20 - Aquele na varanda.

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🎨 | Boa leitura!

Chego ao museu apenas com dez minutos de atraso e explico ao Nick que tive um problema com o meu carro sem dar grandes detalhes

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Chego ao museu apenas com dez minutos de atraso e explico ao Nick que tive um problema com o meu carro sem dar grandes detalhes. Começamos a ver a exposição enquanto conversamos com algumas pessoas sobre as obras. Garret, o artista responsável, está cercado de pessoas o tempo todo e demorou um pouco para que Nick e eu consigamos falar com ele.

— Lili? — ele diz assim que eu me aproximo.

— Lembra de mim? — pergunto surpresa, aceitando quando ele me dá um abraço.

— Como eu poderia esquecer do pequeno prodígio da Flora? — nos soltamos do abraço, ele está com um sorriso bem gentil que eu devolvo também. — E você está ficando famosa, mocinha, aquela coleção foi de tirar o fôlego.

— Nossa, muito obrigada. — coloco uma mão sobre o peito. — Ah, Garret, esse é o Nicolas. — apresento.

— Seu trabalho é impressionante. — Nicolas o elogia durante um aperto de mãos.

— Fico agradecido. — Garret diz. — Mas tenho que dizer, não acho que seja o meu melhor. — ri. — Mas todo artista tem o seu filho favorito, certo, Lili?

— Certo. — concordo. — E qual seria o seu filho favorito nesta exposição? — olho em volta curiosa.

— Me acompanhe.

Nick e eu o seguimos por alguns corredores até que ele para em uma das esculturas. É a estátua que representa uma mulher. Seus cabelos são feitos de flores e ela tem uma expressão de serenidade que me parece estranhamente familiar. Quando leio a placa que nomeia a peça, quase caio para trás, mas consigo manter os meus pés firmes no chão.

Flora.

Ah, meu Deus... — engulo em seco ao sentir minhas lágrimas vindo à tona. — É a minha mãe.

— Flora foi uma artista brilhante. Uma pena o mundo tê-la perdido tão cedo. Eu aprendi muito com ela, muitas das minhas técnicas só existem graças à Flora. Como o tema dessa exposição é sobre a minha própria evolução no mundo da arte, achei que seria mais do que lógico representar alguém que eu tanto admiro. Sua mãe não era só uma artista incrível, ela era uma pessoa incrível.

Assinto com a cabeça e enxugo uma lágrima que escapa e rola pela minha bochecha. Não consigo tirar os meus olhos da escultura e não consigo parar de pensar em todas as vezes que eu dizia que queria desistir de ser pintora temendo não ter uma vida financeira estável e a minha mãe me dava um de seus sermões doces, me falando sobre como a gente deve transformar os nossos sonhos em coisas reais. Ela foi a pessoa que mais me incentivou.

— Muito obrigada por isso. — viro-me para o Garret e o pego de surpresa ao lhe dar um abraço. — Ela ficaria muito feliz.

— Ela diria que eu sou exagerado, mas eu sei que iria gostar. — ri junto comigo.

Room Haters ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora