02.

492 57 57
                                    

— Pedro Tófani point view —

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

— Pedro Tófani point view —

–Pensei que você não ia atender a porta! – João diz assim que adentramos a casa de Malu.

– Eu tava planejando não abrir mesmo. Iria simplesmente ignorar, se você estivesse sozinho! Mas como o Pê ‘tá junto.. – Ela responde.

– A preferência gritou alto agora! – João comenta, se deitando no sofá.

– Todo mundo me prefere, bê! – Digo, dando uma leve batida nas pernas do mesmo. Ele me olha, e mostra a língua.  Me sento e ele repousa as pernas sobre meu colo. Malu se senta na poltrona a nossa frente.

– Ué, achei que a gente ia dar um volta no condomínio, não ficar sentados olhando um pra cara do outro na minha sala.

– O trajeto da nossa casa até aqui é longo, Marilu – João fala.

– São cinco minutos, jão.

– ‘Tá vendo? – Ele responde, e Maria revira os olhos.

– Bom, se vamos ficar aqui, que tal assistirmos um filme? – Suponho.

Eu precisava urgentemente falar com Maria a sós. Eu sabia que a desculpa da carta que eu tinha dado a João não seria o suficiente. Precisava que alguém soubesse.

– Vamos! Vou fazer a pipoca. Podem ir escolhendo. – Malu diz, se levantando.

– Eu vou com você, pra te ajudar! – Digo me levantando também.

– Nãooo! Pode ficar, tá tranquilo Pê!

– Eu te ajudo, Malu – Respondo, lançando um olhar de reprovação para a mesma, que entende.

– Ah, sim claro! Vamos – Ela parte pra cozinha e eu a sigo.

Malu pega impulso e se senta no mármore da pia, olhando para mim. A garota tinha os braços cruzados e as sombrancelhas arqueadas. A expressão dela expressava curiosidade.

– Desembucha!

– Eu acho que fiz uma besteira – Chego mais perto da garota, falando baixo.

– Ai meu deus, Pedro! Eu nem sei o que é, mas pra você estar inquieto desde jeito, foi algo grave.

– O quê? Eu não ‘tô inquieto!

– E eu não te conheço como a palma da minha mão! Fala logo o que você fez.

– Eu meio que mandei uma carta anônima pro joão, meio que me declarando. E meio que eu tô arrependido. – Confesso.
Malu abre e fecha a boca algumas vezes, na tentativa de dizer algo. Depois de alguns segundos, ela solta.

– Eu já sabia.

– Da carta?

– Não, idiota! Que você gosta dele! Sempre esteve na cara. – Ela responde, dando de ombros.

– Por favor, me diz que ele aparenta gostar de mim também, e que não ‘tá tão na cara assim!

– Primeiro, talvez sim, talvez não! O João é confuso demais. Segundo, quem vê de longe, não percebe. Mas a gente..

– "A gente" quem? – Me assusto com a possibilidade de mais pessoas perceberem meus sentimentos.

– Eu, Renan e Giovana! ‘Cê acha que a gente nunca conversou sobre isso? – Ela pergunta, com um tom de indignação.

– Vocês são péssimos, de verdade! E eu faço o que, Malu?

– E você nos ama! Agora, deixa o universo guiar, Pê! Vocês são lindos juntos. Se for pra ser, será. E você sabe, eu sempre ‘tô aqui – Ela diz, dando um beijo em minha bochecha. – Agora vamos fazer a pipoca, antes que o João comece a surtar.

– Tá tá! – Respondo, e a ajudo descer do mármore.


Tem Carta Pra Mim? - Pejão. Onde histórias criam vida. Descubra agora