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Nova York (9 anos atrás)

Olívia

    Era agora. O tão sonhado momento de minha mãe. Eu de branco, em frente à escada espiral enorme, com o salão lotado, o homem de terno chamando meu nome pelo microfone. Os lustres deslumbrantes, os olhares em mim.

Mas eu só conseguia olhar para Touya Todoroki me esperando no fim da escada, com seus olhos brilhantes focados completamente em mim.

[Nome] Olívia D'Órleans — chamou o homem de terno e microfone.

Sorri, segurando no corrimão e descendo lentamente, sem olhar para baixo. Vidrada em Touya, escutando os aplausos, mas eternamente focada nele.

Não sei exatamente como vim parar nessa situação com ele. Quer dizer, foi só um cara que eu conheci no parque, e agora... É meu par na minha noite de debutante.

Não acredito em muitas coisas, mas de alguma forma, sinto uma conexão tão grande com ele, que parece coisa do destino.

Segurei sua mão que me foi estendida ao terminar o lance de escadas, em seguida segurando em seu braço, como um verdadeiro casal de "dama e vagabundo".

— Ta tudo bem — sussurrou ele, enquanto seguíamos para a fila separada de homens e mulheres. Ambos um de frente um para o outro, com um passo apenas de distância.

Para nossa sorte, Hawks estava bem ao lado dele. Ele cochichava algumas coisas para o cara ao lado dele, mas eu não conseguia escutar.




Touya

Mantive meus braços retos, segurando ao máximo meu pulso que queria se fechar, mais ainda para não criar a maior cena aqui e cair na porrada com esse loiro aguado do caralho.

Porra, ele acha que eu sou surdo?

"Sempre foi meu sonho ficar com ela" Vai pra casa do caralho! Ela é minha.

Tem certas coisas que eu tolero, mas escutar o cara falar — o que estava ao lado do loiro — "Sempre quis comer ela", aí pra mim já é de mais.

Puta merda, que essa porra acabe logo para na saída eu levar esses dois para um beco e...

A música da valsa começou.

Olívia esta deslumbrante, mas simplesmente não consigo tirar as atrocidades que escutei da minha cabeça. Eu tinha planejado uma noite tão perfeita, que está sendo estragada pela minha própria mente.

Fiz o primeiro giro.

Eu a levaria para casa logo depois que aqui acabasse, esperaria ela tirar toda a maquiagem, trocar de roupa, perguntaria se ela queria que eu ficasse para fazermos algo — qualquer coisa — e faria o que ela pedisse. Faríamos alguma brincadeira idiota e eu riria de suas brincadeiras, faria sua janta enquanto escutaria sua playlist totalmente eclética...

A rodei para que ficasse de costas para mim.

Perguntaria se ela gosta de minha companhia de verdade, ela ficaria sem graça e talvez não responderia. Logo em seguida provavelmente pela ansiedade que minha pergunta iria causar nela, pediria para fumar, eu iria junto e acenderia um beck. Eu perguntaria se tinha algum tipo de álcool, ela diria que tem vinho — porque eu já vi — beberíamos e faríamos coisas bobas de bêbado.

𝐃𝐞𝐯𝐢𝐥'𝐬 𝐍𝐢𝐠𝐡𝐭  | ᴛᴏᴜʏᴀ ᴛᴏᴅᴏʀᴏᴋɪ, ᴅᴀʙɪ x ʟᴇɪᴛᴏʀᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora