NATASHA
Em qualquer outro dia que eu tenha que levantar para cumprir mais um dia exaustivo de trabalho após uma festa com um bando de puxa sacos metidos a bestas. Eu estaria terrivelmente de mau humor e sem a menor paciência para absolutamente nada, além dos meus filhos. O que às vezes acaba sendo muito conveniente para meu trabalho.
No entanto, diferente das outras festas convencionais do trabalho. A que teve na noite anterior, que infelizmente ou felizmente, eu tive que participar. Não foi de todo ruim. Na verdade foi um evento interessante e digamos, nenhum pouco normal para alguém que está na seca a muito tempo. Sem julgamentos, ok.
Desliguei o alarme do celular. Espreguicei o corpo sentindo meus músculos mais relaxados que o normal. Levantei até que de forma animada e fui tomar um banho. E debaixo do chuveiro todas as lembranças bem vividas da noite passada vieram à mente.
Eu nem deveria estar pensando nisso. Foi apenas uma noite qualquer. E certamente não verei aquele rosto e aquele corpo tão cedo. O que é um grande alívio. Não que eu esteja arrependida, mas aquilo não deveria ter acontecido. Não mesmo. Mas por alguma razão desconhecida por mim, acabei me deixando levar.
Desliguei o chuveiro. Sequei o corpo e os cabelos e fui até o closet. Coloquei meu habitual terninho preto, meus coturnos do trabalho. Destravei meu cofre, ajeitei o coldre na minha cintura, verifiquei minha pistola gx4 graphene preta com detalhes dourados, travei a arma e coloquei no coldre. Tinha mais dois pentes cheios e uma caixa fechada de bala no cofre, mas não seria necessário levá-los, já que tenho mais no trabalho. Peguei meu distintivo e pendurei no pescoço.
A casa ainda estava em maior silêncio. Sinal de que pela primeira vez em anos sou a primeira a despertar. Ainda faltavam alguns minutos, então deixe que eles dormissem mais um pouco.
Fui até a cozinha e comecei a preparar o café da manhã. Outra coisa que não é do meu hábito. Normalmente quando dá tempo, minha irmã quem prepara. Ou às vezes paramos em cafeterias no caminho antes de deixar as crianças na escola.
E sem perceber me perdi em devaneios. Notei isso quando senti dois braços e um perfume em específico me abraçando. Quando voltei a realidade, me vi encostada no balcão da pia, com minha caneca de café que já esfriou e o único homem pelo qual sou apaixonada e morro amores, me dava um beijo no rosto e um sorriso gentil.
- Bom dia, Agente Romanoff.- Brincou meu filho, antes de me soltar.
- Bom dia, filho.- Baguncei seus cabelos antes que ele se afastasse.
- Mãee.- Reclamou, passando as mãos nos fios grandes me fazendo rir.
Esse é o Levi, meu filho mais velho de doze anos. Ele tinha apenas quatro anos quando sua outra mãe e eu o adotamos. Um gosto amargo desce em minha garganta ao mencionar aquela... Que repúdio.
Enfim, Levi é um garoto doce e extrovertido. Quase da minha altura, tem os olhos castanhos escuros, assim como os cabelos, que batem nos ombros. Sua pele é um pouco mais escura que a minha. Levi é o garoto mais simpático e gentil que eu já tive o prazer de conhecer. E meu coração de mãe morre de orgulho dele.
Apesar de sofrer um pouco com a falta da outra mãe, ele tem se mostrado forte. Quando soube o que aconteceu, mesmo com a pouca idade que tinha, ficou do meu lado, foi muito compreensivo e me deu muito apoio com a irmã.
- Não acha que está na hora de cortar esse cabelo?- Perguntei. E vi que ele já estava pronto para escola.
- E nem vou.- Deu de ombros, sorri negando. Ele morre de ciúmes desse cabelo. - Ãah, a tia Yel, já acordou?- Seu tom parecia confuso. E seu olhar intercalou entre eu e a mesa de café que já estava exposta.
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IRRESISTÍVEL (WANTASHA- G!P)
RandomNatasha Romanoff é uma mulher de 35 anos. Mãe solteira de duas crianças, e chefe de um departamento de investigação. A pouco mais de dois anos, ela enfrenta uma rotina cansativa entre o trabalho, casa e atenção aos filhos. Uma mulher atraente...