Eu prometo

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Trix havia passado a tarde e quase a noite toda com S/N no hospital, ele não tinha a abandonado em nenhum momento, mesmo ele se sentindo morto por dentro pela perda trágica do seu pai e irmão.

—Trix? Está tudo bem com você? — disse S/N olhando para ele. —Você está bem estranho.

—Não se preocupe meu bem. — ele disse com um sorriso fraco. —É uns B.O pessoais meus, você não precisa se preocupar com eles.

—Mas você está aqui se preocupando comigo e com os meus pais. Eu acho que eu deveria retribuir esse apoio. — ela disse acariciando os ombros dele.

—Eu vou ficar bem. — ele disse e deu um beijo em sua testa. —Não se preocupe comigo tá bom? Eu vou saber lidar com os meus demônios internos.

S/N sorriu fraco e olhou para Trix, ele era um garoto muito bonito, S/N ficou apaixonada por ele desde que o viu pela primeira vez na escola.

Yuta media 1.82 cm, muito alto para a sua idade inclusive, seu cabelo era longo até abaixo dos seus ombros, era preto liso e com alguma mechas azuis turquesa. Seu rosto era bem desenhado com uma boca rosada com dois piercings de argola nos dois cantos da boca.

Ele também possuía um piercing no septo e sempre estava vestido com roupas estilo punk com calça cargo, camiseta longa, um All Star preto rabiscado e algumas correntes no pescoço.

O estilo dele era o favorito de S/N.

Ela se aproximou dele, o abraçou e disse:

—Eu estarei aqui com você sempre, Trix.

O garoto sorriu e disse:

—Obrigado, boneca.

S/N sorriu, acariciou os ombros dele e disse:

—Seu irmão estava se passando por você esse tempo todo, más eu queria saber uma coisa.

—Pode falar.

—Você me pediria em namoro?

Trix sorriu meio envergonhado, ele era um pouco tímido por mais que não parecesse.

—Olha, nós estamos em uma situação meio complicada no momento sabe? Eu nem sei se eu estou com cabeça para pensar sobre o assunto. — ele disse e inclinou o tronco para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos e o rosto em suas mãos. —Eu te pediria em namoro, afinal eu amo você. Eu sou péssimo para disfarçar, portanto você já deve ter notado. Mas eu quero esperar essa situação pesada passar, e quero esperar o Sanzu voltar a memória.

—Por que?

—Não vou aproveitar da situação do seus pais estarem doentes para tirar proveito. — ele disse e olhou para ela. —Se você quiser meter o pé em mim por mim tá tudo bem, más eu quero que tudo o ocorra com o consentimento dos seus pais, principalmente do Sanzu.

S/N sorriu com a atitude dele. Nenhum homem na terra faria aquele ato tão belo que ele estava fazendo, de esperar tudo passar para tudo ter a aprovação dos pais dela.

—Você é incrível. — ela disse e acariciou o rosto macio dele.

—Obrigado, pitica. — ele disse e deu um beijo na testa dela, fazendo S/N sentir os piercings gelados dele em sua pele.

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Muto recebia muitas visitas e checagens durante o dia pelas enfermeiras, e foi durante a visita de uma delas que ele decidiu pedir algo.

—Eu posso pedir uma coisa?

—Sim. O que é?

—Eu queria visitar o Sanzu. Nem que seja de
cadeira de rodas.

—Olha, infelizmente isso é algo que eu não poderei fazer sabe? E acredito que nenhuma equipe saiu vai permitir. Ambos precisam de descanso e Sanzu não está em suas melhores condições.

—Por que? Eu não estou entendendo. Ele não tinha acordado?

—Ele estava acordado, porém ele teve algumas complicações e desmaiou, está desacordado até  o momento.

Yasuhiro sentiu seu corpo gelar e disse:

—Por que isso está acontecendo com ele?

—Haruchiyo teve uma pancada grave na cabeça, gerando um coágulo no cérebro. Por mais que ele tenha feito cirurgia, a cabeça e o cérebro são regiões muito sensíveis e o paciente pode sentir os efeitos colaterais. E esses desmaios e perda de memória é um deles.

—Eu nunca fui de pedir e nem implorar por nada, más por favor, eu preciso ver o Haru. — disse Muto com lágrimas nos olhos. —Eu preciso ver ele com os meus próprios olhos.

A enfermeira ficou sensibilizada com a preocupação dele, portanto decidiu abrir uma exceção para ele. O ajudou a se sentar na cadeira de rodas e o levou para o quarto onde Sanzu permanecia desacordado.

—Vou deixar vocês a sós. — ela disse assim que colocou ele de frente para a cama. —Mas qualquer coisa, aperte esse botão caso precise de algo. — ela disse mostrando a ele o botão.

—Obrigado.

A enfermeira deixou o quarto e Muto foi se aproximando do Sanzu, ficou do lado da cama dele e segurou sua mão, que estava com um aparelho conectado na máquina de sinais vitais no dedo indicador.

Ao levantar o olhar para ele, Haruchiyo estava usando uma máscara de oxigênio, respirando com uma certa dificuldade, o que fez Muto ficar preocupado.

—Meu Haru. — ele disse e acariciou o rosto dele e em seguida arrumou a sua franja que ele tanto amava. —Eu tentei impedir aqueles desgraçados... mas tudo aconteceu tão rápido... me desculpa por ter deixado esse problema acontecer com a gente. — ele disse chorando e deu um beijo na mão do Sanzu. —Eu queria poder estar no seu lugar meu amor. Queria estar sofrendo no seu lugar... eu estou morrendo de saudade de ver você sorrir, ouvir a sua voz me dizendo coisas tão malucas... meu amor que saudade que eu estou de você.

Muto começou a chorar segurando na mão do Sanzu que permanecia imóvel, apenas respirando. Ver Haruchiyo que sempre foi tão animado, espoleta e apocalítico naquele estado de cama deixava Muto arrasado.

Ele queria voltar a ter o seu Sanzu, Haru e amor de volta. O maior problema nem era o fato dele estar no hospital, e sim a perda de memória dele, ele não se lembrava de nada e nem de ninguém, nem do seu próprio nome.

—Eu vou cuidar e ter paciência com você meu amor. — ele disse e acariciou o rosto dele. —Eu prometo. — ele disse e deu um beijo na mão dele.

A Filha do Haruchiyo (+16)Onde histórias criam vida. Descubra agora