Boku no Hero Academia: Omnitrix.

8 - Embate.

 Bakugou se levantou rapidamente, ele estava encarando Midoriya enquanto dava as costas para Uraraka. A mais pura raiva adornando o seu rosto, ele se colocava novamente em uma pose de luta, se preparando para agir. — Eu sei que você tá com medo, — disse, pequenas explosões afloravam de suas mãos. — EU VOU TE ARREBENTAR!


 — Bakugou!— Iida anunciou pelo comunicador. — Me informe a sua situação!— continuou. — O que aconteceu? 


 — Não enche!— Bakugou respondeu, colocando dois dedos sobre o comunicador em sua orelha esquerda. — E continua na defesa!— adicionou. — Eu tô muito irritado agora..


 — Eu não perguntei como se sente!— Iida retrucou, logo antes de Bakugou desligar a chamada de voz entre os dois. — Ele desligou..— disse, perplexo e indignado. — Saindo sozinho daquele jeito, qual o problema dele?


 
Katsuki usou uma explosão para rapidamente se propulsionar adiante, cortando a distância entre ele e Midoriya em uma questão de poucos segundos. — Uraraka vai!— Izuku gritou, movendo sua atenção para a sua companheira de equipe, antes defender um chute de Bakugou, que ainda estava no ar.

 — Você tá olhando pro lado!?— ele perguntou indignado. — Tá confiante demais!— gritou, logo percebendo que Midoriya estava tentando amarrá-lo. — A fita de captura!?

 — Herói número dez, página dezoito, — Midoriya pensou, enquanto lembrava que havia anotado sobre Eraser Head e a forma com que ele usa sua ferramenta da captura. — que bom que consegui ver os movimentos do Aizawa em pessoa.. E agora? O Kacchan vai ficar impaciente e usar o braço direito!

 Que nem Izuku previu, Katsuki tentou atacá-lo com o braço direito. Por ter imaginado isso, Midoriya conseguiu se desviar do ataque, apesar de ainda sentir o calor da explosão quase atingindo as suas costas. Isso irritou Bakugou ainda mais.

 — Na mosca!— Midoriya afirmou para si mesmo. 

 — Ele é bom mesmo, hein!— Rikido Sato falou, enquanto assistia à transmissão na sala de monitoramento.  

 — E nem usou a individualidade!— Hanta Sero adicionou.

 — Isso foi demais!— Ben praticamente gritou. Ele estava empolgado, aquilo não só era incrível para ele, mas, era estranhamente reconfortante? Era como se ele sentisse algo em Midoriya que os fizessem parecidos.

 — Ele sempre foi extremamente bom em reagir rápido durante uma crise..— All Might pensou, lembrando de quando conheceu Midoriya, o viu agir perante o ataque do vilão de Lodo  e olhou as várias páginas de suas anotações sobre heróis e individualidades. — Toda aquele conhecimento de fã que estava internalizado, agora está valendo a pena..— continuou pensando. — E está o ajudando a ganhar..


 
 — Dessa vez ele chutou primeiro, — Izuku pensou, ele estava novamente agachado encarando outra grande nuvem de fumaça. — queria evitar que eu previsse os seus movimentos.. Ele tá sendo cauteloso!— ele logo percebeu, Bakugou estava prestes a se propulsionar com suas explosões novamente. 

 Bakugou foi pego de surpresa quando ele assistiu Midoriya correr para outro corredor. — Volta aqui, Deku!— gritou enquanto começou a persegui-lo. Ele se encontrou com a visão labiríntica que era a arquitetura daquele prédio, várias portas e corredores para onde Izuku poderia ter ido. Isso o irritou.

 — Eu não vou conseguir me aproximar dele tão fácil, — Midoriya pensou enquanto corrida pelos corredores. — preciso de um plano..


 Algo por volta de dois minutos haviam decorrido, mas quase não dava para perceber o tempo passando, Midoriya estava "escondido", mudando de caminhos e direções de forma constante, para confundir Bakugou, este que ainda estava o procurando. Uraraka tinha mais sorte, ela já havia conseguido subir mais um andar em direção à "Arma Nuclear", e não estava encontrando nenhuma outra dificuldade além da estranha arquitetura do lugar. 

 Bakugou já estava irado, cansado de procurar por Midoriya, ele queria tirar satisfação e queria respostas. — EU SEI QUE VOCÊ ME ENGANOU, SEU NERD!— ele gritou alto o bastante para Midoriya conseguir o escutar. — IAI, FOI DIVERTIDO ME ENGANAR?!— continuou. — EU SEI QUE VOCÊ TEM UMA BELA INDIVIDUALIDADE!

 Midoriya percebeu algo, aquela era a melhor situação, ele poderia usar a raiva de Bakugou contra ele, usando o estranho sentimento de traição que Katsuki parecia ter, e fazer isso seu plano. 

 — PODE VIR TENTAR ME PEGAR, DEKU!!— ele continuou gritando. Pequenas explosões erupcionavam em suas mãos. — Porque eu sei que sou muito melhor que você!





 — Ele parece muito bravo mesmo!— Kaminari disse, assistindo à transmissão.

 — É..— Mina adicionou. — Mas só tem áudio, não dá pra saber o que ele tá falando..

 Ben não sabia e não tinha o que comentar, mas, ele sentia certa repulsa por Bakugou. Parecia que quanto mais ele o via ou ouvia, pior era a pessoa que Bakugou aparentava ser. Seja por uma vontade intrinsecamente egoísta em tomar quase todos os robôs do exame de entrada, ou, por esse ódio que ele parecia carregar em relação a Midoriya.

 — Jovem Midoriya já me disse que o Jovem Bakugou era uma massa de orgulho, — All might pensou. — Mas, essa massa cresceu demais..



 
 O som de uma detonação ecoou pelo prédio, Bakugou tinha acabado de explodir uma das várias portas, tentando encontrar Midoriya no processo, mas falhando. — Eu sabia, — pensou. — ele ignorou a Uraraka completamente e veio atrás de mim..—  outra detonação, outro eco. — se fosse para mandar alguém na frente, teria que ser o Iida, por ele ser mais ágil, seria mais vantajoso, e o Kacchan sabe disso..— mais uma explosão ecoou. — ele perdeu o controle sozinho, e, eles não tão mais trabalhando em equipe..— Midoriya estava agachado, de costas em uma parede, tentando ser discreto. — Antes, as nossas chances eram baixas, principalmente se tentássemos uma batalha direta contra esses dois, — ele estava analisando as possibilidades, tentando encontrar o melhor momento e movimento a se fazer. — se nós dois tivéssemos ido até o esconderijo, isso teria acontecido, e, se nós dois ficássemos aqui pra lutar, poderíamos ter ficado sem tempo, — continuou analisando. — mas, tudo bem, agora eu só preciso que a Uraraka encontre a arma e o Iida, e, então, eu vou lá pra uma luta de dois contra um, assim, podemos vencer. Tudo isso considerando que eu consiga ganhar do Kacchan..— ficou meio inseguro por causa do cenário que ele teria que lidar. — Se eu evitar as mãos dele, deveria ficar tudo bem..

 — CADÊ VOCÊ!?— Bakugou gritou, distraindo e quebrando a linha de pensamento de Midoriya. — DEKU, NERD, IDIOTA!

 — Eu esqueci de te dizer, Kacchan, — Midoriya pensou, várias memórias das vezes em que Bakugou o atormentou e ameaçou no passado. — Eu retiro tudo o que eu disse!— ele se referia a todas às vezes que se acovardou perante ao seu antigo amigo, todas às vezes que ele foi receoso demais para tentar competir e se tornar alguém que poderia estar em pé de igualmente com Bakugou.

 Katsuki caminhava pelos corredores, neste momento, ele estava quieto, não estava explodindo as portas. Havia decidido voltar a procurar Midoriya em meio aos corredores, ao invés de procurar nos quartos. Agora, seus passos eram a única coisa ecoando. Enquanto isso, ele lembrava dos momentos em que achava que Izuku estava o desafiando, tentando ser mais do que uma mera pedra em seu sapato, e, aquilo o enfurecia profundamente. — Você é só uma pedra..

 Enquanto Bakugou andava pelos corredores, ele se encontrava lembrando de vários momentos ao longo de sua vida, desde quando ele tinha apenas quatro anos, até momentos que aconteceram no ano passado. Mas, esses momentos tinham algo similar que os conectava reciprocamente, nessas lembranças, Izuku Midoriya o oferecia ajuda, e, na visão dele, isso era o mesmo que se ele estivesse o subestimando, dizendo que ele não era forte. 




 — Achei..— Uraraka pensou, se esgueirando atrás de um dos vários pilares que sustentavam o teto na sala onde Iida e a "Arma Nuclear" estavam. — Eu só preciso contar pro Deku e me esconder até ele chegar aqui, — ela aproximou a mão até sua orelha, com a intenção de ativar o comunicador, mas, se distraiu com algo.

 — Ser mau é natural para o Bakugou, — Iida começou a monologar, sua mão direita estava sob o queixo de sua armadura. — mas, isso é perfeito para esse treinamento, — continuou, olhando para as próprias mãos. — neste caso, eu também preciso me dedicar e ser o vilão agora!— fez uma breve pausa. — É isso! Esse é o obstáculo para me tornar o homem que não envergonhará a família Iida! Um vilão!— ele disse, logo, se posou como vilão. — eu vou me manchar com o mau para poder me tornar um herói!— adicionou. — Eu sou muito mau mesmo! Hahaha!

 Vendo isso, Ochako simplesmente não conseguiu segurar o riso. — Ele tá levando a sério mesmo..— ela pensou enquanto ria. 

 Iida ouviu a risada, e logo se virou na direção dela. — Já chegou, Uraraka!?— enunciou enquanto assistiu ela se revelar de trás de um dos pilares. — Eu sabia que chegaria aqui sozinha no momento que Bakugou saiu correndo daqui!— ele disse, apontando para ela. A sua voz claramente soava como alguém que estava tentando ser mais assustador, mas, falhando nisso. — A sua individualidade permite com que você faça os objetos flutuarem quando os toca! Por isso, eu tirei tudo daqui antes que você chegasse!!— fez uma pausa. — Agora você não pode fazer o seu truque! Está encrencada, heroína! Hahahahahaha!

 — Ele parece um vilão..— Uraraka murmurou. 


 

 Izuku ainda estava agachado, planejando o que fazer contra Bakugou e como prosseguir, até ser distraído pelo som do comunicador. 

 — Deku, tá ouvindo?— Uraraka perguntou.

 — Uraraka?— Midoriya murmurou e retrucou rapidamente. — Como tá ai?

 — O Iida me encontrou, desculpa!— respondeu. — Ele tá vindo devagar..

 — Onde você tá?— perguntou. 

 — No meio do quinto andar!

 — Bem em cima de mim!— Midoriya respondeu. — Não temos mais muito tempo, e se o tempo acabar, os vilões ganham.— começou a pensar, fazendo suposições. Ele agarrou a fita de captura com força. — Eu não posso, e eu não vou, perder essa batalha!— Ele se levantou, estendendo parte da fita.

 Um estranho som foi emitido do outro lado do corredor, e isso chamou a atenção de Izuku, e, quando ele se virou, percebeu que Katsuki Bakugou estava ali, de pé, o encarando.