2,5 - Resultado.

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 Uma semana depois, Sábado.
 Periferia de Musutafu, Japão.
 Fim da tarde.


 
Ben estava deitado na cama, mexendo em seu celular, navegando pela internet, lendo artigos sobre o próximo lançamento de sua franquia favorita, Lutadores de Sumô. Pelo que parecia, o próximo jogo da  franquia ia ser um RPG de corrida, onde a corrida era dividida em turnos entre os jogadores ou NPC's. Ele parecia estranhamente interessado e ansioso por esse jogo, apesar dos últimos três jogos da franquia serem menos do medíocres.

 Ele já estava cansado, não estava dormindo direito nos últimos dias por ânimo e ansiedade da nota, suas pálpebras estavam ficando mais pesadas enquanto os raios de luz que emanavam do celular. Cada vez mais sonolento, sua mão foi lentamente perdendo a força para segurar o celular, que caiu na cama. Parecia que ele ia conseguir dormir tranquilamente hoje.

 — Ben!— Gwen gritou enquanto abria a porta do trailer abruptamente. 

 Ben pulou no lugar, ele tinha acabado de levar um dos maiores sustos de sua vida, e era só sua prima chamando o nome dele. Grunhiu. — Que foi?— perguntou, ainda sonolento.

 — A sua carta chegou!— Gwen respondeu. No tempo que ela levou para falar isso, ela nunca tinha visto Ben se levantar tão rápido para qualquer outra coisa no mundo, quase foi difícil de acompanhar o movimento dele dá cama até a porta do trailer. 

 Ele segurou a carta com as duas mãos, ainda estava ansioso e com um pouco de medo, aquilo poderia definir o futuro dele como um herói, ou fazê-lo continuar vivendo como um ninguém. — Cadê o vovô?

 — Tá lá fora, esperand- — antes que pudesse terminar de falar, ela foi interrompida.

 — Fala pra ele entrar, a gente tem que ver a carta!

 — Não, não.— ela respondeu. — Essa carta é mérito seu, se você tiver conseguido entrar, é você quem vai nos contar isso, não a carta. E se não tiver conseguido, ainda vai ser você quem vai nos contar.

 — Mas.. Eu não teria conseguido sem voc- —

 — Podemos ter ajudado, mas só você é responsável por conseguir.— ela o interrompeu. — Estaremos aguardado ansiosos, panaca.— disse, fechando a porta do trailer.


 Ele levou alguns segundos para processar tudo aquilo, ele tinha se preparado mentalmente para ver a carta com a sua família, não sozinho, era assustador. Sentou-se à mesa e deixou a carta parada em cima da mesa. Ben encarou o envelope, e o envelope o encarou de volta. Estendeu a mão, pegando aquele pedaço de papel. Abriu a sobrecarta, quebrando o selo de cera da U.A., dentro dela, viu um pequeno disco metálico. 

 Ben o pegou o disco, o inspecionou por alguns instantes e ficou confuso, não conseguia achar nenhum botão ou algo escrito que sugeriam o uso daquele objeto. Com uma das mãos no queixo, tentando pensar em como utilizar aquele aparelho, e usou a mão livre para colocá-lo na mesa. Quando ele menos esperava, uma tela holográfica começou a ser projetada pelo disco.

 — É UMA PROJEÇÃO, MAS EU ESTOU AQUI!— a estrondosa voz de All Might ecoou pelo interior do trailer.

 — É o All Might!— Ben pensou. — Ele tá trabalhando na U.A. agora?

 
— Jovem Tennyson! Você foi aprovado na prova escrita!— o Herói Número Um falou. — Mas, no exame prático, você conseguiu 27 pontos, você não foi aprovado. —  Choque, foi isso que Ben sentiu nesse momento, ele não tinha conseguido? Agora ele estaria fadado a viver como um ninguém? Seu sonho seria irrealizável? — MAS!

 Confuso, ele voltou a olhar para o holograma.

 — Não é só isso!— All Might adicionou. — Além da individualidade, um verdadeiro herói precisa de outras qualidades que vão muito além de somente ter poder!— continuou. — Por favor, assista isso!— falou enquanto usava um pequeno controle remoto fazer o logo da U.A. que estava em uma televisão mudar para um vídeo.

 O vídeo mostrava ele, transformado em Chama, distraindo o Zero Pontos para os outros competidores tivessem tempo e conseguissem fugir para uma distância segura, mesmo que aquilo tenha acabado com ele sendo acertado pelo robô. 

 — Agora, Jovem Tennyson! Me responda..— O Herói continuou. — Como um curso de heróis poderia negar aqueles que fazem a coisa certa? Nós não falamos somente da boca para fora.— pausou brevemente. — E tem mais! Esse trabalho é somente daqueles que estão dispostos a arriscar a vidar para proteger os outros.. Por isso.. Os Pontos de Resgate existem!— pausou novamente. — Eles são decididos por jurados que examinaram e avaliaram as suas ações durante o exame prático! 

 Ben encarava em choque, ele não sabia o que sentir, estava com medo mas ao mesmo tempo estava animado, tinha uma boa sensação daquilo, parecia que daria tudo certo, que seu sonho seria realidade. 

 — Benjamin Tennyson! 40 pontos de resgate!— O Herói Número Um fez uma pausa dramática. — Com um total de 67 pontos, você foi aprovado!— All Might estendeu a mão em direção a tela. — Venha, Jovem Tennyson! Está é a sua Academia de Heróis!
 

 O menino estava empolgado, provavelmente mais empolgado do que esteve a vida toda, simplesmente não conseguia pôr em palavras, não sabia o que dizer, ele apenas encarou o holograma enquanto lágrimas de felicidade desciam suas bochechas. Quando o holograma se foi, ele se encontrava novamente no sozinho escuro do interior do trailer, mas, dessa vez, era um escuro reconfortante, apaziguava a mente e o ajudava a pensar. 

 Ele se levantou da mesa, honestamente, ainda estava sem acreditar, simplesmente não parecia verdade, mas aquilo era real, era a realidade, e isso fazia ser mil vezes melhor do que qualquer expectativa ou sonho. Deu poucos passos até a porta do trailer e se preparou para a abrir, sua mão já estava na maçaneta. 


 De fora do trailer, Gwen e Max esperavam ansiosamente por Ben, assim como o menino, eles também não sabiam o que esperar, queriam que ele tivesse passado e acreditavam que ele conseguiria, mas, ainda assim, era algo incerto. 

 — Como acha que ele vai ter ido?— Max perguntou.

 — Ele foi bem, eu confio nele, sei que ele consegue.— Gwen respondeu.

 Ambos escutaram o "click" da tranca da porta se abrindo e puderam ver ela lentamente seguir o vento. Ben estava de pé no último degrau da escada da porta, algumas lágrimas ainda desciam seus olhos. — Eu.. Eu passei..— ele disse, com um sorriso no rosto. 

Boku no Hero Academia: Omnitrix.Onde histórias criam vida. Descubra agora