Shameless| Carl Gallagher

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  Um tempinho se passou e eu estava sentada na minha cama ao lado do ar condicionado totalmente pelada.

— Minha nossa senhora... que cena dos deuses– O Carl disse.

— Oi– Falei— 'Tá tão calor, sinto que eu 'tô queimando.

  O Carl então se sentou do meu lado.

— Olha só essa barriguinha– O Carl disse colocando a mão na minha barriga.

— Parece que eu comi muito– Falei— Lembra daquela vez que a Fiona levou a gente em um self-service?

— Lembro– O Carl respondeu.

— A gente trouxe muita comida e comemos um monte lá. Eu 'tava tão estufada que eu fiquei com um barrigão de comida– Falei.

— Você ficou fofa– O Carl diz.

   Eu sorri e depois beijei ele.

— Sabia que o nosso bebê já pode ouvir a gente?– Perguntei.

— Ele ouviu os seus gemidos quando a gente 'tava trasando hoje de manhã?– O Carl me perguntou.

— Acho que sim– Respondo.

— E você continuou mesmo assim?– O Carl me perguntou indignado.

— Ele nem sabe o que é um gemido, e duvido que ele vai lembrar que eu gemi quando ele 'tava dentro de mim– Respondo.

— Tomara, não quero explicar pra ele o porque dele ter ouvido a mãe gemer quando ele 'tava na barriga– O Carl diz.

— Você deveria falar com o bebê– Falei.

— Você disse que ele não vai se lembrar– O Carl disse.

— Quando ele aprender a falar ele não vai se lembrar. Mas quando ele nascer, ele vai 'tá com medo, vão ter acabadode tirar ele de um lugar seguro e quentinho, então quando ele escutar a sua voz ele vai assemelhar a algo conhecido, que ele conheceu quando 'tava no útero. Nunca viu aqueles vídeos onde o pai fala com o bebê quando ele acaba de nascer e o bebê para de chorar?– Eu falo.

  O Carl me olhou e depois se levantou, em seguida ele se agachou na minha frente.

— Gosto dessa vista– O Carl diz.

— Para de olhar pra minha buceta– Falei.

— Ela 'tá bem aqui é meio difícil iguinorar ela– O Carl disse.

— Foca no seu bebê– Eu falo.

  Então o Carl colocou as mãos na minha barriga.

— Oi, bebê. Aqui é seu pai... A sua mãe disse que você 'tá ouvindo a gente, então desculpa pelo movimento de manhã e pelo barulho da sua mãe gemendo, ela não se controla muito quando a gente 'tá na cama– O Carl diz.

  Eu dei um tapa na cabeça dele.

— Desculpa, é brincadeira– O Carl falou me olhando e depois voltou a olhar pra minha barriga— A sua mãe é meio agressiva então tenta não fazer raiva nela, escuta o seu pai porque eu tenho um monte de cicatrizes por fazer raiva nela.

  O Carl então passou as mãos na minha barriga.

— ...Eu te amo. E se você tiver 1% da beleza da sua mãe, eu sei que você vai ser perfeito– O Carl diz.

  De repente eu senti algo na minha barriga.

— O que foi isso?– O Carl me perguntou.

— Acho que o bebê chutou– Respondi.