Reconciliação-intersex

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A morena de cabelos curtos se encarava no reflexo do espelho após mais um banho, ainda com os olhos vermelhos e inundados de lágrimas, a mesma saiu do local secando os olhos com os braços.

Ainda pensando na briga de mais cedo, Joana se arrumou e se deitou na cama, ela com certeza estava cansada de brigar e discutir com sua esposa, aquilo estava desgastando um relacionamento e o convívio de anos.
O que as fazia tão bem no começo, estava se transformando em um martírio para as duas, nem mesmo o sexo estava adiantando a ajeitar a convivência entre elas.
Toda a vez era a mesma coisa, e sempre acabavam se machucando.
Joana lia um livro quando Istefani adentrou no quarto também com os olhos molhados, mesmo querendo ignorá-la Joana não conseguia pois aquilo a matava por dentro.

Joana:-amor...

Mesmo sendo ignorada, Joana não iria desistir, ela não queria aquilo, muito menos Istefani, mas ela era orgulhosa de mais para admitir aquilo para si mesma.

Joana:-to falando com você...

Istefani:-o que você quer em?! Pedir desculpas?!-a mais nova esbravejou pegando suas roupas as colocando dentro de uma mala preta.-se for isso esquece!

Joana sentia um aperto forte no peito, não iria conseguir aceitar ver sua mulher ir embora assim, muito menos daquele jeito, ambas estavam alteradas e tristes, o que fazia tudo ficar completamente pior.

Joana:-quero conversar. E você não vai embora assim.

A mais nova de repente largou a mala com tudo em cima da cama encarando a morena que também já chorava.

Istefani:-se eu quiser ir eu vou, já pedi um Uber e eu estou indo pra casa da minha mãe.

Joana não sabia o que dizer, no quesito teimosa sua mulher com certeza tirava o primeiro lugar sem precisar de muitos esforços.

Joana:-vamos conversar, você não pode sair assim... Nós sempre resolvemos.

Istefani:-resolvemos? Você tem certeza?

A mais nova tentava não se alterar mais, pois gritos geravam gritos e aquilo não era o que ela queria no momento, sua única vontade apesar da raiva era se resolver com a sua mulher.

Istefani:-acha que transar até amanhecer vai resolver alguma coisa? Nós brigamos sempre pelos mesmos motivos, acha que se eles estivessem resolvidos estaríamos voltando a brigar?

Ambas sabiam que aquilo era verdade, brigar e tentar resolver apenas com sexo não era a melhor alternativa, a conversa sempre era encerrada assim, na cama.
Ambas também sabiam que aquilo não era nenhum pouco saudável pra convivência delas pois adiar discussões só geravam mais problemas, problemas esses que poderiam ser irreversíveis.

Joana:-senta aqui por favor.

Istefani:-olha Joana, eu não tô com paciência, e você sabe que a gente já chegou num estágio que não tem solução.

As palavras da mais nova cortavam Joana completamente, mesmo sabendo que aquilo estava se tornando uma verdade, era difícil ter que admitir que seu casamento de anos estava indo pro ralo.

Joana:-a gente sempre deu um jeito.

Istefani ria sarcástica tentando segurar as emoções negativas dentro de si, aquilo com certeza estava acabando com elas.

Istefani:-fugindo dos problemas é fácil resolver as coisas, mas você sabe que não é assim, não mais.

O aperto no peito tomou a mais nova, aqueles sintomas eram constantes quando as brigas começavam, era sempre assim, brigas que resultavam em crises de ansiedade e pânico em ambas.

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