[36] Culpa

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EU ME ENCONTRAVA sentada no sofá de minha casa, olhando atentamente a caixinha fechada em cima da minha mesinha de centro

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EU ME ENCONTRAVA sentada no sofá de minha casa, olhando atentamente a caixinha fechada em cima da minha mesinha de centro.

Eu estava decidida de pegar o dinheiro, mas agora que o peguei, estou me sentindo mal.

Não sei se quero gastar.

Chamei Gabriel pra me ajudar, já que sei que posso confiar nele, ainda mais pra esse tipo de coisa, pois eu sabia que poderia me sentir frágil perto dele, sem me preocupar com o que ele iria pensar.

Eu apertava minhas pernas contra meu tronco, tentando incessantemente tirar de minha cabeça que aquela não era eu.

Eu estava sendo egoísta, me sentia culpada.

Minha mãe não era a melhor mãe do mundo, mas eu não acho que ela merecia tudo o que eu falei. Mesmo depois do tanto que ela me fez sofrer.

Respirei fundo sentindo uma lágrima solitária escorrer pela minha bochecha, e como se fosse uma chama ardente queimando minha garganta, eu não conseguia falar ou me expressar.

Não foi assim que seu pai te criou, Heloísa.

Essa palavra passava pela minha cabeça mais vezes do que eu gostaria de ouvi-la, quase que matava ao pensar o que meu pai acharia de mim.

- Heloísa - A voz doce e calma de Gabriel me tirou de meu transe, me fazendo olhar para o loiro que tocava com calma meu ombro e estava a milímetros de distância.

- Você está bem? - Sua pergunta me fez travar e minha garganta ardeu ainda mais.

Eu queria responder, queria desmoronar em seus ombros e chorar até não aguentar mais, mas meu pai também não criou uma menina fraca.

E eu estava sendo fraca.

A amargura que parecia querer me matar subiu lentamente pela minha língua, prendendo qualquer palavra que eu quisesse colocar pra fora.

Minha boca se abriu, tentando desesperadamente achar alguma palavra correta para expressar a profunda dor que eu sentia.

A dor da saudade doía mais que qualquer outra coisa.

Mas nada saiu, apenas um suspiro doloroso, tentando libertar a dor sufocante em minha garganta e o choro que parecia ser infinito como um dia de chuva.

- Eu não sei o que eu faço - Minha voz saiu arrastada e dolorida, muito mais do que eu queria que saísse.

Apenas senti Gabriel puxando meu corpo contra o seu, e eu deixei meu cérebro agir sozinho quando me acomodei em seus braços, praticamente deitando meu corpo sobre o seu.

𝐇𝐈𝐆𝐇, 𝘎. 𝘎𝘰𝘶𝘭𝘢𝘳𝘵𝘦Onde histórias criam vida. Descubra agora