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A investigadora Kim tinha os dedos firmes no revólver. Com seus olhos fixos no alvo e a mão estabilizada, ela soltou o ar devagar pelos lábios entreabertos antes de disparar contra o alvo.

Quem estivesse do outro lado não teria a menor chance contra a mulher. Os disparos foram seguidos um do outro, sem hesitar um segundo se quer, até que ela tivesse certeza de que o tambor do revólver estava completamente vazio. Ela não se contentou até ter certeza que o alvo imaginário não estava mais respirando. Como daquela vez.

A Kim ficou observando as balas caindo uma por uma no chão de concentro com um pequeno sorriso ameaçando crescer em seus lábios. Apesar de ser apenas um simples treinamento, ela não podia negar que gostava de sentir aquela adrenalina percorrendo seu corpo cada vez que apertava o gatilho.

Quando finalizou o alvejamento contra o alvo, ela deixou o revólver em cima da bancada e permaneceu parada.

Enquanto esperava para ter os resultados em mãos, Minjeong retirou o fone de proteção dos ouvidos ao sentir o cutucão em seu ombro vindo de sua irmã mais velha.

— Tá querendo matar quem, maninha?

— Por enquanto, ninguém. — respondeu, se juntando a brincadeira da Kim mais velha. — Apenas quero garantir que vou ganhar de você.

Aeri riu nasalada, passando o braço direito ao redor dos ombros da menor.

— Vai sonhando. Ainda sou melhor do que você nesse requisito.

— É o que veremos. — Minjeong deu uma leve cotovelada na costela da mais velha.

As duas caminharam na direção onde o investigador Lee as aguardava. O olhar dele era sério ao analisar cuidadosamente os dois alvos de silhuetas humanas.

— E aí, Heeseung, quem venceu dessa vez? — Aeri perguntou para o rapaz que segurava os papéis cheios de furos.

— Você acertou mais lugares, mas, devo dizer que o bandido teria provavelmente morrido se tivesse enfrentado a Minjeong. — Heeseung virou os dois papéis para que as investigadoras pudessem ver o resultado. — A Minjeong acertou mais pontos vitais. Um certeiro bem na cabeça, outro no coração e dois tiros em cada pulmão.

— Caralho... — Aeri disse surpresa ao olhar o resultado da irmã. — Estou impressionada. Você usou o seu tiro padrão anti-Ghostface.

— Ghostface? Do filme Pânico? — Heeseung questionou confuso.

— Ah, sim. Essa aqui ama filmes de terror slasher, e como os caras quase sempre voltam no final mesmo levando tiro e facada, a Minjeong atira tanto no coração como na cabeça. — Aeri explicou e deu de ombros. — Só pra garantir.

Minjeong sorriu de forma convencida.

— Mas, apesar disso, eu venci de qualquer forma. — Aeri deu um tapinha fraco no ombro da menor, o que fez o sorriso de Minjeong sumir no mesmo instante. — Me deve um hambúrguer grande com muita batata frita na próxima vez que ficarmos de tocaia juntas.

— Chata. — Minjeong resmungou, fazendo os mais velhos rirem.

O momento de treinamento descontraído das irmãs foi encerrado no momento que as duas foram chamadas por uma das investigadoras da equipe delas.

— O que aconteceu, Jisu? — Aeri perguntou para a loira.

— A chefe está chamando vocês duas. — Jisu abaixou um pouco o tom de voz, como se fosse contar um segredo. — Acho que é sobre aquele caso que estava com o outro departamento.

— Como sabe disso? — Heeseung perguntou, curioso.

— Ah... — Jisu deu de ombros. — A minha esposa me contou mais cedo pelo telefone que o chefe dela ficou furioso por perder o caso.

Pʀᴏᴛᴇᴄᴛ Hᴇʀ | WɪɴʀɪɴᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora