14 - Você

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Dark Paradise" — Lana Del Rey

Dark Paradise" — Lana Del Rey

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Capítulo 14

— Eu quero me esconder. — sussurro para Cassius, no silêncio opressivo do quarto.

Sinto sua respiração quente no meu pescoço enquanto ele me envolve em seus braços, trazendo-me para mais perto. Meu peito aperta, e o ar parece escapar de mim.

— Jeito estranho de pedir um abraço. — Ele murmura roucamente em meu ouvido, provocando um arrepio que corre por todo o meu corpo.

— É você que entende assim... — Digo, rindo suavemente, tentando disfarçar o turbilhão dentro de mim. Ele me aperta ainda mais contra si. — Você rouba meu fôlego, Cassius Wraith.

— Eu tenho seu coração nas minhas mãos, Elysia Winters. — A cama range quando me viro para encará-lo. Seus olhos, sempre tão intensos, me prendem como se estivessem lendo cada pensamento. — O jeito que você sorri, o jeito que você anda... Você é como o inverno, tão gélido e ao mesmo tempo devastador. Sinto-me um maníaco por saber que seu coração bate por mim, e me odeio por desejar que ele bata apenas por mim.

Seu olhar queima, e o silêncio que se segue parece pesado. Cada segundo ao lado dele é uma eternidade que eu queria congelar.

— Eu gosto quando você canta baixinho para mim nas noites em que o monstro que habita em meu ser perturba o meu sono... Mesmo quando o meu amado das sombras canta malditamente mal. — Minha voz sai como um sussurro, na esperança de que ele não escute.

Cassius solta uma gargalhada alta e se levanta, caminhando até a porta do banheiro. Ele a deixa entreaberta. Permaneço na cama por um instante, meus olhos fixos na janela onde a neve cai sem parar. O norte nunca é quente. Essa é uma verdade inescapável. Meu tempo está acabando, e já me sinto uma pessoa horrível, mesmo quando minha intenção seja salvar pessoas importantes... Salvar Cassius Wraith.

— Anjo? — Sua voz me puxa de volta, e quando olho, lá está ele, parado, sem camisa e com suas asas longas e imponentes abertas atrás de si. A visão é tão bela quanto assustadora. — Você está distante desde cedo...

— Coisa da sua cabeça. — Respondo, levantando-me e caminhando até a janela, sentindo o vento gelado no rosto.

— Não tente me enganar, Elysia.

— Tenho pensado na guerra... No cheiro da morte que se espalha, em como ele tem nos envolvido ultimamente. Seria mentira se eu dissesse que não estou com medo, porque eu estou.

Ele se aproxima, empurra delicadamente os fios do meu cabelo para trás da orelha e, ao invés de enxugar minhas lágrimas, as lambe. A familiaridade desse gesto, por mais estranho que seja, me faz corar, mas não pela novidade — ele já fizera isso antes.

— Seu esquisito. — Digo, rindo, empurrando-o levemente. Ele não se move um centímetro.

— Não faça o que você está planejando. — Ele sussurra, encostando seus lábios na minha testa num beijo suave.

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