Capítulo 6 - A Expectativa

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(...) Esta noite você fez eu me apaixonar por você
E só você.
E eu estou tentando ter esperanças
Que você vá me querer também.
Skate - Bruno Mars.

𝓓𝒊𝒆𝒈𝒐 🌒

Abro a porta com toda minha força e a imagem daquele ser humano desprezível se revela na minha frente. É algo mais forte do que eu. Eu quero socá-lo, despejar nele toda minha raiva, fazê-lo pagar pela dor que fez a Camila passar. Ele merece, merece até demais!

— O que é que você está fazendo aqui? — consigo murmurar entre dentes, meu punho cerrado, pronto pra golpear a cara desse imbecil. Ele me analisa de cima a baixo e com uma voz ríspida me responde:
— Não que você tenha algo a ver com isso, mas vim ver minha namorada.
— Ex. — acrescento com um sorriso maldoso. Ele não gosta nem um pouco mas me ignora, olhando por cima de meu ombro, buscando ela. Fico ainda mais irritado.
— Sai da minha frente. — ele tenta passar por mim, mas com um movimento rápido coloco meu braço no batente da porta, o impedindo de passar. Seu olhar de fúria pousa sobre mim. Não dou a mínima.
— Faça um favor a si mesmo, e vá embora. — o aconselho, me coçando pra partir pra cima. Mal ele imagina as atrocidades que quero fazer com essa cara ridícula, mas me controlo o máximo que posso. Tudo o que Camila precisa agora é paz, não ficar mais nervosa com nós dois saindo na porrada na porta de sua casa. Terei outras oportunidades de realizar minha vontade.
— Quem é você pra mandar em mim? — porra, ele não me ajuda também. Está pedindo pra apanhar esse idiota. Respiro fundo e abro um meio sorriso ameaçador.
— Alguém que você não vai querer conhecer. — fico mais ereto e cruzo os braços, olhando fundo em seus olhos. — Se manda daqui.
— O que você quer? — a voz da minha amiga me faz olhar pra trás. Ele aproveita e me dá um empurrão conseguindo passar, entrando feito um touro enfurecido.
— Camila?! — ele para quando a vê ao lado de Nina, completamente frágil. Meu coração aperta ao vê-la assim. Os dois ficaram se olhando e eu não me atrevi a intervir. Depois do que pareceram séculos, ele fala:
— Pra que tudo isso, meu amor? — ele dá um passo a frente. — Vamos conversar direito.
— Não tenho nada pra falar com você. — ela o encara com o olhar frio. — Suma da minha frente!
— Porra, eu não entendo o porquê disso tudo! Não foi nada de mais!
— Não me importa. Já te disse que está tudo acabado. Não entendeu? Vai embora!
— Você ouviu ela. — digo, tentando conter minha vontade de escoltá-lo a murros pra fora. Eu merecia um prêmio pelo meu autocontrole. Rafael se vira em minha direção, os olhos faiscando.
— Você tá feliz com isso, não tá? — fico em silêncio.
— Eu sempre vi o jeito que você olha pra ela, seu filho da puta! — ele se vira novamente pra Camila e chega mais perto dela.
— O que foi que ele ficou te dizendo sobre mim? Hein? — ele aponta pra mim ainda olhando nos olhos dela.
— Que mentira ele inventou de mim pra você terminar comigo?
— Ele não me falou nada, seu cretino. Eu mesma vi tudo! — ela pressiona o indicador no próprio peito, os olhos marejados.
O traidor dá uma bufada de desgosto e responde:
— Ah, é mesmo... você disse que me viu com minha "amiguinha". — ele faz aspas com os dedos, falando a palavra num tom de deboche. Cerro o punho.
— Me explica então, meu amor! Me explica o que você viu! — diz num tom desafiador.
— Mas é muito cínico... — ela murmura.
— Não, eu não sou cínico não! Eu estou é confuso! — abrindo os braços, exasperado, ele continua:
— Num dia estamos bem e no outro você está me xingando, me atacando e terminando comigo! — enfurecido, avança mais na direção dela, ficando muito perto. Perto demais.
— Que merda aconteceu pra você tomar essa decisão, Camila? — com o rosto a centímetros do dela, ele repete: — Hein?
— Eu vi você com ela! — ela o empurra.
— Meu Deus, era só uma reunião de trabalho! — ele passa as mãos no cabelo com violência.
— Eu não acredito que você está fazendo todo esse caso por que me viu conversando com outra mulher!
— CONVERSANDO?! — ela grita, indignada. — Eu vi você BEIJANDO ela, DESGRAÇADO! — num ato veloz ela está em cima dele, dando tapas em seu peitoral, enlouquecida. Dou um passo a frente para detê-la, mas Nina já havia se adiantado. A segurou com força e a puxou para trás, com Camila se debatendo em seus braços.
— Me solta, Nina!
— O que você disse? — Rafael murmura.
— Ah, não se faça de desentendido! Nem tente porque eu vou arrancar esse cinismo da sua cara a tapas! — ela se debate ainda mais, tentando se soltar de Nina.
— Você está maluca! Eu nunca beijei ninguém depois de você, mulher!
— Agora eu sou maluca?! Eu estou inventando, né? Claro! Típico! A culpa agora é minha da sua traição!
— Do jeito que está agindo parece uma maluca mesmo! — ele ajeita a camisa agora meio amassada.
— E sim! Só pode estar inventando, porque eu NUNCA fiz isso! Era só uma reunião, como já te disse!
Ela balança a cabeça em descrença, nos olhos um ódio tão forte que me arrepiou.
— Saia daqui. — ela se solta de Nina e fica ereta. — Saia! SAIA DAQUI! — ela berra, apontando a porta. — Eu quero você LONGE DE MIM!
— Camila...
— VAI EMBORA! — ele tenta dar um passo na direção dela, mas eu intervenho e o agarro, arrastando-o pra fora. Ele se debateu inutilmente e quando finalmente estava pra fora, me mirou com os olhos em chamas. Bufando com força, apontou o indicador pra mim e disse:
— Por que você não cuida da sua vida, seu merda?! — me inclino pra mais perto abrindo um sorriso e murmuro baixinho:
— Eu estou cuidando. — com uma piscadinha, bato a porta na cara dele.

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⏰ Última atualização: Jan 28 ⏰

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