~Capítulo 01~

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Catarina

Soprei o chá em minhas mãos enquanto de longe já podia ver a ilha de Alabasta no horizonte. Tomei um gole da bebida e fui pra cozinha. Olhando o mapa estirado em cima da mesa.

__ Bom, o crocodilo sem vergonha deve estar aqui, o que significa que para pegar ele eu tenho que atravessar o deserto. __ Falei descontente. __ Por que diabos ele está com o sexto diário dela? __ Respirei fundo. __ Você é uma mulher difícil de decifrar, não é Cecília? __ Perguntei para a foto pregada no painel em cima da mesa. A mulher de cabelos pretos e olhos azuis escuros tinha um olhar um tanto feroz enquanto partículas de gelo em formato de facas flutuavam ao seu redor.

Bebi o resto do chá e fui tomar um banho rápido antes que chegasse ao meu destino. Vesti uma calça marrom, uma regata branca e botas de salto médio também marrons. Prendi o longo cabelo vermelho escuro em um rabo de cavalo alto e depois fiz uma trança. Botei a capa azul escuro em meus ombros e arrumei a bolsa com o necessário. Em poucos minutos eu estava caminhando pelas ruas de Nanohana. Comprei um pastel de frango pra ir comendo e ouvi uma correria e gritos. Olhei para cima vendo um garoto com um chapéu de palha correndo em cima dos telhados das casas e um tipo de fumaça seguindo ele. Forcei o olhar para conseguir ver do que se tratava e vi o rosto bravo de Smoker. Fiz uma careta e me escondi no beco quando passaram junto de mim.

__ Encontrar com o fumacento agora é tudo que eu não preciso. __ Sussurrei para mim mesma e voltei a caminhar comendo meu pastel.

Antes de ir para o deserto eu precisava comprar comida e tomar uma água de coco. Comprei minha tão desejada bebida e trilhei o mesmo caminho de volta. De longe pude ver algumas pessoas escondidas atrás de algumas ruínas. Dei de ombros e apressei meu passo para voltar ao meu humilde barquinho. Antes que eu pudesse subir a bordo, ouvi um estrondo muito alto.

__ Mas o que? __ Me virei a tempo de ver uma explosão de poder. Fogo e fumaça tramando uma luta pra decidir quem levaria a melhor. Acabei me distraindo e quando acordei do transe observei as mesmas pessoas de antes abastecendo seu navio com rapidez e agilidade. __ É melhor eu me apressar antes que sobre para mim. __ Pulei para dentro do barco e fiz a corrente levá-lo até onde era permitido.

Peguei minhas coisas e desci vendo umas focas me encararem bravas. Ignorei e continuei meu caminho e quase não tive tempo de desviar do soco de uma delas.

__ Ué, querem brigar é? __ Tombei a cabeça para o lado. __ Sinto muito, mas eu não brigo com animais. __ Novamente tentei seguir meu caminho e fui impedida. __ Tudo bem, vocês que pediram. __ Fiz uma onda grande surgir fazendo seus pequenos olhos quase saltarem para fora antes de serem levados pela correnteza. __ Eles irão ficar bem, são focas né? __ Me perguntei e voltei a andar sem ter certeza daquilo. O caminho era bem longo e com certeza eu chegaria acabada em Nanohana.

Soltei um suspiro e passei o capuz na cabeça para proteger meu rosto pálido quase sem vida. Não sei por quanto tempo andei quando notei que a noite já havia chegado. De longe pude ver algumas ruínas bem grandes e fui em sua direção.

__ É, vai ter que servir. __ Fiz uma pequena bolha de água ao redor da minha bolsa aonde estavam as coisas de valor e sentei encostando em uma pedra. Não demorei para adormecer.

Acordei com raios de sol batendo em meu rosto sensível.

__ Inferno de país. __ Resmunguei me levantando e batendo a areia da roupa. Sentia meu corpo um pouco mole. É claro que sim, eu estava no meio de um deserto com o sol castigando sendo que a água é a base dos meus poderes.

Revirei os olhos com tanta força que me deu uma dor de cabeça momentânea. Peguei minha bolsa e continuei meu caminho comendo uma maçã verde. Puxei o mapa do bolso da calça e observei bem para onde era a cidade, sul. Olhei a direção do sol que nascia no norte e segui o caminho contrário. Caminhei por um tempo até sentir um vento forte passar por mim trazendo uma forte rajada de areia junto. Cobri os olhos e esperei que tudo se acalmasse

__ Eu devo ter feito muito mal para alguém em outra vida. __ Murmurei ao olhar para frente e ver o grande tornado de areia vir em minha direção.

__ Deve ser praga, maldição! __ Rapidamente ergui minhas mãos fazendo uma bolha de água me rodear e se transformar em gelo sólido. Relaxei um pouco com o frescor automático causado pelo meu ato e mais uma vez esperei que tudo se acalmasse.

Continuei meu caminho até ver um grande bicho surgir de repente na minha frente. Caí de bunda no chão.

__ Ou eu joguei pedra na cruz ou ofendi o capeta de alguma forma. __ Me pus de pé novamente.

__ Você não tem vergonha de assustar os outros desse jeito?  __ Gritei para o lagarto que tombou a cabeça para o lado provavelmente confuso.

Claro, tem uma doida gritando com ele! Penso.

__ Tudo bem, eu preciso ir agora, então se me der licença... __ Comecei, mas outros três apareceram. __ Será que esse diário vale mesmo à pena? __ Choraminguei.

Ergui minha mão e água engoliu eles e depois se tornou gelo.

__ Logo, logo eles derretem com esse calor do capeta. __ Passei o pulso na testa sentindo o suor escorrer. Continuei meu caminho sem interrupções desta vez e logo eu estava em Rainbase.

Entrei no primeiro restaurante que vi e pedi uma macarronada com bife. Comi devagar visto que não tinha pressa para nada, hora da refeição é sagrada. Comi outros quatro pratos antes de pedir a conta e comprar uma garrafinha de água no caminho para o grande cassino, mas ao chegar a surpresa foi grande.

A ponte destruída, capangas da Baroque Works caídos e a porta escancarada do lugar. Construí uma nova ponte e atravessei logo entrando no local tão destruído por dentro quanto do lado de fora.

__ Que furacão passou por aqui? __ Murmurei. Ouvi vozes longe e minha curiosidade acabou me levando aonde vinham. De cima pude ver o mesmo pessoal trancado em uma gaiola enquanto um loiro forçava um cara a abrir a jaula com seus poderes. __ Vixe, que confusão hein. __ Falei assustando a garota de cabelo azul ao meu lado.

__ Quem é você? __ Sua fala alterada atraiu atenções.

__ Eu? Ninguém importante. __ Dei de ombros. __ Será que algum de vocês não viu o Crocodilo, digo, Crocodile? __ Não demorou muito para todos estarem livres e posicionados para se defender de mim.

__ E quem é você? __ O garoto de cabelo verde perguntou após derrubar dois crocodilos.

__ Já respondi. __ Vasculhei o local procurando pelo homem, mas não tive sucesso. __ Me parece que ele não está aqui. __ Resmunguei frustada dando meia volta.

__ Espera aí, aonde você vai? Ela pode ser aliada dele! __ Olhei por cima do ombro vendo o garoto com um peculiar nariz dizer apontando o dedo para mim.

__ Espera aí, amigo, bate, mas não ofende! Que tipo de idiota se aliaria com um crocodilo duas caras? __ Meu ódio pelo homem era evidente.

__ Você! __ Olhei para o outro lado encontrando Smoker. Meu queixo quase caiu. __ O que faz aqui, Catarina? __ Franzi o cenho por sua ousadia.

__ Eu é que te pergunto, fumacento. __ Vi o homem soltar fumaça pelas ventas, literalmente. __ Sentiu saudades foi? __ Perguntei com um sorrisinho convencido no rosto.

__ Não me testa, garota! __ Meu sorriso se alargou.

__ Ô moça, acho que te conheço de algum lugar. __ Olhei para o garoto de cabelos pretos e chapéu de palha. Chapéu de palha? __ A gente já não se viu não? __ Antes que pudesse te dar uma resposta rude, o aquário se partiu trazendo uma enxurrada de água para dentro e quebrando tudo.

__ Minha deixa. __ Acenei para Smoker que estava sendo levado pela água e saí correndo antes que tudo rachasse. Não que a água fosse um perigo para mim, mas agora eu estou com pressa. Antes eu tinha a exata localização daquele homem desprezível, e agora ele tem um país inteiro para se esconder. __ Como eu sou azarada. __ Resmunguei.

Continua



Guardian Of The Waters - Roronoa ZoroOnde histórias criam vida. Descubra agora