— Nanda’s point view —
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– Pedro levantou cedo naquela sexta-feira. Ele havia dito ao melhor amigo que o ajudaria a fazer as malas, e era óbvio que iria cumprir.
Partiu para a casa vizinha às 8h00 da manhã. Duvidava imensamente que João estaria acordado “tão cedo”, mas decidiu tentar a sorte.
Tocou a campainha. Uma, duas, três, e na quarta vez, Catarina atendeu a porta.
– Pedro, querido! – Ela verbalizou, assim que viu o rosto daquele, que ela considerava como terceiro filho.
– Tia Cata, bom dia! Perdão por vir tão cedo, mas eu disse ‘pro Jão que iria ajudá-lo com as malas.
– Sem problemas, querido! Entre, a casa é sua. Ele ainda está dormindo, mas você pode acorda-lo, se quiser! Giovana vai passar aqui as onze, e nem café ele tomou – Catarina dizia, naquele tom maternal que todas as mães tinham.
Pedro assentiu com um sorriso, e subiu para o quarto que tanto conhecia.
Entreabriu a porta, e observou o garoto que tanto amava dormindo serenamente. João tinha o braço esquerdo sobre a testa, e o braço direito sobre a barriga. Respirava calmamente, e parecia extremamente confortável.
Pedro não queria acorda-lo, mas sabia que era necessário. Então, se aproximou da cama, e sentou-se com o maior cuidado.
Tocou levemente a cintura de seu melhor amigo, enquanto o chamava baixinho.
Quem os visse por fora, diria que eram namorados.
João abriu os olhos, piscando rapidamente para se acostumar com a luz que entrava pela porta do quarto.
Reconheceria a voz, juntamente do sotaque mineiro, em todas as vidas.
– Bom dia, bonitinho! Por favor, levante-se e vamos a guerra.
– “A guerra” seria arrumar as minhas malas, senhor Palhares? – O cacheado sentava-se na cama.
– Não vejo outra a não ser essa, senhor Romania.
– Pois então, vá em frente enquanto eu tomo o meu banho – João levantou-se, indo em direção ao mineiro – ‘Tô brincando, amô. Só deixa eu escovar os dentes – Terminou, dando um beijo na bochecha do melhor amigo e se dirigindo ao banheiro.
Pedro suspirou, indo em direção ao armário do moreno, onde conhecia os mínimos detalhes, e sabia onde encontrar as coisas certas para uma viagem.
Tirou a mala de cima do mesmo, e a colocou no chão.
– Me sinto odiando a Giovana por não ter nos dito quanto dias vamos ficar – Pedro dizia um pouco alto, para que João escutasse.
– Coloca o tanto de roupa que você colocou na sua, Pê. Mas, sério. Duvido que a gente vá usar muitas delas – Ouviu a torneira ser ligada, e rapidamente desligada – Usar roupa na praia é foda.
– Nisso eu vou ter que concordar – Pedro verbalizou, soltando um riso anasalado.
– Já trouxe as coisas de higiene pessoal – João voltava ao quarto, esticando uma bolsa preta para o melhor amigo.
– Coloca aqui, ‘eu hein. Eu vim te ajudar – O mineiro deu ênfase na palavra – E não ser seu empregado!
– Quanto drama, Pedro Augusto! – João abaixou, ficando na mesma posição em que Pedro estava, acomodando o resto das roupas e coisas.
Depois de longos minutos, os garotos terminaram, e desceram para se despedir de Catarina. Eram 10h30 e eles não se recordavam de terem passado tanto tempo lá em cima.
Mas, era normal. O tempo estava do lado deles, e sempre passava depressa quando estavam juntos.
– Mãe, vamos esperar a Gio na casa do Pê, tudo bem?
– Sim, meu amor. Juízo, ‘hein? Aproveitem! Amo vocês – Catarina os abraçou com um sorriso.
– Te amamos! – Responderam em uníssono, e partiram para a casa do mineiro.
Ficaram sentados nos degraus que haviam ali, conversando e rindo das piadas sem graças que um ou o outro contava, quando ouviram uma buzina, e viram a Romania mais nova no volante.
– Hey, pejão! Vamos? – Ela verbalizou, e o rosto de Pedro queimou.
– Pejão? De onde surgiu isso? – O Romania mais velho perguntou, sorrindo bobo.
– Juntei o nome de vocês dois! Gostaram?
– Uhum, uhum! Vamos, né, Gio? Senão Malu e Renan estarão surtando daqui a pouco – Palhares desconversou, e Giovana pisou no acelerador, indo em direção a casa de Maria Luísa.
Acomodados os cinco no carro, partiram em direção ao aeroporto. O vôo estava previsto para às 12h30, e, por incrível que pareça, eles levantaram vôo às 12h40.
Gio tinha optado por ir sozinha, então Malu e Renan foram juntos, seguidos por Pedro e João a frente.
Os cinco chegaram as três da tarde no hotel em que Giovana tinha reservado. O trio tinha combinado de deixar Pedro e João no mesmo quarto, e assim se concretizou.
– Nem acredito que a gente ‘tá aqui em plena sexta-feira! – Pedro dizia, maravilhado.
– De nada, Pê! De nada! – Malu debochou, o que a fez receber um dedo do meio do melhor amigo – Ridículo!
– Brigas em terras nordestinas! – Renan brincou, fazendo o resto do grupo rir.
Decidiram, então, que iriam descansar pelo resto da tarde, e que se encontrariam na recepção às 21h00, para uma festa que haveria na praia do futuro.
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– O próximo capítulo promete! Mas eu não prometo voltar tão cedo..
– Nanda.
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Tem Carta Pra Mim? - Pejão.
Fanfictie| onde joão começa a receber cartas de um admirador anônimo |