[43] Família

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E LÁ ESTAVA eu, em frente a porta branca, usando uma calça preta de boca de sino, uma blusa branca de alça, uma jaqueta preta e meus famosos tênis all stars

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E LÁ ESTAVA eu, em frente a porta branca, usando uma calça preta de boca de sino, uma blusa branca de alça, uma jaqueta preta e meus famosos tênis all stars.

Não precisei tocar a campainha mais de uma vez para ver Mayara abrindo a porta com felicidade.

- Mana! - A mesma exclamou antes de pular em cima de mim pra um abraço e eu a apertei com um sorriso.

- Oi, maninha - Disse feliz enquanto abraçava a menina, e encarava Madalena - Minha mãe - A alguns metros da porta, nos encarando.

Mesmo depois de só uma semana sem ver a menina, eu podia - mas não iria - admitir que sentia falta de sua personalidade agitada e ansiosa.

- Como você tá? - A morena perguntou se soltando e eu dei de ombros.

- Tô bem, só cansada - Eu disse e a menina me deu espaço para entrar na casa.

- E o Gou? - Ela perguntou me cutucando e eu ri.

- Chato, mas bem - Eu disse e ela bufou.

- Você nunca me conta nada, ein - A menina disse indo para o lugar que parecia ser a sala, eu iria a seguir, mas Madalena estava na frente, e eu parei, a olhando.

- Oi, Madalena - Eu disse tentando não soar tão grossa.

- Olá, Heloísa - Sua voz soou suave e eu franzi o cenho confusa.

- O que foi? - Fui direta, enquanto cruzava os braços.

- Eu queria o seu perdão - Sua voz soou embargada, e minha expressão se suavizou.

- O quê? - Minha pergunta soou quase como um sussurro, e eu pude ver lágrimas escorrerem do rosto da mulher de meia idade.

- Eu tentei não ser como a minha mãe, eu tentei de verdade. Mas depois que seu pai se foi, tudo ficou tão mais difícil, eu não queria tê-la decepcionado e dito e feito as coisas horríveis que eu fiz. Mas eu sou egoísta, e ao em vez de ir atrás de minha filha, eu fiz outra para me reconciliar comigo mesma, mas ainda dói saber que minha pequena Heloísa se tornou tão responsável totalmente sozinha - A declaração da mulher me surpreendeu e eu precisei respirar fundo para conseguir digerir o que estava acontecendo.

Isso eram desculpas?

Eu já vivi o bastante para saber que Madalena nunca pedia desculpas.

Eu respirei fundo novamente, e pensei.

Eu deveria perdoa-la?

Não precisei pensar muito.

Sim.

Eu não era egoísta como ela, e muito menos era uma pessoa ruim. Meu pai gostaria que eu a perdoasse.

- Você não faz ideia do quanto eu sofri sozinha todos esses anos... Mas eu fico feliz que tenha mudado, e tudo que te peço é que cuide de Mayara. Ela é boa demais para esse mundo - Eu disse e quando ia passar por ela, parei ao seu lado.

𝐇𝐈𝐆𝐇, 𝘎. 𝘎𝘰𝘶𝘭𝘢𝘳𝘵𝘦Onde histórias criam vida. Descubra agora