3 - Começo.

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 Ben acordou estranhamente animado, isso normalmente não acontecia. Ele separou seu uniforme e correu para tomar banho. O menino nunca havia se sentido tão feliz antes, era hoje, hoje era o primeiro dia do seu sonho, o primeiro momento para ele conseguir se tornar o Herói que ele tanto sonhou, um herói como o seu ídolo, o Capitão Nemesis. 
  

 Carl Nesmith, ou, o Herói de Armadura: Capitão Nemesis, era um dos grandes super-heróis nos Estados Unidos da América, ele era o maior foco de inspiração para Ben, era a razão do porquê ele ao menos queria ser um herói. Nesmith tinha tudo, a personalidade, o poder, os princípios, a moral, para Ben, O Capitão Nemesis era o garoto de ouro do heroísmo moderno.

 Ele nunca saiu tão rápido de um banho e nunca esteve tão pronto para ir para escola, estava realmente motivado, verdadeiramente feliz, aquilo era tudo o que ele sempre quis. Abriu a geladeira correndo, pegando a caixa de leite para acompanhar o seu cereal, os colocou indiscriminadamente em uma tigela e começou a comer de forma corrida, ele quase chegava atrasado na sua antiga escola normal, e a U.A. era ainda mais longe, ele teria que correr até lá para conseguir chegar no horário certo, cada segundo contava e ele não queria se atrasar no primeiro dia.

 — Ben?— Max grunhiu, ainda deitado. — O que está fazendo? 

 — Tô me preparando pra escola, — respondeu enquanto ainda terminava de beber o leite da tigela. — Não quero chegar atrasado na U.A.! 

 — Mas tão cedo?— o senhor começou a se levantar.   

 — A minha escola antiga era mais próxima do que a U.A. e eu quase chegava atrasado nela, — frenético, ele colocou a tigela na pia e começou a esfregá-la de forma quase desesperada. — Então, eu tenho que fazer tudo mais rápido pra conseguir chegar lá na hora.— Ben terminou de lavar a louça e já foi apressadamente pegar sua mochila. — Tchau, vô!

 — Ben, o mecânico resolveu o problema da Lata Velha, eu posso te levar pra escola..— Max respondeu, ainda estava sonolento e terminou sua frase bocejando. 

 O menino quase havia saído do trailer naquela altura, mas ainda tinha conseguido ouvir. — Verdade, né..— respondeu, aliviado em não ter que se preocupar em se atrasar. 

 — Só vamos esperar sua prima acordar e se arrumar..— O avô disse, agora, quem estava indo pegar café da manhã era ele. 


 Quarenta e cinco minutos depois.
 Fachada da U.A.
 08:20 da manhã.


 — Aqui estamos.—  Max disse, parando o trailer na frente da escola U.A. — Boa aula, Ben. 


 — Obrigado Vô!— Ben disse, enquanto descia do trailer. — Até mais tarde!— completou, enquanto fechava a porta e acelerava o passo até a entrada. Max o assistiu pela janela do trailer, ele não podia negar que estava orgulhoso, muito orgulhoso.


 Ben entrou na escola, ela continuava grande desde o exame de entrada. Agora, ele só precisava achar sua sala, e ele não imaginou que isso seria difícil. Ben estava errado, aquilo foi difícil. — Cara, esse lugar é enorme..— pensou enquanto caminhava pelos corredores, procurando a sala 1-A. — Como os alunos não se perdem aqui?

 
Ele estava indignado, não só o lugar era muito grande, mas ele também não tinha nenhum tipo de placa que sugeria ou falava em que direção eram as salas de aula do curso de heróis. Continuou caminhando por aí até conseguir encontrar a sua classe. Ben eventualmente a achou, uns cinco minutos haviam se passado, agora provavelmente já eram oito e vinte e sete, então a aula provavelmente começaria em três minutos. 

 Ao se deparar com a porta da sala, ficou impressionado com o tamanho da moldura da porta, essa que já estava aberta e ele nem havia percebido. — Caraca, que porta enorme.. Acho que até o Quatro Braços conseguiria passar por ela sem problemas..— pensou, logo, ele ouviu finalmente reparou no que estava acontecendo dentro da sala.


 — Você é muito melhor do que eu..


 Ben só realmente ouviu isso, antes de se deparar com dois meninos conversando praticamente na porta. Um deles era mais alto, tinha um cabelo azul arrumado e usava óculos, já o outro, tinha um cabelo verde mais bagunçado e algumas sardas adornavam o seu rosto. Como os dois alunos não pareciam ser muito fechados ou problemáticos, Ben decidiu se apresentar. 

 — Oi!— Ele disse, se intrometendo na conversa dos dois, alguns diriam que foi de uma forma um tanto quanto sem educação. — Eu sou Ben! 

 Ambos os outros rapazes pareciam ter sido pegos um pouco desprevenidos, e por causa disso, demoraram alguns segundos para responder. — Meu nome é Tenya Iida, eu estudei na escola particular de Somei, prazer em lhe conhecer.— Iida, o rapaz de cabelo azul, respondeu, estendendo a mão para Ben, este que retribuiu a ação e o cumprimentou. 

 — Prazer, Iida!— Ben retrucou, pegando o Tenya de surpresa, já que usar o primeiro nome das pessoas geralmente sugeria alguma relação a mais do que quem acabou de se conhecer. Ben simplesmente nunca se apegou a esse aspecto cultural do Japão. — E você?— adicionou, rapidamente se virando para Midoriya.

 Izuku foi pego ainda mais em surpresa por isso, havia sido um movimento estranhamente rápido. — Izuku Midoriya, prazer!

 — Izuku..— Ben repetiu. — Nome legal!

 Até agora, o Jovem Tennyson nem havia reparado, mas o resto da turma estava praticamente olhando para os três, que estavam de pé na frente da sala enquanto o resto dos alunos já estavam sentados. E, meio ao resto da sala, um particular par de olhos parecia encarar Midoriya com uma estranha raiva. 

 — O cara de cabelo enroladinho!— uma garota disse ao entrar na sala, ela tinha uma aparência comum se não fosse pelas pequenas marcações rosas em suas bochechas. Novamente, Iida e Izuku foram pegos de surpresa, mas dessa vez, Ben também foi. — Você parece tão normal!—



 Ela ainda estava dizendo mais coisas para Midoriya, mas ele estava distraindo pensando em como ela era legal e como ela ficava bem de uniforme. — Aquele soco incrível!— foi a última coisa que ela lhe disse antes que ele começasse a falar, envergonhado. — Mas é.. foi graças a você que foi contar pra ele que eu tinha ajudado.— Izuku parecia ser incapaz de ter uma conversa normal com uma garota, já que, nesse exato momento, ele estava conversando com uma, mas parecia não conseguir olhar para o rosto dela, ao invés disso, ele estava cobrindo os próprios olhos com uma mão, e ainda estava com a cabeça virada para outra direção. Tenya e Ben ficaram assistindo.


 Katsuki Bakugou ainda o encarava, seu rosto era adornado com uma expressão de raiva que parecia perpétua. Nesse exato momento, ele estava se lembrando de alguns acontecimentos passados. — Como ele tem coragem de me desafiar? Ele deve tá armando alguma coisa..— pensou. 


 Uraraka estava muito animada para o primeiro dia de aula, na verdade, ela parecia ser a pessoa mais animada na sala. — Será que hoje vai ser só a cerimônia de abertura?— perguntou vividamente enquanto balançava os braços na frente de seu corpo, quase que de forma rítmica. Midoriya parecia intimidado. 

 — Espero que tenha mais coisa também!— Ben se intrometeu de novo. — Aposto que vai ser legal conhecer o nosso professor!

 Uraraka foi pega um pouco de surpresa pela intromissão de Ben, mas não se opôs a isso. — Né!? Tem tanta coisa pra fazer e eu ainda tenho que falar com o resto da turm-



 — Vão para outro lugar se só quiserem fazer amigos..— uma voz cansada, a voz de Eraser Head, repentinamente apareceu, assustando ambos Ben, Izuku e Uraraka, que nem haviam visto ele se rastejar em seu saco de dormir até a frente da porta da sala. — Esse é um curso de heróis..— adicionou, por dentro, ele levemente abriu o saco de dormir amarelo e se remexeu um pouco. O homem, claramente cansado, puxou uma pequena embalagem de suco, e a bebeu toda praticamente no mesmo instante que colocou o canudo na boca. Os alunos estavam muito confusos com tudo isso, e ele aproveitou essa chance para se levantar. — Certo.. Oito segundos para se aquietarem.. Nós não temos muito tempo, vocês são muito racionais..

 — É o professor?— Izuku pensou. — Ele é um herói profissional?— indagou. — nunca vi um herói tão acabado.. Não assim..

 
— Sou o responsável por está sala, Shota Aizawa.— a frase foi recebida por um simultâneo grunhido de choque de quase todos os alunos. O professor, logo após isso, remexeu em seu saco de dormir, puxando outro uniforme escolar. — Parece repentino, mas, vistam isso e vão para o pátio..



 Alguns minutos depois. — Teste de Avaliação de Individualidade?— foi dito de forma sincrônica pelos alunos. Todos eles, junto de Aizawa, estavam no pátio, como ele havia dito para fazerem.  Quase todos os alunos estavam com uma cara confusa.

 — Mas.. Mas e a abertura? E a orientação?— Uraraka perguntou. 

 — Se realmente querem se tornar heróis, vocês não têm tempo para essas bobagens.— Aizawa retrucou. Ele foi novamente recebido por grunhidos dos alunos. — O ponto forte da U.A. é a falta de restrições em como os professores querem ensinar, e, é assim que os professores administram as turmas.— se virou, mostrando um pequeno aparelho em sua mão. — Vocês já devem estar acostumados com isso, testes físicos onde não podem usar suas individualidades.— pausou brevemente. — O país ainda usa a média dos alunos desprovidos de individualidade, isso não é racional. O ministério da educação está ultrapassado.

 Ele se virou um pouco mais, agora, estava olhando para um aluno em específico. — Bakugou, responda, você ficou em primeiro no exame prático, não foi?— indagou, pegando o rapaz desprevenido. — Qual era o seu recorde em arremesso de softbol?

 O aluno demorou um pouco para responder, ele não esperava aquela pergunta do nada. — Foram 67 metros, professor. 

 — Ótimo, agora tente com a sua individualidade.— Aizawa disse, entregando uma bola de softbol para Katsuki e indicando para ele entrar no círculo que estava no chão. — Desde que continue dentro do círculo, você está livre para dar tudo de si.

 — Beleza..—  Bakugou se alongou um pouco, se preparando para jogar a bola. Ele se preparou, fez um curto aquecimento antes de jogar. — Vou usar uma explozãozinho no meu arremesso.— pensou enquanto jogava a bola.  No que ele fez o movimento, uma detonação acompanhou a saída da bola de sua mão. — Morra!—  gritou enquanto fazia isso. 

 — "Morra"?— Izuku indagou, aquilo era algo muito estranho de se falar quando se joga uma bola. 


 — Primeiro, vocês precisam conhecer o seu máximo.. Essa é a forma mais racional de construir a fundação de um herói.— O professor falou, novamente mostrando para os alunos aquele pequeno aparelho, que agora apresentava "705,2 metros" em sua tela, indicando que essa era a distância que Bakugou teria alcançado com seu lance. 
 


Boku no Hero Academia: Omnitrix.Onde histórias criam vida. Descubra agora