୨💌୧ Fotógrafa silenciosa

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Quando o show finalmente acaba, os meninos voltam aos seus devidos lugares.

Vou ao encontro de Alice e Ada e me sento no meio delas, que me recebem com carinho.

Mas, me surpreendo quando Lice me toca no braço. Viro-me e ela faz um sinal, apontando para a esquerda.

Mais especificamente, para o pintor.

Ele se curva um pouco para frente, no final da fileira.

— Posso ver suas fotos? — Pergunta, apontando para minha câmera com a cabeça.

Fico totalmente sem reação. Porém, no mesmo momento, retiro a câmera do pescoço e lhe entrego.

Não há nada demais em minhas fotografias. Apenas muito amor e carinho que coloco em cada imagem.

Observo cada movimento do pintor pelo canto dos olhos, passando e vendo foto por foto. Percebo como ele é incrivelmente bonito e isso é uma sensação para lá de estranha.

O pintor me lança um olhar e, logo em seguida, um sorrisinho de canto. Sinto meu coração disparar e minha boca fica entreaberta.

Não demora muito para que ele volte sua atenção às fotos.

Com o coração ainda disparado, olho para Alice, que está me encarando com um semblante incomum, como se suspeitasse de alguma coisa.

A imagem do pintor me dando um olhar fofo e um sorrisinho de canto demora a sair de minha cabeça.

Para ser sincera, me sinto tão feliz que chego a dar um abraço apertado em Ada, que está do meu lado direito, coisa que eu jamais faria se estivesse em meu normal.

Alice me cutuca mais uma vez e aponta para a mesma direção de anteriormente.

O pintor está me encarando mais uma vez. Agora, dá um sorriso de verdade.

— Eu adorei as suas fotos! Mas, uma coisa: qual é o seu nome?

Congelo imediatamente. Droga.

Alice, minha salvadora, toma as rédeas da situação, como sempre faz quando alguém me dirige uma pergunta.

— Melissa. O nome dela é Melissa.

Suspiro aliviada e agarro a mão de minha amiga. Ela sorri e se vira para o meu lado.

Por alguns segundos, trocamos olhares o suficiente para ela descobrir que também deveria perguntar o nome dele.

— E o seu?

O pintor se ajeita em sua cadeira e sorri.

— Johnnie.

Johnnie.

Esse nome me dá um intenso dejá-vù de quando eu era criança e dizia para lá e para cá que iria me casar com um cara chamado Johnnie, ou talvez um Nicolas, quando crescesse.

Me sinto feliz, até porque agora não preciso sempre me referir a ele como "o pintor".

De repente, um garoto moreno surge e faz um sinal para Alice. Ela rapidamente se levanta e vai com ele à "só Deus sabe".

Matuto um pouco sobre isso, mas logo ignoro.

A única coisa que importa nesse momento é Johnnie.





Após o show ser finalizado, passo na sala de aula e pego meu caderno com uma caneta.

Ao sair, alguém colide comigo e o que eu estava segurando cai no chão. O barulho me faz rapidamente levar as mãos até as orelhas.

𝐁𝐄𝐘𝐎𝐍𝐃 𝐓𝐇𝐄 𝐖𝐎𝐑𝐋𝐃 - BILL KAULITZOnde histórias criam vida. Descubra agora