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Foram longas horas na delegacia e mais algum tempo no hospital, tratando dos ferimentos de Minjeong e Jimin, além do ombro deslocado de Aeri, que se machucou ao arrombar a porta do banheiro.

Houve também mais alguns minutos com Minjeong sentada na maca do hospital escutando sermões de Taeyeon, onde Aeri seguia a mãe delas como uma sombra, sempre imitando as palavras e expressões da mais velha. As mulheres somente pararam quando Minjeong se levantou e as abraçou. Taeyeon suspirou em alívio ao abraçar com força a filha e logo em seguida também puxou Jimin para o abraço, agradecendo por as duas estarem bem.

Elas passaram algum tempo tranquilizando as mães de Jimin e Yizhuo também.

Quando finalmente chegaram em casa, já era madrugada. O casal estava visivelmente exausto, mas a companhia uma da outra era extremamente reconfortante.

E mesmo com o braço dolorido devido ao tiro, Minjeong fez questão de carregar Jimin em seus braços durante o caminho até dentro de casa. Quando Jimin tentava resistir, a menor se mantinha firme, falando que não sentia tanta dor por causa dos remédios e que poderia fazer aquilo. Minjeong queria se mostrar forte, para apoiar sua namorada.

— Eu posso andar sozinha. — Jimin disse baixinho, encolhida contra o corpo da mais nova.

— Eu sei. — Minjeong sorriu para a mais velha enquanto subiam a escada.

Depois de entrarem no quarto, a Kim acendeu a luz e caminhou até a cama, onde deixou Jimin se acomodar com cuidado. A mais velha se sentou na beirada do colchão, a expressão em seu rosto mostrando o quanto ela estava cansada. Minjeong então se ajoelhou na frente da namorada, pegou as mãos dela com cuidado e as levou até sua boca. Ficou um tempo ali, beijando com carinho toda a extensão da mão da mais velha.

A pequena cicatriz na mão que Jimin adquiriu, uma lembrança de sua luta intensa, recebeu um beijo demorado. Diante do olhar da mais velha, Minjeong sorriu mais uma vez. Aquela era uma marca permanente e uma prova de que Jimin tinha lutado e sobrevivido.

No momento que a menor finalizou a sequência de beijos, a Yu esticou a mão para ajeitar a franjinha de Minjeong.

— Eu achei que você tivesse morrido naquela hora que ele atirou em você. Achei que tivesse te perdido para sempre. — Jimin disse, seus olhos se enchendo de lágrimas. — Eu ainda não acredito que eu quase te perdi.

— E eu fiquei com medo de não chegar a tempo. Fiquei com muito medo de ele te machucar e eu não conseguir fazer nada. — Minjeong confessou, esticando a mão para secar o rosto da maior com o polegar. — Eu te amo muito, Jimin.

— Eu te amo muito, Minjeong.

Minjeong se levantou para secar as lágrimas que ainda insistiam em escorrer pelo rosto da mais velha. Usou os dedos e também fez questão de beijar o rosto molhado da mulher. Quando o choro de Jimin cessou, com delicadeza a Kim encostou sua boca na boca da mais velha, iniciando um beijo calmo e cheio de amor.

— O que vai acontecer com você? — Jimin perguntou preocupada com a voz trêmula quando elas se separaram, sua mão agarrando com força a camisa da menor. — Eles não podem te prender, não é? Você só estava nos defendendo!

— Ele ia pegar a pistola e atirar na gente. Eu estava com colete a prova de balas porque imaginei que caso alguma coisa desse errado, como deu, ele ia me querer fora do caminho primeiro. Só que você não estava com um. E eu não podia deixar ele atirar em você, por isso nos defendi. — Minjeong explicou, ajeitando os fios da franjinha da mais velha. — Foi o que eu disse no interrogatório.

— Mas... — Jimin franziu o cenho. — Eu estava com o colete que você me deu mais cedo.

— Eu sei, mas ninguém mais sabe disso. — Minjeong piscou um olho para ela, um sorrisinho sacana surgindo em seus lábios. — Em conclusão, foi legítima defesa. Não precisa se preocupar, princesa, nada de ruim vai acontecer comigo. Vou ficar de licença por duas semanas e, depois que eu me recuperar, volto a trabalhar normalmente.

Pʀᴏᴛᴇᴄᴛ Hᴇʀ | WɪɴʀɪɴᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora