Problemas intermináveis

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Demorou muito para Ran conseguir acalmar o garoto. Kokonoi tinha ligado para a ambulância para ver se tinha como ainda salvar a vida do pai e do irmão do Trix, porém a equipe de resgate disse que não tinha mais nada que eles pudessem fazer, infelizmente era óbito.

—Eu sinto muito pela sua perda. — disse um paramédico.

—Eles eram pessoas horríveis comigo e com todos, más isso tudo ainda é muito doloroso, eu não queria que eles morressem. — disse Trix se segurando para não chorar.

—Você possui algum parente vivo? Que possa cuidar de você?

—Infelizmente não. Toda a minha família morreu em um acidente de avião, meu pai, meu irmão gêmeo e eu fomos os únicos que sobreviveram naquele acidente.

—Nesse caso você terá que ficar em um lar temporário, pois você é de menor.

—Tipo em um orfanato?

—Exato.

Ran olhou para Trix e disse:

—Se você quiser, eu cuido de você. Eu e aposto que nem o Rindou iria ligar se você morasse com a gente até você crescer mais um pouquinho. — ele disse e acariciou os ombros do menino. —Mas se você não quiser, eu procuro um lar temporário confortável para você. Você decide.

Trix olhou para Ran e disse:

—Você faria isso por mim?

—Cara, nós da Bonten somos uma família. Os nossos objetivos vai muito além de cometer crimes. A gente gosta de ajudar a nossa família, você está incluso nela, já que é o namoradinho da minha afilhada e você fez um ato de bravura muito belo hoje.

—Eu nem cheguei a pedir a S/N em namoro... o meu irmão se passou por mim, ela deve estar me odiando.

—Vai ficar tudo bem ok? — disse Ran. —Vamos esperar todo esse mal tempo passar, e assim que tudo voltar ao normal, eu te ajudo a preparar uma supresa de pedido de namoro para a S/N.

Trix sorriu pela primeira vez naquele início de noite, ele abraçou o Ran e disse:

—Eu aceito morar com você em seu lar temporário.

Ran sorriu e disse:

—Você vai amar a sua nova família, Trix. Eu vou entrar amanhã mesmo com o seu processo de adoção ok? Vai ficar tudo bem.

Trix abraçou Ran, ele estava se sentindo amado por uma vez na sua vida, más a dor da perda do seu pai e irmão ainda era presente, más essa dor ele aprenderia a lidar com ela com o tempo.

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No hospital, S/N estava na recepção ao lado do Rindou. O Haitani mais novo tinha levado ela para sua casa e deixou que ela tomasse um banho e se vestisse com uma roupa confortável que ele tinha comprado para ela já que a casa dela estava interditada para investigação.

—Eu estou preocupada com os meus pais. O Yasu entrou e ninguém mais deu notícia, e o Haru sumiu.

—Fica calma. — disse Rindou e a abraçou. —Eu estou aqui com você, você não está sozinha.

S/N abraçou Rindou com carinho. Ela se sentia confortável com ele e com os membros da Bonten que a amavam e a protegiam a todo custo.

De repente uma equipe médica entrou no hospital empurrando uma maca, onde nela estava o corpo imóvel do Sanzu.

—Ai meu Deus! O que aconteceu com o meu pai?! — disse S/N desesperada indo até a equipe médica.

—Daremos as informações assim que possível, vamos iniciar um procedimento delicado.

A equipe médica entrou na área de emergência e S/N ficou parada sem entender nada, então correu até Ran e disse:

—Padrinho, o que aconteceu com o meu pai?

—É melhor você se sentar. — disse o Haitani mais velho.

Assim que S/N se sentou, ele se acomodou ao lado dela, segurou suas mãos e disse:

—Seu pai Sanzu, levou um golpe muito forte na cabeça por um dos capangas daquela gangue, ele por ficou muito tempo desacordado, e assim que ele acordou ele teve um apagão na memória, ele não se lembra de absolutamente nada. Nem de coisas antigas e nem de coisas recentes. — ele disse e secou a lágrima dela que escorreu no rosto.

—Ele não se lembra nem de mim e nem do meu pai Muto?

—Não. Ele não se lembra de nada. Quando nós ainda estávamos lá naquele local, Sanzu teve um outro desmaio, e ele não acordou até agora, e segundo a equipe médica, ele pode estar com coágulo no cérebro, por isso essa confusão mental, essa perda de memória e esses desmaios. — ele disse e abraçou a afilhada que começou a chorar desesperada. —Calma minha princesinha da Bonten, eu sei que está sendo muito difícil de você processar tudo isso que está acontecendo, más eu, Rindou e todo mundo da Bonten estaremos aqui com você tá bom? Você não está e nunca estará sozinha meu amor. — ele disse e a abraçou mais forte e acariciou suas costas.

Rindou ficou com pena da afilhada, se levantou do banco e foi até a lanchonete do hospital e comprou um lanche para ela, o favorito dela.

—Ei? Come um pouquinho. Você não comeu nada até agora. — disse Rindou entregando o lanche para ela. —Faz um esforcinho para comer tá?

S/N assentiu positivamente e foi comendo aos poucos o lanche enquanto Ran acariciava suas costas e Rindou seus braços.

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Muto tinha ficado horas desacordado devido às lesões e a anestesia que ele teve que levar para a cirurgia de emergência.

Ele foi acordando aos poucos, meio zonzo e com muito zumbido no ouvido. Coçou os olhos e viu que estava em um hospital.

—Olá moço. Está se sentindo bem? — disse a enfermeira que estava ali checando os sinais vitais dele.

—Mais ou menos. Eu estou com dor.

—Posso pedir analgésicos para a equipe, talvez assim alivia sua dor. O senhor deseja mais alguma coisa?

—Eu preciso saber o que aconteceu com o meu esposo e a minha filha. Eles estão bem?

A enfermeira pegou uma prancheta e disse:

—Qual é o nome deles?

—Akashi Haruchiyo e Akashi S/N. Eles estão aqui?

—Segundo informações que eu obtive recentemente, a S/N está bem, teve alguns ferimentos leves e já foi mandada para casa, más o Haruchiyo está em um procedimento médico delicado.

—O que acometeu com ele? — ele disse preocupado e os seus batimentos cardíacos aumentaram, fazendo a máquina apitar.

—Se acalme senhor. — disse a enfermeira. —O Haruchiyo levou um golpe de ferramenta na cabeça. Ele teve perde de memória total e está com um coágulo no cérebro. Mas fique calmo, aqui temos a melhor equipe médica de Tokyo, eles farão tudo para que ele fique bem.

Muto sentiu lágrimas escorrerem em seu rosto, parecia que a sua vida tinha virado de cabeça para baixo em questão de algumas horas.

Sua preocupação era enorme, queria o bem estar da sua filha e principalmente do Sanzu, que agora que ele estava com perda de memória, Yasuhiro teria que ter muita paciência com ele, pois Haruchiyo não se lembrava de absolutamente nada.

A Filha do Haruchiyo (+16)Onde histórias criam vida. Descubra agora