Obscuriorum Nexus

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Sasuke fitou de novo a fotografia, o coração apertado enquanto olhos exatamente iguais aos seus o fitavam de volta. O menino, seu filho, ria de pura felicidade enquanto posava, os braços rechonchudos estendidos para a câmera. Um estremecimento o envolveu, partindo dos pés para a cabeça. Estava fascinado, e com medo. Muito medo.

Não podia ser pai. Não ele, com a criação que tivera e com os caminhos tortuosos que sua vida percorrera antes que tomasse as rédeas nas mãos. Não estava preparado para cuidar de um cachorro quanto mais de uma criança. E com o sangue que carregava nas veias... O sangue de uma prostituta e de um criminoso cruel... Dio mio.

Sasuke não mentira. Uma onda de impotência o dominou ao pensar que os dois homens que mais desprezava haviam tomado conhecimento da existência do garoto antes dele. Embora soubesse que era injusto culpar a mulher à sua frente, não podia deixar de sentir um amargo ressentimento por ter permanecido na ignorância por mais de quatro anos.

Afastou as emoções e se concentrou na realidade com a qual podia lidar... A teimosia de Sakura em revelar onde estava seu filho. Porque estivesse ou não preparado para ser pai, no momento, ela agia de maneira irracional... Como uma mãe ursa... Aliás, Sasuke nem sabia como uma mãe ursa agia.

Respirou fundo para se manter no controle e passou o dedo pela fotografia.

– Acabei de descobrir que tenho um filho. – Deteve-se ao vê-la franzir a testa, esperando uma resposta para a pergunta que já fizera. – Através de... colaboradores comerciais que queriam chamar minha atenção...

Ela balançou a cabeça, fazendo o longo rabo de cavalo dançar.

– O que isso quer dizer? Por que colaboradores comerciais usariam meu filho para chamar sua atenção? – O rosto dela ficou vermelho, fazendo Sasuke se lembrar da outra ocasião, outro lugar onde as emoções dos dois haviam jorrado apaixonadamente. – Em que tipo de negócios está envolvido? – perguntou ela com suspeita.

Então Sakura não sabia mesmo quem ele era. Uma espécie de alívio o dominou. Quando sua sociedade comercial com Nagato tornara-se pública, cinco anos atrás, seu mundo se enchera de bajuladores e de mulheres que se atropelavam para chamar sua atenção. E essa atenção aumentara mil por cento quando ele inaugurara seu primeiro resort de luxo na costa do Taiti, feito que repetiria inaugurando mais cinco e se tornando presença obrigatória na lista dos Mais Ricos do Mundo.

Então era muito relaxante ver que Sakura não mudara de atitude assim que soubera seu nome completo. Mas não suficientemente relaxante para perceber que detonara as suspeitas dela, e isso poderia atrapalhar seus objetivos.

Precisava dizer as palavras certas.

– Nada tem a temer de mim. – Sasuke já se controlara após o primeiro choque ao revê-la. De agora em diante, agiria com cautela e frieza.

Sakura balançou a cabeça de novo.

– Desculpe, mas isso não basta. – Fitou a moldura que continuava nas mãos dele, um brilho protetor nos olhos verdes. – Diga-me exatamente quais são os seus negócios ou esta conversa acabará agora.

Sasuke quase riu. Ela estava muito iludida se pensava que usando de firmeza o impediria de ver seu filho e concluir que era mesmo seu.

– Sou o principal executivo e proprietário da Moon International.

Ela arqueou as sobrancelhas e logo sua expressão se tornou de espanto.

– Moon... Aqueles resorts que exigem um braço ou uma perna para conseguir reserva?

Ele fez um gesto displicente com a mão afastando a ideia.

– Aceitamos hóspedes de qualquer nível financeiro.

Amor et Scelus (SASUSAKU x MÁFIA)Onde histórias criam vida. Descubra agora