❂𝟘𝟙❂

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"Todas as lendas
têm um fundo
de verdade. "

—Diário desconhecido,
encontrado por Aro
em Volterra .

—Diário desconhecido, encontrado por Aro em Volterra

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Para aquele que surge nos campos de batatas


            Era 1663 quando Carlos II governava a Inglaterra. O reinado de Carlos II representou a pacificação do país e a restauração da monarquia, após as guerras civis entre católicos e protestantes e o regime republicano de Oliver Cromwell. Havia muitas festas em Londres, teatros e as casas de jogos foram reabertas.

Enquanto muitos festejavam, brigas religiosas aconteciam e com isso, frequentemente as fogueiras eram acessas. O anglicanismo queria um espaço, queria mostrar sua importância e existência, quantos morreram para saciar está vontade? Ninguém nunca irá saber.

Existiu um homem que perdeu a esposa e se afundou na obsessão de reconhecimento, acabou levando a ruína do próprio filho. O pastor anglicano Eliphalet Cullen sacrificou o único filho em uma caçada a monstros que não podiam ser mortos por meros humanos.

A humanidade seguia um ciclo vicioso e simples da vida, um ciclo interminável: nasce, cresce, reproduz, envelhece e morrer. Mas para um vampiro este looping é interrompido, todavia havia bônus como imortalidade, sentidos anormais é uma sede incontrolável por sangue.

E foram estes seres da noite escondidos nos canais de esgoto pútridos da Londres na Idade Moderna que morderam e ceifaram a vida humana de Carlisle Cullen. Um jovem que mal tinha completado seus 23 anos, atacado em uma aventura que nem queria estar e muito menos presenciar.

Carlisle ficou em silêncio enquanto ardia, para evitar ser descoberto por qualquer pessoa. Aprisionou a dor dentro de si, mesmo sabendo que
não valia a pena suportar aquilo nem por mais um batimento cardíaco.

Um momento infinito de dor.

Ele não sabia dizer se passou minutos, dias, semanas ou anos, mas por fim o tempo voltou a passar, e ele podia sentir o controle do corpo voltando progressivamente, e esses foram seus primeiros sinais da passagem do tempo.

Carlisle lutava para manter os gritos e os movimentos convulsivos presos dentro de si, onde não podiam causar sofrimento a mais ninguém, enquanto sua audição estava cada vez mais clara, e podia contar o batimento frenético do seu coração para marcar o tempo. E ele continuou a ficar mais forte, os pensamentos mais claros, ruídos que deveriam ser imperceptíveis agora era possível de ouvir.

No terceiro dia seu coração saltava muito mais que antes, batendo como os cascos de um garanhão correndo em campo aberto, o som quase uma nota única e contínua, parecia que iriam moer as costelas. O fogo subia pelo centro do peito, sugando as chamas do restante do corpo para servir de combustível ao calor ainda mais abrasador. A dor foi suficiente para deixa-lo atordoado,se teve inicio uma batalha dentro dele.

Seu coração disparado correndo contra o fogo que o atacava. Os dois perdiam. Pois seu coração falhou duas vezes, e então bateu novamente, baixinho, outra única vez. Não havia som. Nem respiração.
E então abri os olhos e fitei o teto imundo, temeroso com o quão bem agora enxergava.

Ele se levantou tentando processar o que lhe acontecia, frio e sem batimentos, morto mas existindo e com sentidos apuradíssimos. Assustado com si mesmo, fugindo da própria sombra ele correu muito mais rápido do que já fora antes. Vagou por dias a fio negando sua nova natureza, ele não queria ser um monstro. Ele era a criatura que seu pai tanto ansiava caçar e matar para vangloriar-se, porém Carlisle percebeu que os humanos nunca ganhariam em força ou agilidade.

O que faria agora?

Em algum momento ele parou, em um campo repleto de batatas e folhas se ajoelhou no chão perdido e desolado. O futuro que desejava foi negado e arrancado sem direito a escolha.

O turbilhão de pensamentos teve fim quando seus instintos mais primitivos avisaram-lhe incansavelmente que alguém se aproximava. Seus olhos vermelhos procuravam ao redor, porém nada foi visto.

— Coitadinho.— Uma voz feminina melodiosa como um riacho soou, vinha da floresta no final do campo.— Quer ajuda?

— Sempre tão amável, querida.— Uma rouquidão marcante como o calor das chamas se fez presente no recinto.

— Podem me ajudar?— Carlisle perguntou atordoado.

— Sim, você não precisa ter medo.— Em um piscar de olhos a mulher estava diante dele.

Seus olhos banhados em escarlate ergueram-se para ver a mulher também loira de olhos claros e gentis. Logo depois um homem surgiu ao lado dela, era ruivo e encarava o recém-criado com seriedade.

O casal parecia tão humano, mas tão distintos das pessoas normais.

O que eles eram?

— Podem mesmo me ajudar?— Carlisle falou, trêmulo.

— Podemos.— O homem disse, possuía grande porte e trajava uma camisa branca de manga comprida com babados simples, além de uma calça preta e botas da mesma cor. Estava elegante ao contrário de Carlisle que vestia roupas maltrapilhas pelo tempo que se contorceu pelo esgoto.

— Como se chama?— Perguntou a mulher revestida em um vestido de tecido azul celeste sem muito adornos, safiras decoravam o pescoço e as orelhas. A cor combinava com ela, possuía a leveza de um rio calmo.

— Meu nome é Carlisle.— O jovem pálido de cabelos dourados se apresentou.

— Olá, eu sou a Coral.— A dama introduziu-se sorrindo suavemente.— E este é o meu marido, o Aidan.— O ruivo estendeu o mão para Carlisle, o ajudando a levantar.

— Vamos ensiná-lo sobre o que precisa saber.— Disse Aidan falando de forma mais receptiva.— Bem-vindo ao mundo sobrenatural, Carlisle.

Assim os três caminharam juntos, deixando para trás o campo de batatas e a antiga vida de Carlisle Cullen.

Gostaram desse capítulo inicial?A estética ficou legal? Dependendo dos números de curtidas e comentários irei escrever o próximo capítulo

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Obrigada por lerem!
Bye bye!

ℍ𝕖𝕒𝕣𝕥 𝕠𝕗 ℙ𝕙𝕠𝕖𝕟𝕚𝕩 ❂ ℂ𝕒𝕣𝕝𝕚𝕤𝕝𝕖 ℂ.Onde histórias criam vida. Descubra agora