Não, eu não quero ir. Quero ficar com a tia Min-ji. Eu quero poder passar mais uma tarde com eles, quero comer comidas gostosas com eles e me divertir com eles. Ela prometeu que a gente faria isso. - Ye-sol gritava enquanto tentava sair do aperto da mais velha. Ao ouvir isso Do-yeong deixou uma única lágrima escorrer por seu rosto, tinha tentado ser forte até agora, alguém tinha que ser. Su-yeon cobriu a boca tentando conter os soluços.