Mitsuki não compreendia muito bem o luto ainda, mas a sensação de perda que pairava entre os estudantes de Gojo lembrava-a de como foi quando Suguru partiu. Megumi e Nobara estavam quietos desde que voltaram da missão, e Satoru, que voltou imediatamente após a notícia, parecia esconder bem a dificuldade de lidar com a situação.
A jovem estava observando a janela de seu quarto desde que acordou, tentando processar o que ocorreu no dia anterior, e então ela percebeu a dupla de primeiranistas caminhando na direção do pátio principal da escola. Ela suspirou, ainda não tinha conseguido conversar com eles, porque não sabia o que poderia dizer; “Sinto muito” parecia algo muito vazio, e Mitsuki odiava essa frase. Por fim, a feiticeira escolheu procurar por alguém que ela sabia que não ia se importar com o que ela dissesse.
Mitsuki se levantou e respirou fundo antes de pegar seu casaco e sair do dormitório em direção a enfermaria, que era onde Gojo Satoru se encontrava. Ela apressou o passo pelos corredores, tentando evitar ser vista pelo diretor ou por Ijichi; pode-se dizer que Mitsuki já foi pega no flagra algumas vezes nos seus anos na escola jujutsu.
Ela se dirigiu em passos firmes pelo corredor, pensando em que estado Gojo poderia estar agora. Ele nunca havia perdido um aluno antes, e mesmo que convivendo por pouco tempo, poderia ser difícil para o feiticeiro. Mitsuki estava prestes a virar no último corredor até a enfermaria quando escutou vozes.
— Isso é… — Shoko dizia, seu tom de voz indicava choque.
— Olha só! Isso é inesperado! — Gojo responde com uma risada.
Mitsuki franziu as sobrancelhas ao escutar, porque diabos eles estavam tão surpresos? E principalmente, porque estavam rindo? A curiosidade quase sempre levava a melhor da garota, então ela continuou caminhando até a porta. Ela sabia que em breve Gojo sentiria sua energia, então se quisesse saber o que estava acontecendo tinha que ser rápida e chegar de surpresa.
A jovem acelerou os passos e empurrou a porta que estava entreaberta, e a cena que Mitsuki viu não era nada do que ela imaginava.
— Mas que… que merda é essa?! — Ela disse, recebendo os olhares chocados de Shoko, Gojo e do senhor Ijichi.
Itadori estava ali, sentado na maca, vivo. Ele estava vivo. Yuuji se levantou devagar e tocou seu próprio rosto, como se examinasse seu próprio estado.
— Imaginei que você viria me procurar… — Gojo disse, suspirando. — Como estão os outros?
Mitsuki moveu seu olhar chocado na direção de seu sensei e então cruzou os braços.
— Não prefere me explicar isso primeiro? — ela pergunta, apontando na direção de Itadori, que agora havia pegado uma toalha úmida para limpar o sangue que se espalhava por seu peitoral e abdômen.
Satoru dá de ombros antes de observar Itadori com cautela, e se aproxima dele em seguida.
— Sabe como voltou a vida, moleque? — Gojo questiona, se inclinando para ficar na altura de Yuuji.
O garoto respirou fundo e passou uma das mãos pelo cabelo, confuso.
— Na verdade não faço ideia sensei.
Gojo balançou a cabeça de forma afirmativa e pegou seu celular no bolso, encarando Mitsuki em seguida.
— Mitsuki, saia com ele pelos fundos, mas não sejam vistos. — ele diz e então olha para o senhor Ijichi. — E você, vá com eles.
Logo em seguida ele começou uma ligação, enquanto Mitsuki caminhava para fora do cômodo junto com Itadori, ela escutou o nome Nanami. Então era nisso que Satoru estava pensando, se ela estiver certa, é um ótimo plano.
[...]
— Fiquem aqui, eu vou buscar o carro. — Ijichi diz antes de correr de forma desajeitada até os portões dos fundos da escola.
O silêncio entre Mitsuki e Itadori estava sendo insuportável, mesmo que na maioria das vezes a feiticeira realmente preferisse ficar quieta, dessa vez era porque ela não sabia o que dizer para alguém que acabou de voltar dos mortos. Na verdade, Mitsuki raramente sabia o que dizer, independente da situação.
— Como a Nobara e o Megumi estão? — Itadori perguntou sem jeito.
Mitsuki ficou aliviada por Yuuji começar a falar.
— Fingindo que estão bem, mas estão arrasados.
Itadori virou a cabeça para encarar Mitsuki, os cabelos longos e escuros estavam voando, deixando a vista as feições delicadas dela; o garoto se pegou observando por alguns segundos antes de perguntar:
— E você? Como estava?
Mitsuki pareceu surpresa com a pergunta, e na verdade até mesmo Yuuji se surpreendeu com o que disse. A jovem suspirou e encarou Itadori por um breve segundo.
— Não tive tempo para ficar de luto.
E então eles caíram no silêncio de novo. Itadori não sabia o motivo, mas gostava do desafio que era conversar com ela. O som do motor de um carro fez com que ambos se dispersassem de seus pensamentos.
— Vamos meninos. — Ijichi disse ao abaixar o vidro da janela.
Itadori abriu a porta de trás e esperou que Mitsuki entrasse, o que ela fez após um momento de confusão. Ijichi acelerou o veículo assim que Yuuji entrou, sentando-se ao lado da feiticeira.
— Para onde vamos? — Itadori perguntou, se inclinando na direção do banco do motorista.
Ijichi ajeitou seus óculos e olhou para Mitsuki pelo retrovisor antes de voltar sua atenção para a estrada.
— Você vai descobrir quando chegarmos lá.
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𝐓𝐇𝐄 𝐎𝐍𝐋𝐘 𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓𝐁𝐑𝐄𝐀𝐊𝐄𝐑; itadori yuuji
Fanfic【。。】𝐓𝐇𝐄 𝐎𝐍𝐋𝐘 𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓𝐁𝐑𝐄𝐀𝐊𝐄𝐑 [itadoriyujii×femoc] 𝗢𝗡𝗗𝗘 Mitsuki além de lutar em uma guerra contra as maldições e seus próprios demônios, tenta enfrentar seus sentimentos pelo receptáculo de Sukuna. ou 𝗢𝗡𝗗𝗘 Itadori mostr...