Vinculum

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Sasuke notou diversas expressões no rosto de Sakura. – O que você quer dizer com isso? – perguntou ela, observando os grandalhões que protegiam o parque.

Ao perceber o desconforto dos outros pais com a presença deles, ele acenou friamente para os guarda-costas, que desapareceram nas sombras, mas o olhar assustado persistiu no rosto de Sakura. Quando ela segurou o ombro de Salvatore, Sasuke sentiu um aperto no coração.

– Meu hotel está a dez minutos daqui. Conversaremos lá – tentou não deixar que a ironia das palavras obscurecesse a ocasião. Ele havia dito as mesmas palavras cinco anos antes, um convite que terminou com ele fugindo. Mas agora o convite era por causa do filho.

Não duvidava mais que Salvatore fosse seu filho e estava determinado a reivindicar seus direitos de pai, protegendo a criança de Danzou. No entanto, além disso, não sabia como agir, mas estava certo de que triunfaria. Tinha saído das ruas cruéis e se tornara um magnata; nada ficaria em seu caminho.

Sakura balançou a cabeça. – Não posso.

Sasuke estreitou os olhos, desconfiado. – Por quê? – Então, percebeu que tinha sido descuidado. As fotos de Danzou mostravam apenas ela com o filho, levando-o a concluir que não havia outro homem na vida dela. No entanto, essas fotos eram de anos atrás, e muita coisa poderia ter acontecido desde então. Sakura poderia ter um namorado que considerasse o pai de Salvatore.

A ideia o enfureceu. – Há alguém em sua vida? – examinou os dedos de Sakura, que não ostentavam aliança nem anéis. Nos dias atuais, isso não significava necessariamente nada. – Um amante, talvez? – A palavra saiu como um disparo de sua boca. Ela fitou Salvatore, ocupado alimentando os patos.

– Não tenho nem amante nem marido ou seja lá o que quis dizer – retrucou Sakura. Sasuke atribuiu o alívio que sentiu a não ter que enfrentar mais um problema nessa situação já tão complicada.

– Então não vejo por que não discutir essa questão em meu hotel.

– Não foi por isso que me recusei a ir. Tenho uma vida, Sasuke, e Salvatore tem seus compromissos que deve manter para que não se torne preguiçoso. Preciso tratar do jantar dele daqui a meia hora e colocá-lo na cama para poder voltar ao restaurante.

– Você volta a trabalhar depois que Salvatore dorme? – questionou Sasuke.

Ela comprimiu os lábios. – Não todas as noites, mas, sim, moro em cima do restaurante e minha gerente mora no apartamento ao lado. Ela cuida de Salvatore nas noites em que trabalho.

– Isso é inaceitável.

Ela arregalou os olhos, ofendida. – Como disse?

– Daqui em diante não o deixará nas mãos de estranhos – afirmou Sasuke.

A indignação a dominou. – Se me conhecesse, saberia que jamais deixaria meu filho nas mãos de estranhos! Hinata não é uma estranha. É minha amiga e assistente. E que ousadia é essa de dizer como devo criar meu filho?

Ele a segurou pelos ombros e se aproximou para que ninguém mais os ouvisse. – Salvatore é nosso filho – murmurou ao seu ouvido. – A segurança e o bem-estar dele agora também são minha prioridade, gattina. – A palavra carinhosa saiu sem querer de novo, mas ele se controlou. – Recolha as garras e vamos levá-lo ao seu apartamento. Depois que ele jantar e dormir conversaremos, sì?

Afastou-se, pressentindo que a proximidade também a excitara. Dio, precisava de mais essa complicação?

– Filho, vamos – chamou Sakura.

– Mais um pouquinho! – respondeu o menino.

Ela sorriu com os lábios polpudos. – Ele não tem noção de tempo e sempre quer mais quando digo que é hora de voltar para casa.

Amor et Scelus (SASUSAKU x MÁFIA)Onde histórias criam vida. Descubra agora