Bill— You said it looked better on me than it did you... — Cantava Conan Gray em meus fones.
Soterrado entre cobertores e mais cobertores, de olhos fechados, faço carinho em meus próprios cabelos, buscando um pouco de conforto. Mas, tudo faz parte do processo, como mamãe diria.
O processo de se apaixonar.
Um dia, sinto que vou olhar para tudo isso com carinho.
É o que digo mentalmente para mim mesmo, enquanto as lágrimas enchem meus olhos castanhos.
No momento em que a porta de meu quarto abre violentamente, enxugo minhas bochechas salgadas.
— Eu não acredito que você está chorando por mulher. — Diz a voz de Tom e, mesmo sem vê-lo, sei que está me encarando com aquela cara de bosta.
— Eu não estou chorando. — Falo, com uma voz trêmula, de quem com certeza acabou de chorar.
Meu irmão se senta na cama.
— Você sabe que ficar ai se lamentando não vai fazer com que ela goste de você, né?
Levanto a cabeça para olhar para ele. Exatamente a mesma cara que eu havia deduzido. Bufo, sentindo aquela dorzinha insuportável no peito.
— Sai daqui.
Tom bufa também.
— A mãe está preocupada. Faz dias que você só fica aqui depois da escola. — Ele faz uma pausa, nitidamente esperando que eu fale algo. — E ela disse que você mal está comendo.
Me agarro a almofada mais próxima e afundo meu rosto em seu tecido.
Um minuto, dois...
— Realmente não vai falar nada? — Questiona Tom, indignado.
— Eu já disse para você sair daqui.
Um pouco antes de sair e bater a porta, ele resmunga:
— Se arruma. Vamos sair com Georg e Gustav.
Demoro para aceitar a ideia de que eu teria que sair da cama. Com as bochechas ardendo de tanto secar as lágrimas, me sento, cabisbaixo.
Me visto com a primeira roupa que vejo quando abro o armário, pouco preocupado, coisa que nunca faço.
Mas isso não importa. Nada mais importa.
Estamos no carro do pai de Georg, a caminho do shopping. Tom disse que ver garotas bonitas iria me tranquilizar, o que eu sabia que não era verdade.
Eles estão jogando assunto fora, enquanto eu fico com a cabeça apoiada na janela do carro, com a mesma música nos fones.
Me sinto em um videoclipe triste, onde o protagonista sofre cinematograficamente.
Quando o assunto focaliza em mim e meus problemas pessoais, abaixo o volume no celular.
— O que ele tem? — Indaga Gustav. Percebo, pelo canto dos olhos, seu olhar preocupado.
Tom olha para ele pelo retrovisor.
— Está sofrendo pela Melissa.
O olhar de preocupação de meu amigo se transforma em pena.
— Ah, meu Deus. Ela fez alguma coisa?
Meu irmão ergue as sobrancelhas.
— Na verdade, não. O Bill só está todo boladinho porque ela está gostando de um cara ai.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐁𝐄𝐘𝐎𝐍𝐃 𝐓𝐇𝐄 𝐖𝐎𝐑𝐋𝐃 - BILL KAULITZ
Fanfiction• ꒰ Não... falar? ꒱ ˎˊ˗ Melissa Sanchez, uma adolescente de 15 anos, vive em um mundo de silêncio devido a um raro distúrbio de comunicação causado pelo autismo. Apesar de seu físico belo e trejeitos doces, ela é constantemente vista como alguém ina...