Rejeitada

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Era noite e Sabrina deitava no sofá enquanto seu dedo riscava tela do celular em movimentos constantes. As coxas nuas se esfregavam entre si enquanto mordia os lábios. Em certo momento, passou a segurar o aparelho com apenas uma mão, deixando a outra livre para mergulhar em sua calcinha. Com as costas arqueadas, ela ainda navegava naquele aplicativo enquanto outro dedo riscava delicadamente a sua intimidade. As mordidas dos lábios acompanhavam os tímidos gemidos que escapavam pela sua boca. Apesar dos estímulos, seus olhos continuavam focados na tela do aparelho.

Quando seus dedos encontraram o ponto certo e deu o gemido mais alto até então, Sabrina sabia ser aquele o restaurante a fazer seu pedido. A pressão dos dedos na calcinha diminuíram, tornando-se apenas uma carícia gostosa enquanto ela terminava seu pedido. Sentiu-se melada e tirou a calcinha. Com o pedido feito e o longo empo estimado, ela abriu as pernas e se dedicou a passear as mãos em volta da boceta. Não queria gozar ali, apenas curtir o prazer enquanto o tempo passava.

Está claro não ser a fome o que movia Sabrina.

Ainda assim ela resistiu aos próprios desejos, acariciando o próprio corpo com moderação até o restaurante informar a entrega. Foi ao banheiro tomar seu banho e fez questão de levar todo o tempo do mundo até o interfone, tocar. Com o pretexto de não poder descer, pediu para o entregador subir.

Quando a campainha tocou, ela correu até a porta e respirou fundo. Ajeitou a toalha em seu corpo e abriu a porta. Na sua frente uma figura alta, com a jaqueta fechada e capacete com a viseira fechada. Não era o esperado, mas Sabrina insistiu, e convidou o entregador deixar a entrega em cima da mesa e o fez dar preciosos passos dentro de sua casa.

Na hora de pagar, fingiu esquecer o cartão e foi para o quarto. Voltou com passos apressados e o cartão na mão, enfim pode efetuar o pagamento.

É quando a toalha cai.

Se dividindo entre digitar a senha do cartão e pegar a toalha no chão, ela não fazia uma coisa e nem outra, pensou em deixar a toalha no chão e fazer tudo nua, mas a falta de reação do entregador lhe desanimou. Se recompôs, fez o pagamento e se despediu, decepcionada.

Se encostou na porta processando o que acabara de acontecer. Olhou para a comida entregue sobre sua mesa, como se ela fosse a culpada de todos os seus problemas. Era a primeira vez que se sentia tão corajosa para realizar uma fantasia. Estava preparada para tudo, desde uma transa intensa com um estranho até um homem desajeitado, porém morrendo de desejo. Indiferença não era uma possibilidade.

Sendo uma mulher jovem e bonita, não era o tipo de reação esperada. Estudante, tinha vinte e cinco anos e morava sozinha. As curvas de seu corpo eram tão atraentes quanto seu belo rosto. Morena, tinha os cabelos longos e cacheados, apesar de escondidos pela toalha. Os lábios grossos eram sedutores e capazes de produzir sorrisos cativantes.  Acostumada aos flertes dos colegas da universidade, fantasiou uma situação de nudez involuntária na frente de um estranho. Quando finalmente teve coragem de executar sua fantasia, pegou um homem com a pior reação possível. Furiosa consigo mesma e sentindo-se rejeitada, jogou fora a comida. Não tinha mais fome.

Dias se passaram e aquela noite e suas preocupações com as provas cresciam. Naquela noite, vestia uma blusa azul-claro com finas alças e uma calcinha preta. A mesa da sala tinha incontáveis papéis e livros em torno do seu notebook. Com o passar das horas e a fome apertando, a lembrança de um aroma da refeição rejeitada a fez salivar.  Não podia ignorar a fome e pediu o mesmo prato da outra noite.

Estudando com fones de ouvido, Sabrina não ouviu o interfone tocar, sendo alertada apenas pela sua campainha. Surpresa, caminhou até a porta. Pelo olho mágico, viu a mesma figura, de jaqueta fechada e capacete na frente da sua porta. Apesar das lembranças desagradáveis, abriu a porta o mínimo possível, expondo apenas o rosto. Não queria se exibir para ninguém.

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