Capítulo Quatorze

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° Capítulo 14 °

Feliz Aniversário
Eu lembro de tudo
Cassandra

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Reescrito

• Alerta de gatilhos •
Contém cenas descritas de estrupo e abuso sexual.



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Tudo não passa de uma distração quando você tem um rasgo em seu peito, em sua alma, que está inflamado e sangrando a quase dois anos. Toda a sua felicidade é temporária, você esquece apenas por alguns segundos de sua existência quando o sangue para de pingar, mas quando você lembra... Tudo volta como um maldito fantasma.

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Queria poder arrancar minha pele
em cada parte que você tocou,
queria poder arrancar meus lábios da boca
e me desinfectar totalmente por dentro
bebendo qualquer tipo de veneno,

porque não importa o que eu faça,
não importa o quão forte eu passe
a bucha em meu corpo,
não importa o quanto eu me lave.

Sempre me sentirei suja...
até eu me lembrar de tudo.






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Assim que pisei meus pés em minha casa minha felicidade se esvaiu, tudo parecia cinza e morto. Não consegui pensar em Rosalie, meu estado não me permitia, séria um pecado colocá-la em meio a tais pensamentos tão sombrios. Meu pai passou por mim, mas não ousou falar comigo, talvez ele sentisse a energia que emanava de meu corpo tenso e trêmulo.

Entrei em meu quarto e lá permaneci durante toda a tarde, sem sair um minuto sequer. Fiquei como um rato acuado no canto do quarto, como se eu estivesse indefesa, como se eu fosse minúscula perante tudo o que sentia, perante aquelas memórias. A noite, não consegui dormir por medo dos pesadelos, com medo de acordar a todos da vizinhança com meus gritos como muitas vezes ocorreram no internato.

Quando a luz tocou minha janela pude ouvir Jacob me chamar com a voz mansa, mas as vozes em minha cabeça não me permitiram compreende-lo. Feliz aniversário, Lilian Black! Dia de merda. Às 9h da tarde estava no meu quinto banho, havia 67 mensagens e 25 ligações em meu celular pela minha contagem de notificação. Já havia trocado de roupa múltiplas vezes, mas nada fazia as lembranças pararem de jorrar. Aquele chão queimava meus pés, aquela cama fazia meu corpo pinicar, aquele ar me sufocava, aquelas roupas me prendiam como ele prendia.

A cola da minha camisa pareciam suas mãos em torno de meu pescoço, a pressão da gravidade parecia me pressionar como seu corpo me pressionava contra o chão daquele quarto. Nem mesmo se Billy tivesse arrancado cada tijolo e piso daquela casa conseguiria arrancar a presença dele daquele lugar. Me jogo mais uma vez sobre o piso do quarto e tudo se tornou escuro em minha visão enquanto imagens começaram a aparecer e não importava o quão eu tentasse abrir meus olhos, eles não abriam. Eu me via o chutar para longe, parecia eu, mas não era, eu sabia que não era. Meu corpo corria para o quarto do meu pai trancando a porta. As batidas eram altas como trovões, meu corpo tremia, a porta não segurou muito.

Alma Quente E Pele Fria - Rosalie Hale Onde histórias criam vida. Descubra agora