𝟎𝟏𝟗.

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Era o final de mais um dia cansativo, Min-ji estava caminhando pelo saguão junto com Shi-oh para ir para a casa do mais novo, ele iria fazer o jantar dessa vez. Os dois conversavam animadamente sobre tudo que aconteceu durante a tarde e estavam orgulhosos e tudo que conseguiram concluir e adiantar do dia seguinte.

— Min-ji? - A mulher se assustou a ouvir aquela voz rouca e alta novamente, dessa vez não pelo telefone mas ela estava no balcão da recepção. Jung Min-he parecia prestes a voar no pescoço da recepcionista mas a moça deveria agradecer por Min-ji estar ali para ser o próximo alvo. A Han tinha a respiração presa e já não conseguia ouvir oque Shi-oh estava dizendo ao seu lado.

Aquilo não poderia estar acontecendo de verdade, certo? É só mais um pesadelo comum, vamos acordar normalmente no meu apartamento no meio da noite soando frio e com o peito doendo pela falta de ar. Queria se beliscar para ver se acordava mais rápido mas suas unhas já estavam quase dentro da pele das mãos e ainda não tinha aberto os olhos para o mundo real.

Era um pesadelo, certo?

Não, não era.

Aquilo era real.

E aquilo foi obra de Jeon Jae-joon.

— Min-ji, sua puta, como pode falar daquele jeito com a sua mãe? sabe como eu fiquei triste depois de ouvir aquilo? - Mi-hee praticamente gritava tanto quanto seu cabelo descolorido em tons alaranjados manchados e altos pela falta do uso de um pente. Suas roupas vibrantes e sujas chamavam atenção de todos que estavam passando no lobby e pararam para ver oque poderia estar acontecendo.

Aquela louca é a mãe da educada e linda Han Min-ji?

Era...

— Sua vaca, nem manda mais dinheiro pra casa. Sabe como as coisas tem ficado difíceis nesses tempos de crise e você vivendo no bem e bom com um homem rico, está satisfeita de maltratar sua mãe? - Ela vinha em passos cambaleantes até a mulher que não tinham se mexido ou muito menos piscado desde que se deparou com aquela cena a sua frente.

— Você não é minha mãe. - Quando Min-ji disse isso a mulher começou a gritar como um animal machucado e a dar passos ameaçadores em sua direção, a Han praticamente jogou sua bolsa nos braços de Shi-oh enquanto o empurrava um pouco para o lado.

Se fosse para passar por isso, deveria estar sozinha e não arrastar ele para sua bagunça.

Min-ji começou a dar passos para trás e quando viu que mulher realmente correria atrás dela, começou a correr em direção a escada que tinha descido alguns minutos antes. No meio do percurso tirou os sapatos e jogou em Mi-hee, nenhum deles acertou pois ela cobriu a cabeça. A mais nova começou a correr por sua vida entre os corredores lotados de funcionários terminando o expediente e indo em bora para suas casas para ver sua família e ter uma noite agradável ao lado deles.

E no momento Min-ji está sendo perseguida por sua "família", a mesma que ela cortou laços a 18 anos.

A Han corria de pés descalços nos largos corredores com a mulher em sua cola, como uma velha bêbada como ela conseguia correr tanto e tão rápido? Até que chegou em uma curva que estava cheia de pessoas passando. Mesmo gritando para que eles saíssem da frente teve que desacelerar enquanto Mi-hee veio pra cima com tudo.

A Jung empurrou Min-ji até ela bater o corpo inteiro na parede a sua frente, oque causou um pequeno ferimento em seu rosto. Quando ela colidiu logo sentiu seus cabelos sendo puxado e quando percebeu já estava no chão com aquele monstro encima de si.

As pernas prendendo seus braços de cada lado do corpo, conseguia escutar as pessoas gritando em total terror mas tudo que conseguia ouvir era o zumbido pela batida. Seu peito doía pela falta de ar, as mãos da mãe apertavam o pescoço da filha com toda a força que tinha. Min-ji estava respirando ruidosamente, cada vez tentando trazer mais ar aos seus pulmões e falhando, seu rosto já estava ficando vermelho junto com seus olhos arregalados.

𝐃𝐄𝐒𝐓𝐈𝐍𝐘 | 𝙍𝙮𝙪 𝙎𝙝𝙞-𝙤𝙝Onde histórias criam vida. Descubra agora