~Capítulo 03~

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Catarina

Por incrível que pareça eu estava agora numa ilha chamada Jaya tentando entender do que se tratava uma ilha no céu. Sim, uma ilha no céu. Coisa incoveniente. Pensei andando pelas ruas de Jaya. De longe vi um bar e logo me animei andando em passos mais rápidos até o local. Assim que entrei meus olhos quase saltaram para fora de seus buracos ao ver três figuras conhecidas.

__ Não é possível... __ Murmurei e as atenções vieram para mim. Reparei melhor em seus rostos vendo hematomas e ao lado deles a garota ruiva exalava uma mistura de raiva, preocupação e indignação.

__ Você? __ A garota falou surpresa também.

__ Infelizmente. __ Deixei meus ombros caírem desanimados. Caminhei até o balcão vendo que a atenção estava em mim. Passei de cabeça erguida pelo cara loiro com a cara bizarra.

__ Aí, o que pensa que está fazendo aqui? __ Cessei meus passos.

__ Isso é um bar, o que se faz dentro de um? __ Botei uma mão na cintura olhando para ele.

__ Tá querendo morrer, ruiva? __ Cruzei os braços.

__ Por que, você quer? __ Minha fala soou um pouco convencida demais, mas isso não me importava.

__ Que garota abusada. __ O outro cara que precisava urgentemente de um cabeleireiro disse me irritando.

__ Abusado é você. Alguém te chamou na conversa por acaso? __ Vi os olhos de seus companheiros saltarem e a expressão divertida do homem morrer. Me virei novamente indo até o balcão e pedindo uma garrafa de saquê.

__ Moça, não acho uma boa ideia irritar eles. __ O dono do bar sussurrou enquanto me servia e ouvi uma risada agoniante.

__ Deveria ouvir o homem, mocinha, sabe quem eu sou? __ Olhei para ele por cima do ombro só pra vê-lo jogar uma faca em um cartaz de procurado pregado ao meu lado. __ Ofereceram cinquenta e cinco milhões de beries pela minha cabeça! __ Ri com escárnio.

__ Por que não dá uma olhada mais minuciosa nos cartazes? __ Falei me virando para frente e bebendo na própria garrafa.

__ O que? __ Seu berro já era esperado. Noventa e cinco milhões de beries pela cabeça de uma garota magra da cor do papel e que nem parecia oferecer algum tipo de perigo deveria ser muito pra qualquer um, mas não para a marinha.

__ Impossível, ela se quer se parece com essa Catarina da foto. __ Na foto eu tinha só dez anos de idade e apesar da aparência frágil, meus olhos azuis escuros determinados e a bola da água em minha mão indicavam o contrário. Me virei em sua direção sentindo o azul claro como céu da manhã se tornar um azul escuro como o fundo do oceano aonde a luz não chega.

__ É ela sim! __ Alguém gritou.

__ Isso não importa, você não me parece ser uma ameaça. __ Bom, nesse momento eu realmente não era. Eu só queria beber em paz. __ Está me ignorando, ruiva? __ Eu facilmente poderia dizer que sim, mas o gosto daquele saquê era tão bom.

__ Aí tio, tem mais desse pra levar? __ Perguntei com um sorriso no rosto depois de virar a garrafa goela abaixo.

__ Tem sim. __ Sua voz saiu trêmula e eu estendi um saco de dinheiro.

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⏰ Última atualização: Feb 06 ⏰

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