୨💌୧ Por que você me beijaria?

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Bill

You said it looked better on me than it did you... — Cantava Conan Gray em meus fones.

Soterrado entre cobertores e mais cobertores, de olhos fechados, faço carinho em meus próprios cabelos, buscando um pouco de conforto. Mas, tudo faz parte do processo, como mamãe diria.

O processo de se apaixonar.

Um dia, sinto que vou olhar para tudo isso com carinho.

É o que digo mentalmente para mim mesmo, enquanto as lágrimas enchem meus olhos castanhos.

No momento em que a porta de meu quarto abre violentamente, enxugo minhas bochechas salgadas.

— Eu não acredito que você está chorando por mulher. — Diz a voz de Tom e, mesmo sem vê-lo, sei que está me encarando com aquela cara de bosta.

Eu não estou chorando. — Falo, com uma voz trêmula, de quem com certeza acabou de chorar.

Meu irmão se senta na cama.

— Você sabe que ficar ai se lamentando não vai fazer com que ela goste de você, né?

Levanto a cabeça para olhar para ele. Exatamente a mesma cara que eu havia deduzido. Bufo, sentindo aquela dorzinha insuportável no peito.

— Sai daqui.

Tom bufa também.

— A mãe está preocupada. Faz dias que você só fica aqui depois da escola. — Ele faz uma pausa, nitidamente esperando que eu fale algo. — E ela disse que você mal está comendo.

Me agarro a almofada mais próxima e afundo meu rosto em seu tecido.

Um minuto, dois...

— Realmente não vai falar nada? — Questiona Tom, indignado.

— Eu já disse para você sair daqui.

Um pouco antes de sair e bater a porta, ele resmunga:

— Se arruma. Vamos sair com Georg e Gustav.




Demoro para aceitar a ideia de que eu teria que sair da cama. Com as bochechas ardendo de tanto secar as lágrimas, me sento, cabisbaixo.

Me visto com a primeira roupa que vejo quando abro o armário, pouco preocupado, coisa que nunca faço.

Mas isso não importa. Nada mais importa.




Estamos no carro do pai de Georg, a caminho do shopping. Tom disse que ver garotas bonitas iria me tranquilizar, o que eu sabia que não era verdade.

Eles estão jogando assunto fora, enquanto eu fico com a cabeça apoiada na janela do carro, com a mesma música nos fones.

Me sinto em um videoclipe triste, onde o protagonista sofre cinematograficamente.

Quando o assunto focaliza em mim e meus problemas pessoais, abaixo o volume no celular.

— O que ele tem? — Indaga Gustav. Percebo, pelo canto dos olhos, seu olhar preocupado.

Tom olha para ele pelo retrovisor.

— Está sofrendo pela Melissa.

O olhar de preocupação de meu amigo se transforma em pena.

— Ah, meu Deus. Ela fez alguma coisa?

Meu irmão ergue as sobrancelhas.

— Na verdade, não. O Bill só está todo boladinho porque ela está gostando de um cara ai.

𝐁𝐄𝐘𝐎𝐍𝐃 𝐓𝐇𝐄 𝐖𝐎𝐑𝐋𝐃 - BILL KAULITZOnde histórias criam vida. Descubra agora