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"O diabo não negocia. Ele só vai quebrar seu coração novamente. Não vale a pena, querida. Ele nunca vai mudar. Ele nunca será o príncipe encantado"
The Devil Doesn't Bargain - Alec Benjamin

 Ele nunca será o príncipe encantado"The Devil Doesn't Bargain - Alec Benjamin

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Whitville, Valhalla.
12 de março de 2025.

Cinco anos.

Foram cinco anos da minha vida perdidos naquele inferno. O cheiro de metal enferrujado e suor seco ainda estava impregnado em mim, como uma tatuagem indesejada.

Quando as portas da prisão se abriram, o ar que me atingiu no rosto parecia mais pesado do que eu me lembrava. Não era a liberdade que esperava. Era uma liberdade amarga, carregada de sangue, de traição e de promessas não cumpridas.

Minhas botas ecoavam pelo chão de concreto, um som ritmado que me lembrava de tudo que havia acontecido. A cada passo, sentia o peso da vingança.

O sol, lá fora, brilhava com uma força quase insultante, como se o mundo estivesse me provocando. Mas o sol não queimava como o fogo que crescia dentro de mim. Cinco anos sem controle, Cinco anos sem poder, e agora... agora era hora de recuperar tudo o que me foi tirado.

Um plano. Um plano de benefício mútuo, onde eu teria um grande poder em minhas mãos caso fizesse o que me pedissem. Fiquei sujeito a cinco anos de serviço, por uma causa maior que me promete o domínio de toda Quiméria, não apenas de Whitville.

Meu nome ainda tem peso, e mesmo depois de todo esse tempo, ainda era sinônimo de respeito – ou de medo. As ruas de Whitville continuam do jeito que deixei, mas eu sabia que algumas coisas tinham mudado. Alianças quebradas, territórios tomados, rostos que não estariam mais lá quando eu voltasse. E a primeira coisa que faria seria resolver essa questão.

Mas o futuro... o futuro seria dominado pelo meu nome outra vez.

Maddrigal.

Assim que as portas pesadas da prisão se fecharam atrás de mim, ouvi um som inesperado: o ronco de uma moto. Meus olhos se estreitaram, ajustando-se à claridade aqui fora, e foi quando eu a vi.

Daise.

Ela estava encostada em uma Harley preta, o capacete equilibrado de qualquer jeito na mão, me encarando com aquele meio sorriso insolente que nunca saía do rosto. O vento bagunçava seu cabelo curto, e seus olhos me avaliavam com uma mistura de saudades, e desafio. Eu tinha até esquecido o quanto minha irmã é linda, e que ama me irritar em momentos inconvenientes. Essa Daise....

É perfeita.

— Você tá com uma cara de merda, Maddrigal — ela soltou, sem qualquer cerimônia, enquanto caminhava em minha direção. — Cinco anos sem a liberdade te fizeram mal, hein? — diz, seu tom zombeteiro.

Destino CruelOnde histórias criam vida. Descubra agora