ζ 𝟎𝟎𝟖

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𝐄𝐔 𝐃𝐄𝐈𝐗𝐎 𝐀 𝐒𝐀𝐋𝐀 𝐀𝐒 𝐏𝐑𝐄𝐒𝐒𝐀𝐒 e venho parar no terraço da escola

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𝐄𝐔 𝐃𝐄𝐈𝐗𝐎 𝐀 𝐒𝐀𝐋𝐀 𝐀𝐒 𝐏𝐑𝐄𝐒𝐒𝐀𝐒 e venho parar no terraço da escola. Eu batucava o pé no chão e roía as pelinhas da unha. Eu não havia sido totalmente exposta, mas sabia que aquilo era apenas um alerta do que estava por vir e eu deveria ir me preparando.

As vezes, eu pensava que, talvez, quando todos souberem, um peso seria tirado dos meus ombros. Porém, eu tinha consciência de que tudo mudaria, mas eu quero que tudo mude?

Eu olho para o papel que seguro em minha mão, as letras grandes se destacando. Nos deram um questionário de interesse de carreira, entretanto, eu não faço ideia do que pretendo fazer e se vou. Eu sei que é apenas uma questão de tempo até tudo desmoronar e eu meter o pé.

⎯⎯⎯ não vai responder? ⎯⎯⎯ suspiro e dou de ombros. Olho para seojun e observo o vento bater em seus cabelos e os bagunçar. Seus olhos nunca encontram os meus.

⎯⎯⎯ por que eu deveria? eu não vou estar mais aqui.

De súbito, meu estômago ronca e eu me sinto constrangida porque foi alto e tenho certeza que ele ouviu. Sei que em pouco tempo vou sentir minha cabeça latejar, mas agora eu não vou descer para o refeitório.
⎯⎯⎯ aí, pra você. ⎯⎯⎯ ele tira alguns bolinhos de seu bolso, que parecem estarem totalmente amassados e estende sua mão para que eu os pegue. ⎯⎯⎯ fala 'pra sua mãe, tá? vai que ela aumenta meu salário...

Rolei os olhos e peguei o alimento de sua mão. Eu não ia recusar, mesmo que os bolinhos estivessem em "perfeitas" condições, além de que ele teve a boa vontade de subir aqui.
⎯⎯⎯ olha, eu não quero saber porque postaram aquilo, mas foi bizarro. ⎯⎯⎯ foi quando ouvi seus passos no chão e logo em seguida a porta do terraço ser fechada. Ele certamente notou que não estou a fim de conversar.

⎯⎯⎯ acha que isso será para sempre? ⎯⎯⎯ eu escuto sua risada de escárnio logo atrás de mim, mas não me incomodo em virar. ⎯⎯⎯ pensa que ele vai continuar com você quando descobrir o que você fez? ⎯⎯⎯ eu sempre tive consciência disso, mas não precisava ficar esfregando na minha cara.

⎯⎯⎯ e você? não cansa? ⎯⎯⎯ me virei alterada para ela. ⎯⎯⎯ eu mudei de escola e estou tentando ser diferente do que já fui, mas e você? fez um inferno lá e quer fazer outro aqui? não preciso que você me lembre todo momento, eu sei do que fiz. ⎯⎯⎯ passei por ela e esbarrei em seu ombro de propósito, fazendo o mesmo caminho que seojun fez há alguns minutos e desci as escadas.

Eu voltei para a sala mas já estava arrependida, visto que sentia a todo momento olhares e cochichos direcionados a mim

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Eu voltei para a sala mas já estava arrependida, visto que sentia a todo momento olhares e cochichos direcionados a mim. Eu entendia a curiosidade deles, mas poderiam disfarçar enquanto comentavam, pelo menos.

Depois do que pareceu interminável, o dia acabou e eu deixei a escola às pressas e vim para casa. Hoje era o dia em que eu e sun iríamos sair e eu achei uma boa para me distrair. Pela primeira vez, eu não me arrependi de marcar algo com alguém. Ele havia deixado em minhas mãos decidir onde íamos, mas nem mesmo me lembrei.

Eu não tardo em me arrumar. Não coloco nada extravagante, realmente. Apenas um vestido curto, branco e uma jaqueta de couro por cima. Nada muito simples para não parecer pobre, e nada muito chique para não ser roubada.

O tempo estava agradável e, então, decidimos ir caminhando. Durante o caminho, riamos e conversávamos sobre o que rolou nesse meio tempo em que ficamos longe.

Durante um tempo andando, decidíamos entrar em um restaurante para comer. Era simples mas saía um cheiro ótimo de lá. Assim que passo pela porta, não pude deixar de notar seojun e jukyung sentados juntos. Eu fico surpresa e incomodada mas não esboço reação, e finjo não vê-los.

Me sentei de costas para a mesa deles, mas a todo momento sentia uma enorme vontade de me virar e espionar o que faziam. As vezes, nem mesmo prestava atenção no que sun dizia. Talvez o assunto estivesse muito tedioso, também. Ele falava o tempo todo e não me dava oportunidade.

Esquece o que eu disse, me arrependi, sim.

Nem chegamos a ficar muito tempo, nem mesmo comemos e sun decide pagar a conta de um soju que pediu, quando percebe meu desinteresse, logo em seguida, saímos para fora.
⎯⎯⎯ ainda está aprendendo sobre o "lado bom" da vida?" ⎯⎯⎯ eu olho para o jerk que parou ao nosso lado, mas percebo que jukyung não está ali.

⎯⎯⎯ quem é você? ⎯⎯⎯ sun questiona.

⎯⎯⎯ meu motorista. ⎯⎯⎯ eu que respondo, não tirando os olhos dele.

⎯⎯⎯ não me toquei que já estivesse ficando tarde. Quer que eu te deixe em casa?

⎯⎯⎯ você não ouviu? eu sou o motorista. ⎯⎯⎯ ele da ênfase no eu. O garoto mais velho parece sem jeito.

⎯⎯⎯ se quiser, podemos dar uma carona para você. ⎯⎯⎯ eu sugiro, a fim de melhorar o clima.

⎯⎯⎯ não da, vamos. ⎯⎯⎯ seojun me puxa pelo braço e me leva até o carro que não estava muito longe dali, e eu não interfiro. Durante o caminho, fico pensativa sobre vê-lo junto a jukyung, mas não pergunto nada.

Coisa que eu gostaria que fosse da minha conta, mas não é.

Não tardamos em chegar em minha casa, e assim que deixamos o carro, minha mãe aparece na porta para espiar. Acho que a fofoqueira que habita em mim, herdei dela.
⎯⎯⎯ seojun, quanto tempo! como tem passado? o que faz aqui essa hora?

⎯⎯⎯ vim deixar marjorie. ⎯⎯⎯ ela não parece muito interessada em mim, visto que nem me cumprimenta.

⎯⎯⎯ vi que estão próximos, cuidado! ⎯⎯⎯ ele a olha sem entender, mas eu entendi muito bem. Que desnecessária. ⎯⎯⎯ entre, você pode jantar com a gente!

⎯⎯⎯ pra que? ele tem coisa melhor pra fazer. ⎯⎯⎯ cruzei os braços.

⎯⎯⎯ o que? não tenho, não! ⎯⎯⎯ ele entrelaça seu braço com o da minha mãe. Que intimidade!

⎯⎯⎯ gosta de tacos?

⎯⎯⎯ nunca comi, mas adoro! ⎯⎯⎯ rolei os olhos e os segui para dentro de casa. Optei por ficar na cozinha e os deixei a sós na sala de jantar. Acabei decidindo que faria macarons de sobremesa, pra me sentir um pouco útil, mas a todo momento sendo supervisionada.

Jantamos tacos e seojun pareceu gostar. Minha mãe decidiu deixar a mesa para resolver algo e consequentemente nos deixou a sós. Eu me levanto e vou rapidamente para a cozinha a fim de pegar o que preparei e quando volto, os pratos já haviam sido retirados.

Eu coloco o prato com macarons na mesa, entre eu e seojun, que está sentado em minha frente.
⎯⎯⎯ eu que fiz! ⎯⎯⎯ ele pega um e o leva até sua boca, logo mastigando. Eu o observava atentamente. Não havia experimentado ainda, então não sabia se haviam ficado bons. Observo ele fazer uma cara satisfeita quando termina. ⎯⎯⎯ e aí? está bom? ⎯⎯⎯ ele fica sério de repente.

⎯⎯⎯ horrível. ⎯⎯⎯ cerrei os olhos e puxei o prato para mim.

⎯⎯⎯ então não come! ⎯⎯⎯ ele puxa o prato de volta, e fala com a boca cheia.

⎯⎯⎯ o quê? eu preciso provar mais para ter certeza!

Depois de seojun acabar com os macarons, porque, segundo ele, não tinha certeza se estavam mesmo bons, ele foi embora. E não posso negar que me senti aliviada, porque estava mega cansada e não aguentava mais a sua presença.

𝐅𝐀𝐊𝐄 𝐁𝐄𝐀𝐔𝐓𝐘, han seojunOnde histórias criam vida. Descubra agora