— Pedro Tófani point view —
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–Pensei que você não ia atender a porta! – João diz assim que adentramos a casa de Malu.
– Eu tava planejando não abrir mesmo. Iria simplesmente ignorar, se você estivesse sozinho! Mas como o Pê ‘tá junto.. – Ela responde.
– A preferência gritou alto agora! – João comenta, se deitando no sofá.
– Todo mundo me prefere, bê! – Digo, dando uma leve batida nas pernas do mesmo. Ele me olha, e mostra a língua. Me sento e ele repousa as pernas sobre meu colo. Malu se senta na poltrona a nossa frente.
– Ué, achei que a gente ia dar um volta no condomínio, não ficar sentados olhando um pra cara do outro na minha sala.
– O trajeto da nossa casa até aqui é longo, Marilu – João fala.
– São cinco minutos, jão.
– ‘Tá vendo? – Ele responde, e Maria revira os olhos.
– Bom, se vamos ficar aqui, que tal assistirmos um filme? – Suponho.
Eu precisava urgentemente falar com Maria a sós. Eu sabia que a desculpa da carta que eu tinha dado a João não seria o suficiente. Precisava que alguém soubesse.
– Vamos! Vou fazer a pipoca. Podem ir escolhendo. – Malu diz, se levantando.
– Eu vou com você, pra te ajudar! – Digo me levantando também.
– Nãooo! Pode ficar, tá tranquilo Pê!
– Eu te ajudo, Malu – Respondo, lançando um olhar de reprovação para a mesma, que entende.
– Ah, sim claro! Vamos – Ela parte pra cozinha e eu a sigo.
Malu pega impulso e se senta no mármore da pia, olhando para mim. A garota tinha os braços cruzados e as sombrancelhas arqueadas. A expressão dela expressava curiosidade.
– Desembucha!
– Eu acho que fiz uma besteira – Chego mais perto da garota, falando baixo.
– Ai meu deus, Pedro! Eu nem sei o que é, mas pra você estar inquieto desde jeito, foi algo grave.
– O quê? Eu não ‘tô inquieto!
– E eu não te conheço como a palma da minha mão! Fala logo o que você fez.
– Eu meio que mandei uma carta anônima pro joão, meio que me declarando. E meio que eu tô arrependido. – Confesso.
Malu abre e fecha a boca algumas vezes, na tentativa de dizer algo. Depois de alguns segundos, ela solta.– Eu já sabia.
– Da carta?
– Não, idiota! Que você gosta dele! Sempre esteve na cara. – Ela responde, dando de ombros.
– Por favor, me diz que ele aparenta gostar de mim também, e que não ‘tá tão na cara assim!
– Primeiro, talvez sim, talvez não! O João é confuso demais. Segundo, quem vê de longe, não percebe. Mas a gente..
– "A gente" quem? – Me assusto com a possibilidade de mais pessoas perceberem meus sentimentos.
– Eu, Renan e Giovana! ‘Cê acha que a gente nunca conversou sobre isso? – Ela pergunta, com um tom de indignação.
– Vocês são péssimos, de verdade! E eu faço o que, Malu?
– E você nos ama! Agora, deixa o universo guiar, Pê! Vocês são lindos juntos. Se for pra ser, será. E você sabe, eu sempre ‘tô aqui – Ela diz, dando um beijo em minha bochecha. – Agora vamos fazer a pipoca, antes que o João comece a surtar.
– Tá tá! – Respondo, e a ajudo descer do mármore.
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Tem Carta Pra Mim? - Pejão.
Fanfiction| onde joão começa a receber cartas de um admirador anônimo |