Acordei com os gritos histéricos da mamãe e do papai e claro que não poderia faltar o meu querido irmão
— Levanta dessa cama, Chim! — Luan diz correndo até meu quarto e eu apenas resmungo
Luan me chama de chim, diz que combina com meu nome coreano
— Vai caçar o cão — Eu respondo o fazendo rir
— O cão é que vai te caçar, se não sair dessa cama agora, estamos atrasados — Ele me bate com algo, que eu suponho que seja um travesseiro
— Aah — Eu o empurro com meus pés e me levanto sobre a cama — Sai do meu quarto — Eu jogo meu travesseiro nele e ele corre
— MAMÃE, O LIAM JÁ LEVANTOU — Ele berra do corredor
— Essa casa só tem gente loucaaaaa — Eu grito também, porque nossa comunicação é verbal e bem alta aqui em casa
Desde pequenos aprendemos a falar gritando, por conta da família de meu pai. Eles berram para todos os lados e eu não sei por quê, mas eu gosto, sinto que posso me expressar melhor gritando.
Minha mãe diz que grita, pois assim dá tempo de respirar e não tocar algo na nossa cabeça. E tenho uma colega de sala, que me diz que a comunicação que ela tem é verbal e alta também e que ela gosta, isso a ajuda a não descontar a raiva fisicamente.
Sim, ela grita para extravasar sua raiva ou sentimento
Eu nunca entendi nadica de nada do que ela fala. Mas finjo que sim, ela é a minha melhor amiga, depois de Luan.Me levanto e caminho em direção ao corredor onde fica o banheiro. Eu faço minha higiene e tomo banho, retorno ao quarto e me arrumo para a escola. E desço para tomar café com a família
— E…são 10 minutos de atraso — Minha mãe diz assim que eu apareço na cozinha, eu me aproximo dela e a beijo na testa
— Bom dia, para você também — Eu digo e vou até a minha cadeira me sentar para tomar café, tomo um pouco da bebida dentro do meu copo e como uns pedaços de panquecas — Mãe? Estão frias! — Eu resmungo
— Estranho né, eu fiz elas assim que acordei — Ela retruca sendo irônica, ela é uma cobrinha e seus filhos puxaram esse lado dela
— E que horas você acordou, mamãe? — Eu pergunto após tomar novamente um pouco da bebida
— Seis horas da manhã, meu filho querido — Ela diz em deboche, sorrindo encantadora
— Obrigada mamãe está muito boa — Eu digo e me levanto e corro em direção ao quarto
— ya neo muhag-inya? waseo deoleoun jeobsideul-eul singkeudaee neoh-eola — Ela grita da cozinha em coreano e eu volto correndo
— joesonghabnida — Eu peço assim que termino de deixar minha louça suja na pia
— Você está ficando muito malcriado, estou de olho Park Jimin — Ela se irrita fácil
— Mamãe, eu não me chamo Park Jimin, é apenas Liam Miller — Eu respondo e foi a pior coisa que eu poderia ter feito na minha existência até agora
— Ah, eu esqueço as vezes — Ela rebate séria, minha mãe não demonstra, mas seu rosto e a incomodação com o fato de seus filhos não carregarem um Park ou um nome de sua descendência é profunda
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VIDAS EM COLISÃO
Roman pour AdolescentsNeste espaço, não há apenas uma história sendo contada, mas várias em nome daqueles que não possuem a força suficiente para compartilhar suas próprias vivências. É um encontro de vidas, um embate de realidades que se entrelaçam em um mar de emoções...